Quantum Bird – 18 de setembro 2024
Nas últimas horas, ficamos sabendo sobre uma série de ataques terroristas sofisticados, perpetrados por Israel contra a população libanesa, e mais especificamente o Hezbollah. Ainda em fevereiro, a liderança do Hezbollah orientou os membros da organização a evitarem smartphones, e usarem pagers e outros meios para receber mensagens.
Aparentemente, Israel se aproveitou da oportunidade para se infiltrar na cadeia de suprimentos desses equipamentos e sabotar os lotes com destino ao Líbano, prevendo que alguns desses equipamentos seriam de fato adquiridos por membros do Hezbollah. Entre anteontem e hoje, após o recebimento de mensagens codificadas, esses aparelhos começaram a explodir simultaneamente, em diversas localidades, ferindo milhares de pessoas e matando de fato, alguns membros do Hezbollah. O ataque foi de fato indiscriminado e se soma à longa lista de crimes do regime sionista contra a humanidade.
Publicaremos análises especificamente sobre o ataque mais tarde. Aqui gostaria de ligar alguns outros pontos.
No Brasil, a classe dirigente, e seus serviçais, são incorrigivelmente de caráter colonial/comprador. Ou seja, além de saudosos da escravatura, acreditam que podem administrar e desenvolver um país como o Brasil exportando bananas, soja e minérios, para comprar produtos com tecnologia agregada produzidos – in loco, ou importados – por multinacionais estrangeiras. Isso vale tanto para a dita esquerda, como para a dita direita. Ambos veem seu lugar no mundo como vassalos – para evitar um termo vulgar, mas que seria mais apropriado.
Assim, a escola de (falta de) pensamento tupiniquim tem articulado diversos mitos, que são às vezes vendidos como teorias sociológicas, e outras como doutrinas de Estado, para justificar a erosão do patrimônio público, o déficit permanente de investimento em ciência e tecnologia e a venda sistemática de empresas e infraestrutura estratégica. Entre esses mitos, o mais irritante é a chamada “transferência de tecnologia”. Uma típica jabuticaba, só que podre.
[ Nota lateral: De acordo com esse mito, devemos abrir nosso mercado e expor nossa população aos produtos manufaturados por empresas estrangeiras, desde que elas operem em nosso território, sob nossas leis e transfiram tecnologia (conhecimento, know-how… blá blá blá) para que produtos similares possam ser fabricados por empresas nacionais. Quem acredita nisto está pronto para comprar pontes pelo Sertão. De fato, quantas fábricas de automóveis nacionais existem após décadas de “transferência de tecnologia” pelas montadoras multinacionais? Enfim...]
E qual a conexão de nossa triste realidade com os ataques terroristas israelenses usando pagers e walk-talkies sabotados?
Se uma coisa, a ocorrência de tais ataques demonstra da forma mais gráfica possível os riscos de confiar nas cadeias de suprimentos administradas pelas potências ocidentais. Seja para produção de vacinas, computadores, armamentos ou mesmo alimentos. É além de ridículo ver autoridades saindo de reuniões confidenciais manipulando iphones, e descobrir que usam WhatsApp para tratar de assuntos do governo, como vimos no “Caso Sílvio Almeida – Anielle Franco”. É ainda mais ridículo observar o debate acalorado sobre qual caça sucateado de enésima-mão da OTAN adquirir, para patrulhar e proteger o território nacional.
Vai saber quantos iphones, doses de vacina, walk-talkies e pagers bombas foram vendidos por aqui.
Perfeita constatação
Nossa elite comprada/compradora não tá nem aí com desenvolvimento nacional. Só querem viver a American way of Life em Miami. Não faz diferença nenhuma se nosso país foi vendido às potências dominantes, pois quem vai se danar somos nós, a ralé
Arre égua…rs
Mais meio século e eles percebem!