Quantum Bird – 10 de outubro de 2025
Desde sempre vivemos em um mundo injusto e assolado por uma torrente ininterrupta de más notícias, no qual às vezes coisas boas acontecem. Entretanto, poucos acontecimentos nos fazem questionar tanto o suposto privilégio de ter nascido como o anúncio anual do Prêmio Nobel da Paz. Isso porque, geralmente, enquanto as más notícias típicas estão associadas ao exercício de algum tipo específico de maldade por um grupo geralmente limitado de personagens atuando em um contexto bem determinado, o Prêmio Nobel da Paz é um ato de cinismo global e generalista, que agride a consciência crítica por todos os ângulos possíveis.
Não basta ser canalha, corrupto, genocida, traidor nacional ou encarregado eventual de alguma instância da máquina de imperialismo global. Para concorrer é necessário ser tudo isto junto e mais um pouco. Um requisito crucial, por exemplo, é ser uma marionete do imperialismo ocidental.
A regra é bem simples e fácil de memorizar: o ganhador do Nobel da Paz é, acima de tudo, uma marionete do imperialismo ocidental, implicando automaticamente nas qualidades nada edificantes listadas anteriormente.
Em 2025, esse prêmio vai para… bam bam bam: Maria Corina Machado!
(Pausa para se recompor. )
Sim. A laureada deste ano é a famosa usurpadora frustrada das eleições venezuelanas, que operando em nome de Washington, colocou seu país à beira de uma guerra civil ao promover, não sem a ajuda de cretinos úteis e traidores de classe transnacionais, como o presidente brasileiro Lula, a sabotagem econômica e a desestabilização violenta da Venezuela.
Observem o contexto da escolha. As forças armadas estadunidenses estão preparando uma invasão da Venezuela, a desculpa seria o combate ao tráfico de drogas, atividade na qual a Venezuela nunca foi notória. O objetivo real é a mudança de regime naquele país e a captura de seus recursos naturais. Mais especificamente seus amplos campos de petróleo.
O grupo de [substitua por seu xingamento preferido] conhecido como Comitê da Fundação Nobel, há muito desprovido de qualquer reputação de seriedade, acaba de posicionar Maria Corina Machado como a interventora imperial para a Venezuela.
P.S.: Se você acreditou por um momento que Trump seria o laureado, você precisa de uma visita psiquiátrica e sofre provavelmente de déficit cognitivo. Ele esteve todo esse tempo apenas tentando reabilitar a reputação dessa instituição moralmente falida.
Se a Venezuela for invadida ou bombardeada, pode ter certeza de que Lula terá parte da culpa nisso, pois foi um dos responsáveis por demonizar o país durante as eleições. Além disso, ele contribuiu para prejudicar a Venezuela ao vetar sua entrada nos BRICS — se ela fizesse parte do bloco, a situação estaria bem melhor. Sem contar que essa cartilha seguida por muitos da chamada “esquerda” ocidental, de pedir atas e repetir discursos prontos, ajudou a demonizar o país no mundo todo. Agora, a América Latina corre o risco de se envolver em uma guerra e se transformar em um novo Oriente Médio 2.0. Parabéns aos envolvidos.
Não duvidem de que o próximo passo estadunidense será um “puxadinho” armado na amazônia, quem sabe com a ambição de internacionalizar a região com toda leniência dos entreguistas nacionais. Além do voto contra a admissão da Venezuela no BRICs, temos a coincidência do anúncio da invasão com a “química” entre Trump e o Lula. Triste.
Prêmio Nobel da Paz a María Corina Machado é um chamado golpe, é agressão contra a democracia à paz na Venezuela. Essa concessão do Nobel é golpe, é ativar forças externas para uma intervenção militar no país, o próximo será o Netanyahu.