Por Enlil, para o Saker Latinoamérica – 01 de Maio de 2022
Síntese de alguns dos principais acontecimentos no teatro de operações sírio entre 22 e 30 de abril de 2022.
Intervenção Turca em Conflito Fratricida no SNA
Em 22 de abril, uma força militar turca foi enviada para a cidade de Ras al-Ain (ocupada pelo Exército Turco e seus proxies [1] do SNA [2] desde outubro de 2019), na Província de al-Hasakah, nordeste da Síria, para pôr fim aos confrontos entre tribos e militantes.
Os confrontos eclodiram quando a Divisão Sultão Murad [3], apoiada pela Turquia, prendeu dois membros da tribo Al Qur’an [4] por contrabando. Os membros da tribo e militantes da 20ª Divisão [5], também apoiada pela Turquia, responderam lançando um ataque contra militantes da Divisão Sultão Murad em Ras al-Ain. Ambos os lados usaram armas pesadas.
De acordo com o OSHR [6], os confrontos deixaram oito mortos, incluindo dois civis, e pelo menos dez feridos. Os confrontos só terminaram após a intervenção militar turca, apoiada por vários carros de combate M60.
Apesar da intervenção turca, a situação continuava tensa no dia 23. Confrontos entre facções apoiadas pelos turcos são bastante comuns nas áreas ocupadas pelos turcos ao norte e nordeste da Síria. Os enfrentamentos dentro do SNA ocorrem por motivos que vão desde diferenças ideológica a disputas por extorsão, saque e controle de áreas para exploração econômica ilegal na Síria.
Turquia Fecha seu Espaço Aéreo para Aeronaves que Transportam Tropas da Rússia para a Síria
Em 23 de abril, o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, anunciou que o espaço aéreo turco será fechado para aviões militares e civis que transportam tropas da Rússia para a Síria.
O Ministro disse que o Governo Turco tomou a decisão após consulta com Moscou. Cavusoglu observou que a permissão foi dada por períodos de três meses até abril, e então os voos pararam. O Ministro não deu detalhes.
Um dos principais motivos da decisão especulados foi alavancar um acordo sobre a Operação Especial Russa na Ucrânia. A Turquia possui boas relações com a Rússia e a Ucrânia e procura mediar o conflito. No entanto, os interesses turcos também passam diretamente pela Síria onde a Rússia intervém com apoio militar direto ao Governo Sírio desde 2015. A SDF [7], milícia curda com apoio direito dos EUA, é o principal inimigo da Turquia na Síria e os confrontos com os curdos se intensificaram em abril; sem poder contar com apoio garantido, de fato, dos EUA em um confronto em larga escala com os turcos, a SDF em última instância será protegida pelo Governo Sírio e pelos russos; com a suspensão da autorização de passagem dos voos o Governo Turco pode estar buscando barganhar apoio da Rússia para uma nova operação em larga escala no norte e nordeste da Síria contra os curdos.
Outra razão especulada é que os turcos também podem estar procurando uma mediação russa no restabelecimento das relações com Damasco. No entanto, o Governo Sírio rejeita tal normalização e qualquer conversa inicial real sobre essa possibilidade enquanto a Turquia ocupar o norte e nordeste do país.
De fato, tudo indica que o interesse da Turquia em uma reaproximação com Damasco não é honesto. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, partido de Recep Tayyip Erdoğan) muito provavelmente queira obter uma conquista política antes das eleições de 2023. A guerra na Síria e a crise dos refugiados são questões-chave para os eleitores turcos. Além disso, a também normalização das relações da Turquia, em crise econômica, com os países árabes passa pela Síria, um dos nodos centrais do comércio regional turco com Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e Estados do Golfo, assim como de suas próprias províncias que fazem fronteira com a Síria.
Por fim, outra possibilidade somada é pressionar os russos a cessar as ondas de ataques aéreos das últimas semanas contra seus proxies na Província de Idlib.
De qualquer forma, independentemente dos motivos reais da Turquia, o fechamento de seu espaço aéreo para esses voos não afetará de fato as operações militares russas na Síria. A Rússia fornece a logístisca principal a suas forças por via marítima, bem como pode utilizar o espaço do Irã e do Iraque.
Confrontos entre Turcos e Curdos
Em 23 de abril, o Ministério da Defesa turco anunciou que comandos turcos haviam realizado uma “operação em larga escala” no norte da Síria em resposta a um recente ataque das forças curdas. A operação, apoiada por artilharia, teve como alvo combatentes da YPG [8] e PKK [9].
Fontes de notícias sírias relataram intensos ataques da artilharia turca em cidades e aldeias controladas pela SDF no interior do norte da Província de Aleppo.
O Ministério da Defesa turco alegou que 50 combatentes da YPG e do PKK foram “neutralizados” na operação dos comandos. Um dia antes, 22 de abril, um policial turco foi morto quando a ALF [10], milícia componente da SDF, atingiu um MRAP [11] BMC Kirpi II do Exército Turco perto da cidade de Marea [12], na Província de Aleppo, com um ATGM [13]:
https://www.youtube.com/watch?v=UQaegciERZc
Enquanto a Turquia reconheceu a morte de um único policial, o OSHR informou que três membros do serviço turco foram mortos no ataque.
A Turquia alertou as forças curdas de que qualquer novo ataque contra suas forças no norte e nordeste da Síria terá uma “resposta pesada”, ou seja, uma provável nova ofensiva turca em grande escala contra as áreas de ocupação curda na região.
Ataques de UCAV e Artilharia Turca Contra o Exército Árabe Sírio
Dia 24 de abril, um UCAV [14] turco atacou uma posição do Exército Árabe Sírio [15] no nordeste da Província de Aleppo, em área controlada pela SDF.
A posição está localizada na aldeia fronteiriça de Zur Mughar, a oeste da cidade de Kobane, um dos redutos mais conhecidos da SDF no norte da Síria, e a leste Jarabulus, ocupada pela Turquia e seus proxies. O ataque não deixou vítimas. Segundo fontes da oposição síria, um carro de combate do Exército Árabe Sírio teria sido destruído.
Aldeia de Zur Mughar, Província de Aleppo, fronteira com a Turquia, perto da cidade de Karkamış, Província Gaziantep.
O ataque do UCAV turco recebeu uma resposta séria poucas horas depois; aviões de combate da Força Aérea Russa realizaram uma série de ataques aéreos em uma posição-chave de militantes apoiados pela Turquia perto da cidade de Burj Haydar, no norte da Província de Aleppo.
Cidade de Burj Haydar, Província de Aleppo.
Já em 27 de abril, três soldados do Exército Árabe Sírio teriam sido feridos quando os militares turcos e seus proxies atacaram a zona rural do norte de Província de al-Hasakah.
A artilharia turca atacou áreas controladas pela SDF nos arredores da cidade de Tell Tamer. Uma posição do Exército Árabe Sírio localizada perto da aldeia de Umm al-Kayf foi atingida.
Umm al-Kayf, aldeia perto de Tell Tamer, no oeste da Província de al-Hasakah.
O Exército Árabe Sírio estabeleceu uma rede de posições em áreas controladas pela SDF no nordeste da Síria após a invasão turca de 2019. A Polícia Militar Russa também opera nessas áreas para monitorar o acordo russo-turco de desescalada na região.
O Exército Árabe Sírio não interveio nos recentes confrontos entre as Forças Turcas e a SDF. Logo, é provável que sua “neutralidade” nos engajamentos recentes mude em resposta a esses ataques, sobretudo para dissuadir os turcos e seus proxies na região.
Ataques Aéreos da Força Aérea Russa Contra o HTS em Idlib
Em 23 de abril, a Força Aérea Russa realizou uma nova série de ataques aéreos contra posições do HTS [16] na Grande Idlib [17]; os ataques aéreos atingiram posições de militantes nos arredores da cidade de Kabani, no interior do norte da Província de Latakia. A cidade é reduto do HTS e de vários outros grupos armados, dentre eles o Partido Islâmico do Turquistão [18] e o Ajnad al-Kavkaz [19].
No dia anterior, 22, aviões de combate russos realizaram uma série de “ataques aéreos simulados” com bombas de iluminação sobre as cidades de al-Bara e Maraat Misrin no interior do sul, al-Fou’ah no interior do leste, al- Dana e Atimah na zona rural do norte da Província de Idlib e Darat Izza na zona rural ocidental da Província de Aleppo. Os ataques aéreos simulados (que precedem ataques reais) foram um aviso para o HTS e seus aliados.
https://www.youtube.com/watch?v=LcWAT_E3R-I
https://www.youtube.com/watch?v=rU2iCFsxlxQ
https://www.youtube.com/watch?v=abgvXJt8jDI
Os ataques foram novamente uma resposta a violação do cessar-fogo pelo HTS na Província de Idlib; essa foi a quinta onda de ataques aéreos russos em abril contra posições do HTS e aliados por violações do cessar-fogo.
Baixas Estadunidenses Após Ataque a Patrulha no Nordeste da Síria
Em 26 de abril, uma patrulha liderada pelos EUA foi atacada no sul da Província de al-Hasakah. A patrulha, escoltada por uma unidade da SDF, teria sido alvo de um IED [20] ao passar pela aldeia de al-Saada, localizada perto da cidade de Markadah. Pelo menos um MRAP dos EUA foi danificado no ataque.
Após o ataque, al-Saada foi sitiada por grandes forças dos EUA e da SDF. Fontes sírias alegaram que dois membros do serviço estadunidense e um comandante da SDF foram mortos ou feridos no ataque.
https://www.google.com/maps/@35.738498,40.783125,5508m/data=!3m1!1e3?hl=en
Cidade de Markadah, Província de al-Hasakah.
Segundo o OSHR, células do ISIS [21] estavam por trás do ataque; no entanto, o grupo não assumiu oficialmente a responsabilidade.
O ISIS iniciou uma campanha militar no Levante para vingar seu ex-líder e porta-voz morto durante um ataque dos EUA na região noroeste da Síria em fevereiro. Segundo divulgação de sua agência de notícias, Amaq, a campanha se chama “A Batalha da Vingança pela Morte dos Dois Sheikhs”. De acordo com o OSHR pelo menos 11 combatentes e comandantes da SDF foram mortos por células do ISIS desde o início da campanha de vingança. Se o ataque de al-Saada realmente resultou em baixas estadunidenses esta seria a segunda vez que as forças dos EUA sofreram baixas este ano na Síria. Em 7 de abril, um ataque a base “Green Village” no campo petrolífero de Omar, na Província de Deir Ezzor, feriu quatro militares estadunidenses [12].
Ataques Aéreos Israelenses
No dia 27 de abril, a Força Aérea Israelense realizou ataques aéreos contra alvos na capital síria, Damasco; os caças israelenses [22] lançaram mísseis de cruzeiro do espaço aéreo das Colinas de Golã sírias ocupadas.
De acordo com uma fonte militar síria, em comunicado inicial à agência SANA [23]:
“Por volta das 00:41, hora local, o inimigo israelense disparou mísseis do Lago Tiberíades, visando áreas ao redor da cidade de Damasco. A Defesa Aérea Síria [24] interceptou e destruiu vários mísseis inimigos. Quatro soldados do Exército Sírio foram mortos e outros três ficaram feridos no ataque.”
Horas depois foi anunciado que o número de mortos havia subido para 6. Um dos militares mortos no ataque israelense era um oficial de alto escalão do Exército Árabe Sírio, o coronel Rifaat Ali Saleh. As outras cinco vítimas foram identificadas como os soldados Osama Hamdan, Ramah Hammoud, Jafar al-Hajj, Mohamad al-Alloush e Hani al-Ali.
De acordo com relatórios não verificados, os alvos dos ataques incluíam o Aeroporto Internacional de Damasco e uma base da 4ª Divisão de elite do Exército Árabe Sírio.
Vídeos da Força de Defesa Aérea da Síria engajando os mísseis israelenses:
https://www.youtube.com/watch?v=nRn36MdNcu4
https://www.youtube.com/watch?v=OyJWXmFcUMk
https://www.youtube.com/watch?v=r8ALsr9otXY
Impacto de um dos mísseis:
https://www.youtube.com/watch?v=rgp4XXbpOkw
Um dia antes dos ataques, um UAV [25] israelense caiu no sul da Síria. As Forças de Defesa de Israel [26] divulgaram que o UAV caiu durante “operações de rotina” e que o incidente está sendo investigado.
Este foi o terceiro ataque israelense à Síria em abril. No dia 9, ataques aéreos israelenses atingiram os arredores da cidade de Masyaf, na zona rural ocidental da Província de Hama. Os ataques atingiram um centro de pesquisa, uma fábrica de armas, uma base militar e um suposto local de defesa aérea; no dia 14 ataques os atingiram posições militares perto das cidades de Rakhlah, Ambia, Kfar Qouq e distrito de Qatana, na zona rural ocidental da capital síria, Damasco.
Segundo fontes de mídia israelenses e árabes, os recentes ataques israelenses à Síria fazem parte da campanha militar “Guerra-Entre-Guerras” de Israel e foram realizados para impedir o fortalecimento de posições iranianas/pró-iranianas na Síria e a entrega de armas avançadas de fabricação iraniana ao Hezbollah.
Força Aérea Russa Continua sua Campanha Contra o ISIS no Centro da Síria
A Força Aérea Russa continua mantendo a grande intensidade de ataques aéreos das últimas semanas contra as células do ISIS na região central da Síria; pelo menos uma dezena de ataques aéreos foram realizados em 28 de abril contra alvos do grupo:
– Nos arredores da cidade de al-Sukhnah, na zona rural oriental da Província de Homs;
– Nos arredores da cidade de Ithriyah, na zona rural oriental da Província de Hama;
– Nos arredores da cidade de al-Resafa, na zona rural do sul da Província de Raqqa;
– No deserto ocidental da Província de Deir Ezzor.
A nova onda de ataques aéreos foi provavelmente uma resposta a outro ataque de células do ISIS contra a posições do Exército Árabe Sírio e aliados no interior oriental da Província de Homs no dia 27 abril; o ataque foi um fracasso completo. Não houve baixas ou perdas materiais do lado sírio. No entanto, no final do dia seguinte, 28, células do ISIS atacaram posições do Exército Árabe Sírio e seus aliados no Monte al-Bishri, localizado na fronteira administrativa das Províncias de Raqqa e Deir Ezzor. O ataque durou até às primeiras horas de 29 de abril. Segundo o OSHR, 12 militares do Exército Árabe Sírio e aliados ficaram feridos no ataque; novamente, em resposta, a Força Aérea Russa realizou uma série de, pelo menos, 30 ataques aéreos em 29 de abril contra esconderijos do ISIS no interior do sul da Província de Raqqa e no interior do leste da Província de Homs.
Ataque do ISIS Contra os Curdos
Um ataque do ISIS matou 7 pessoas e deixou pelos menos 4 feridas em 28 de abril, incluindo um oficial da “Administração Autônoma”, na área de ocupação curda da Província de Deir Ezzor; foram mortos na cidade de Abu Khashab, na zona rural da província, quando militantes do ISIS abriram fogo de um veículo e fugiram.
Cidade de Abu Khashab, Província de Deir Ezzor.
A SDF, apoiada por aeronave da Força Aérea dos EUA, realizou uma operação em Abu Khashab e arredores. No entanto, os agressores não foram capturados. Novamente, o ataque provavelmente faz parte da campanha militar “A Batalha da Vingança pela Morte dos Dois Sheikhs” do grupo no Levante.
Acordo entre Governo Sírio e SDF Encerra Cerco em Várias Áreas no Norte e Nordeste da Síria
Depois da tensão das primeiras semanas de abril [12], o Governo Sírio e a SDF chegaram a um acordo para diminuir a escalada e encerrar o cerco em várias áreas no norte e nordeste da Síria.
As Forças do Governo Sírio levantaram as restrições ao bairro curdo de Sheikh Maqsoud na cidade de Aleppo. No dia 28 de abril, caminhões carregados de trigo e outros mantimentos entraram no bairro vindos de áreas controladas pelo governo sem problemas. O Exército Árabe Sírio sitiou Sheikh Maqsoud em resposta a um suposto ataque de militantes escondidos no bairro, controlado pela SDF. Por sua vez, a SDF suspendeu seu cerco nas zonas de segurança na Província de al-Hasakah; a situação na cidade de al-Hasakah e al-Qamishli aos poucos começa a voltar ao normal.
O acordo foi supostamente intermediado pela Rússia e ocorreu em meio a uma escalada turca contra as forças do Governo Sírio e da SDF nas últimas semanas. É possível que a Turquia possa estar se preparando para lançar uma nova grande operação no norte e nordeste da Síria; logo, é providencial, tanto para Damasco quanto para a SDF, uma “Entente Cordiale” parcial e circunstancial entre o Governo Sírio e os curdos como medida preventiva de contenção dos turcos e seus proxies na região.
Enlil: Editor do canal público Frente Oriental no Telegram (https://t.me/frenteoriental), dedicado a História, Geopolítica e Defesa, com foco em China, Irã, Rússia e conflitos no Oriente Médio (sobretudo envolvendo as forças do “Eixo da Resistência” do Irã-Iraque-Síria-Líbano e Iêmen), na África e outras regiões da Ásia (sobretudo Central).
Notas:
[1]. Proxie: Combatentes de “Guerra por Procuração”, ou seja, locais ou estrangeiros que lutam no lugar do Exército nacional do país estrangeiro intervencionista.
[2]. SNA: Syrian National Army (Exército Nacional Sírio); “coalizão” de grupos armados/facções apoiados pelos turcos, estabelecido oficialmente a partir de 2017.
[3]. Divisão Sultão Murad: Sultan Murat Tümeni; grupo armado apoiado pela Turquia criado em torno de uma identidade turcomana síria (sírios de origem turca). É o grupo mais notável das Brigadas Turcomanas Sírias (Suriye Türkmen Tugayları; estrutura informal de oposição armada composta por turcomenos, turcos sírios e turcos que formam a ala militar da Assembleia Turcomena Síria; os grupos dessas brigadas defendem desde nacionalismo turco secular a ideologias islâmicas fundamentalistas). A Divisão Sultão Murad é componente da Segunda Legião do SNA.
[4]. As tribos árabes da Província de al-Hasakah podem ser divididas basicamente em três grupos: o primeiro pediu o estabelecimento de uma “Mobilização Tribal Síria” sob os auspícios do Governo Sírio e da Rússia; a segunda é leal à Brigada Baqir, apoiada pelo Irã; a terceira apoia a operação militar turca no nordeste da Síria.
[5]. 20ª Divisão: Grupo armado apoiado pela Turquia componente da Primeira Legião do SNA, sob a designação de 144ª Brigada.
[6]. OSHR: Syrian Observatory for Human Rights (Observatório Sírio para os Direitos Humanos), com sede em Londres, Inglaterra.
[7]. Syrian Democratic Forces: Forças Democráticas Sírias; milícias curdas e aliados apoiadas pelos EUA.
[8]. YPG: Yekîneyên Parastina Gel (Unidades de Defesa Popular); milícia curda, principal componente da SDF.
[9]. PKK: Partiya Karkerên Kurdistan (Partido dos Trabalhadores do Curdistão); organização política e movimento armado curdo que atua principalmente no sudeste da Turquia e norte do Iraque; com o início da guerra na Síria em 2011 também começam a atuar no país como base da SDF.
[10]. ALF: Afrin Liberation Forces (Forças de Libertação de Afrin); milícia curda ligada a YPG, ambas componentes da SDF.
[11]. MRAP: Mine-Resistant Ambush Protected (Resistente a Minas / Protegido Contra Emboscadas); veículo blindado utilitário projetado para resistir a minas terrestres e IED; há vários níveis de proteção, de acordo com a categoria do veículo.
[12]: Mais detalhes em Sitrep: Síria (Abril 22, 2022): https://sakerlatam.blog/mundo-arabe-y-musulman/siria/sitrep-siria/
[13]. ATGM: Anti-Tank Guided Missile (Míssil Anticarro Guiado).
[14]. UCAV: Unmanned Combat Aerial Vehicle (Veículo Aéreo de Combate Não Tripulado).
[15]. Exército Árabe Sírio: Forças Terrestres das Forças Armadas Sírias.
[16]. HTS: Hay’at Tahrir al-Sham (Organização para a Libertação do Levante); grupo militante salafista, com ligações históricas e conflitantes com a al-Qaeda; é um dos principais grupos armados da guerra na Síria; foi formado a partir de uma coligação da Jabhat Fateh al-Sham (antiga Frente al-Nusra) com outros grupos militantes menores; é o principal grupo armado não estatal em áreas conflagradas das Províncias de Idlib e Aleppo.
[17]. Grande Idlib: Idlib, capital da Província de Idlib, no noroeste da Província, e entorno, onde há grande concentração da oposição armada ao Governo Sírio no oeste do país, principalmente do HTS e aliados. Na teoria há um cessar-fogo nas áreas ocupadas da Província; no entanto sempre é desrespeitado pela oposição armada.
[18]. Partido Islâmico do Turquistão: al-Ḥizb al-Islāmī al-Turkistānī [também chamado de Movimento Islâmico do Turquestão, anteriormente conhecido como Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (East Turkestan Islamic Movement: ETIM); desde 1999, a organização se autodenomina oficialmente “Movimento Islâmico do Turquistão” mas em inglês é conhecida por seu antigo nome e sigla, ETIM. Outros pseudônimos que a organização adotou ao longo dos anos são “Partido Islâmico do Turquistão Oriental”, “Partido de Alá” e “Associação da Revolução Nacional do Turquistão Oriental”]; é uma organização extremista islâmica uigur fundada no oeste da China. Seus objetivos declarados são estabelecer um Estado independente chamado Turquestão Oriental na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China. Com o início da Guerra na Síria surgiu o “ramo Sírio” do movimento, a “Brigada do Turquistão” (Katibat Turkistani), conhecida como “Partido Islâmico do Turquistão na Síria”, para participar da guerra como parte de uma rede de grupos jihadistas/salafistas de mudança de regime no país. Entraram(m) na Síria através da Turquia.
[19]. Ajnad al-Kavkaz: “Soldados do Cáucaso”; grupo fundamentalista islâmico jihadista checheno ativo no norte da Síria, principalmente nas áreas montanhosas e florestais do norte da Província de Latakia. Embora formado por ex-combatentes do Emirado do Cáucaso (Imarat Kavkaz; grupo jihadista ativo na Síria e anteriormente na região do Cáucaso do Norte da Rússia) e provisoriamente ligado à organização, o Ajnad al-Kavkaz operou totalmente autônomo desde o início e depois cortou suas ligações com o Emirado do Cáucaso. Em meados de 2016 o Ajnad al-Kavkaz era a maior das facções de combatentes de origem muçulmana de países da antiga URSS lutando na Síria.
[20]. IED: Improvised Explosive Device (Dispositivo Explosivo Improvisado); os IEDs são geralmente utilizados em estradas (enterrados ou ocultos no terreno do entorno) e acionados por contato ou controle remoto.
[21]. ISIS: Islamic State in Iraq and Syria (Estado Islâmico no Iraque e na Síria); também chamado ISIL (Islamic State in Iraq and the Levant: Estado Islâmico do Iraque e do Levante); localmente, Iraque e Síria, é conhecido pela abreviação de seu nome em árabe Dāʿish ou Daesh, de al-Dawlah al-Islāmiyyah fī al-ʿIrāq wa al-Shām.
[22]. Os caças israelenses, normalmente Lockheed Martin F-16I Sufa e/ou Boeing F-15I Ra’am, geralmente lançam seus mísseis do Mar Mediterrâneo, do espaço aéreo das Colinas de Golã sírias ocupadas ou do Líbano, fora do envelope de engajamento dos sistemas de defesa antiaéreos sírios.
[23]. SANA: Syrian Arab News Agency (Agência de Notícias Árabe Síria); agência de notícias oficial do Governo Sírio.
[24]. A Força de Defesa Aérea da Síria é um ramo independente das Forças Armadas Sírias; no ocidente geralmente sistemas antiaéreos de médio e longo alcance pertence ao Exército ou Força Aérea.
[25]. UAV: Unmanned Aerial Vehicle (VANT: Veículo Aéreo Não Tripulado).
[26]. IDF: Israel Defense Forces (Forças de Defesa de Israel); designação do conjunto de Forças Armadas de Israel (Exército, Força Aérea e Marinha Israelense).
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