16/8/2020, Al-Manar TV, Líbano
“Se for comprovado que houve crime,
nossa resposta será equivalente ao crime.”
O Secretário-Geral do Hezbollah Said Hassan Nasrallah falou pela TV Al-Manar, por ocasião da comemoração dos 14 anos da vitória do Hezbollah e do Líbano contra Israel, na Guerra de Julho de 2006. Na ocasião, Sua Eminência também abordou várias questões libanesas e regionais.
Aqui estão as principais ideias do discurso:
Nossos agradecimentos
Costumávamos realizar festividades importantes na comemoração anual da vitória divina da Guerra de Julho contra o inimigo sionista. Mas este ano, devido ao coronavírus e ao aumento do número de infectados, ficaremos só nessa fala.
No início, apresento minhas felicitações aos povos libanês e árabe e islâmico por esta vitória.
Enviamos os nossos piedosos agradecimentos a Alá, que encheu os corações do nosso povo de confiança e segurança, e de medo e covardia os corações dos nossos inimigos, e nos concedeu esta vitória.
Os nossos agradecimentos vão para aqueles que participaram nesta vitória, qualquer que tenha sido seu papel na criação desta epopeia de Resistência e vitória.
Os nossos agradecimentos aos mártires, que ofereceram a própria alma. Gostaria de citar os mártires Imad Mugniyeh e Mustafa Badreddin, que combatiam na linha da frente.
Devo também mencionar a presença do mártir General Qassem Soleimani, que permaneceu conosco na sede, e agradecer-lhe pela preciosa contribuição.
Os nossos agradecimentos vão para as famílias dos mártires, para os feridos e incapacitados, para todos os combatentes da Resistência em todas as frentes em que combateram.
Os nossos agradecimentos aos habitantes que permaneceram em suas terras e aos que se mudaram para as zonas de acolhimento e depois regressaram sem demora, de cabeça erguida, num dia como este… E nossos agradecimentos também às pessoas que acolheram famílias e conhecidos durante esta guerra.
Os nossos agradecimentos vão também para os sírios, tanto para os líderes como para o povo da Síria, que acolheram dezenas de milhares de libaneses.
Os nossos agradecimentos vão também para instituições do Estado. Agradecemos a todas as instituições que contribuíram para a gestão política desta guerra, incluindo o Presidente Emile Lahoud, que presidiu às reuniões do governo, cuja maioria estava contra o governo, mas não deixou que a oposição o impedisse de apoiar a Resistência.
E temos de agradecer ao Presidente do Parlamento, Nabih Berri, que conduziu as negociações tanto com delegações estrangeiras e também, infelizmente, com alguns protagonistas libaneses.
Os nossos agradecimentos vão para todas as categorias da sociedade que apoiaram o Líbano, para todos os Estados que apoiaram o Líbano – não muitos! – à frente dos quais sempre estiveram Irã e Síria.
Os nossos agradecimentos aos povos, movimentos e partidos que expressaram o seu apoio à Resistência.
Os meus agradecimentos a todos que eu tenha esquecido.
É nosso dever religioso e moral agradecer a todos quantos nos apoiaram na nossa luta contra as forças da arrogância à frente das quais vem o regime sionista.
Os três resultados da guerra de 2006
O que aconteceu foi verdadeira guerra, que o inimigo sionista chama de “Segunda Guerra do Líbano”. Foi guerra a serviço do projeto americano no Médio Oriente.
Militarmente, durante 33 dias, o Líbano lutou sozinho contra este usurpador o qual, se se acreditasse no que eles próprios dizem, seria o mais forte no Oriente Médio, quiçá do mundo!
A guerra teve vários resultados, no plano militar, no plano político e no plano cultural.
Mencionarei apenas três.
O primeiro foi ter torpedeado o projeto do “Novo Oriente Médio” defendido pela administração Bush. A guerra no Líbano fazia parte desse projeto. A captura dos dois soldados israelenses acelerou a tentativa para executá-lo. É o mesmo que dizer que previam que o Líbano entraria para o círculo dos países submetidos à hegemonia dos EUA. A Síria teria de também obedecer. Depois o Irã. E tudo isso para deixar o povo palestiniano abandonado à própria sorte, sem qualquer apoio; e assim ‘desenhariam’ um novo mapa no Médio Oriente, em cujo trono poriam “Israel”, número um da região, de quaisquer pontos de vista.
Todo esse projeto foi torpedeado naquela guerra, graças a esta Resistência.
Claro que os EUA procuraram outro plano, como depois em 2011 e como agora, quando tentam consolidar a posição dos israelenses, que pela primeira vez estão em situação crítica, com medo existencial real pela sobrevivência de seu contingente e de sua entidade que não descansa de tentar matar, como um câncer.
Segundo resultado da guerra, ela revelou a verdade sobre a entidade sionista, suas fraquezas e o nível de declínio da sua frente interna, da sua capacidade para resistir.
Os resultados da guerra de 2006 deixaram cicatrizes no inimigo sionista, que vemos todos os dias, nos mais diferentes aspetos políticos, psicológicos…
Como terceiro resultado, o mais importante é que a Resistência e o Líbano conseguiram impor regras de compromisso que protegem o Líbano, mediante uma equação de dissuasão baseada na força.
Em 2000, sucesso foi garantir a libertação. Em 2006, sucesso foi garantir proteção ao Líbano.
Hoje, os israelenses conhecem muito bem a proteção que o Hezbollah assegura ao Líbano, por mais que insistam em violar regularmente o espaço aéreo libanês.
As agressões de que o Líbano era vítima desde 1948 já não existem. Hoje, uma nova equação protege o Líbano – e é isso que os sionistas mais temem.
Nada, além da equação da dissuasão pela força, protege o Líbano: nem a Liga Árabe, nem a Organização da Conferência Islâmica, nem as Nações Unidas, nem o Conselho de Segurança. Só a Resistência protege o Líbano, pela equação da dissuasão baseada na força.
O Hezbollah é problema para os EUA, porque o Hezbollah protege o Líbano
Nós, o Hezbollah, somos problema para EUA, “Israel” e seus aliados, porque somos o poder da Resistência contra interesses de “Israel”, porque a Resistência é barreira intransponível às ambições israelenses; e os israelenses muito querem ver-se livres de nós.
Se tivéssemos concordado em desistir da Resistência – e sabendo que a proposta ainda se mantém –, se concordássemos em desistir das nossas armas, ‘então’ nos excluiriam da lista de terroristas, eles nos reconheceriam como grande partido e lutariam para nos pôr no governo e até fariam de nós o seu favorito.
Isto é o que EUA e os Estados árabes aliados dos EUA mais desejam!
Quando o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington diz que combatem o Hezbollah e o Hamas para benefício de Israel, tentam vender a Resistência aos EUA, ao lobby sionista pró-Israel.
A história de que o Hezbollah controlaria a vida política no Líbano é uma grande mentira. O embaixador sabe disso muito bem. E pela mesma razão ele exagera também o papel regional do Hezbollah.
O problema essencial para todos esses é que esta Resistência defende e protege o Líbano.
Esta é a verdadeira batalha que tem sido travada contra nós desde 2006, depois do fracasso da operação militar concebida para esmagar o Hezbollah. Agora, pelo menos, também sabem que guerra alguma conseguirá enfraquecer o Hezbollah. E passaram a recorrer a outros meios de pressão: políticos, mediáticos…
Gostaria de dizer, para que todos saibam, que a Resistência é o ar que o Líbano respira, a água que o Líbano bebe.
A Resistência é fator vital para o Líbano, não é fator secundário.
Vingaremos nosso combatente mártir
Voltemos aos três pontos:
(1) Eventos no Sul do Líbano nas últimas três semanas.
Houve um ataque israelense perto do Aeroporto de Damasco, no qual foi martirizado um combatente do Hezbollah. Os israelenses souberam imediatamente que retaliaríamos, sem que eu precisasse anunciar. E dispuseram forças ao longo da fronteira com o Líbano e o Golan sírio, para impedir o Hezbollah de responder.
Desde os primeiros dias, decidimos lutar para consolidar as regras de compromisso. Para nós, não é demonstração de força nos meios de comunicação social… Os israelenses sabem que retaliaremos, sem precisar ler no jornal.
E desde o martírio de Ali Mohsen – e também faz parte do castigo imposto a Israel –, há soldados israelenses mobilizados ao longo da fronteira, adiando todas as suas outras missões e exercícios.
Aqui e agora confirmo que a resposta virá. É questão de tempo. As forças israelense s devem permanecer mobilizadas.
Acordo EAU-Israel: presente eleitoral para Trump
Ontem, o Presidente dos EUA Donald Trump anunciou um acordo de paz entre “Israel” e os Emirados Árabes Unidos, em cerimônia pomposa.
O acordo não nos surpreende. Sabemos que a normalização estava em vigor. Tinham sido feitas visitas e já há relações econômicas e médicas entre israelenses e os EAU.
Mas a coisa toda parece atender a uma necessidade dos norte-americanos. O timing mostra que os regimes árabes são servidores do governo dos EUA. Trump precisa de um feito de política externa, porque não tem sucesso algum para ostentar, nem com o Irã, Coreia do Norte ou China, nem com o dito “acordo do século”.
Ainda assistiremos a acordos de paz históricos com países árabes.
Os Emirados Árabes Unidos deram apoio eleitoral a Trump, que atravessa hoje alguns dos momentos mais difíceis. Prestam também serviço político e eleitoral pessoal a Netanyahu – acusado de corrupção e diante de sérias dificuldades políticas dentro do próprio governo.
Até que cheguem as eleições americanas, vários países árabes seguirão os passos dos EAU. Ainda assistiremos a acordos de paz históricos com alguns países.
Assim como Trump tenta melhorar a situação econômica dos EUA arrancando dinheiro dos regimes árabes, assim também inventa acordos, também para promover a sua situação eleitoral.
A única condição que os regimes árabes têm de cumprir, é aceitar posição subalterna em relação aos EUA. Toda a demonização incansável do Irã teve o objetivo de abrir caminho para os acordos que agora começam a aparecer entre países árabes e “Israel”.
Alguns daqueles regimes já trabalham para fazer contato às escondidas com o Irã. Nos contatos, mostram certas posições; publicamente dizem o contrário, porque são estados fracos e impotentes.
O dever religioso, nacional e moral obriga-nos a dizer que o recente acordo entre EAU e “Israel” é ato repreensível em todos os sentidos. É ato de traição à nação. É punhalada nas costas, como dizem os palestinos.
Temos de condenar este acordo, a todo o custo.
Dirijo-me ao povo palestino traído e aos povos que acreditam na causa palestina. Com certeza o acordo nos deixa indignados, mas não entristecidos. A vantagem desses acordos está em que tudo aparece, as máscaras caem.
Segundo o Sagrado Alcorão, quando as fileiras da Verdade aproximam-se da vitória, livram-se dos hipócritas que atravancam o seu caminho.
Esse acordo e outros do mesmo tipo, permitirão que os movimentos de Resistência e os povos identifiquem amigos e inimigos. Assim, podem sanear as fileiras da nação, livrando-se dos hipócritas e traidores que se apresentam como amigos, quando são inimigos e espiões. Mesmo assim, qualquer traição é dolorosa.
A última questão nesse tema é: onde está a unanimidade árabe? Onde está o plano de paz árabe? Os EAU arruinaram tudo.
O Hezbollah não tem uma versão da explosão
O terceiro ponto que vou mencionar é a explosão no porto de Beirute.
Não temos uma versão especial, nossa, desta explosão. A versão correta só aparecerá depois das pesquisas e investigações. É da responsabilidade do Estado libanês e ouvimos dizer que o estado vai recorrer à ajuda de peritos americanos e franceses.
Pode ter havido um acidente, devido à presença – por negligência de vários intermediários e autoridades – de nitrato de amônio e fogos de artifício no hangar. Além da negligência pode ter havido corrupção e, em geral, irresponsabilidade das pessoas envolvidas no seu armazenamento.
Segunda probabilidade: pode ter havido ato de sabotagem. As pessoas disseram ter visto aviões, mas isto não foi provado. Ou pode ser que alguém tenha causado esta explosão de alguma forma. Em todos os casos, “Israel” sempre aparece como um dos atores suspeitos.
Estamos à espera dos resultados da investigação.
Há quem diga que o Hezbollah sabe e finge não saber, mas não é absolutamente verdade. Não temos dever de investigar. Estamos exclusivamente preocupados com a segurança da Resistência. Não podemos assumir a missão de preservar a segurança nacional do país. Essa é a responsabilidade do Estado libanês.
Não temos qualquer versão ‘nossa’ e não estamos investigando.
Se se demonstrar que “Israel” é responsável, a resposta estará à altura do crime
Se este incidente for acidental, o Estado libanês deve chamar à responsabilidade os responsáveis. Se for ato de sabotagem, para além das medidas acima referidas, será necessário identificar os patrocinadores deste ato.
Se for sabotagem, o criminoso pode ser “Israel”. Li estudos que argumentam no sentido de que o Hezbollah saberia. Digo-lhes que estão absolutamente enganados.
O Estado deve apresentar a sua versão ao povo libanês.
Mas, se o FBI estiver envolvido em alguma investigação, que ninguém espere revelação de crimes que tenham sido cometidos por Israel. Qualquer investigação internacional exonerará “Israel” – por mais envolvidos que Israel esteja, se estiver.
Aos que dizem não confiar em investigação local ou nacional, respondemos que absolutamente não confiamos em investigação internacional.
Se “Israel” for investigado e formalmente acusado, não caberá só ao Hezbollah retaliar. Todo o povo libanês, as comunidades juntas, todo o Estado libanês deve reagir.
Como Secretário-Geral, digo-vos que o Hezbollah – que não deixará ser resposta o martírio de um de seus combatentes – não pode permanecer em silêncio perante tal crime contra o Líbano e o seu povo. A resposta será equivalente ao crime.
Tentativas sem escrúpulos de derrubar o Estado libanês
Contudo, o mais perigoso face a uma tragédia nacional de tal magnitude é estarmos sendo alvos de tentativas para derrubar o Estado libanês –, quando a necessidade de preservar as instituições do Estado é maior que nunca, para realizar trabalhos de salvamento, reconstrução e tudo o que lhes está associado.
Desde o início, as forças políticas, os meios de comunicação e os exércitos eletrônicos exploraram a perplexidade e a dor do povo.
O primeiro alvo foi o Presidente da República, General Michel Aoun, especialmente entre os círculos cristãos. Fizeram como em 2005, com o Presidente Emile Lahoud: jogaram todas as responsabilidades sobre os ombros do Presidente Aoun. Violaram leis, incluindo a conhecida cortesia dos libaneses, e assistimos a uma campanha de difamação e insultos que visava a levar o presidente a renunciar.
Havia um projeto para mobilizar certas forças políticas para derrubar o presidente, mas não funcionou.
Depois houve contatos com os blocos parlamentares, para empurrá-los à renúncia coletiva. Assim se viu que o Parlamento também era alvo do golpe, para provocar a maior crise operacional, se não constitucional, possível.
As duas tentativas terminaram em fracasso. Por essa via, ninguém derrubará o general Aoun, homem conhecido pela firmeza e tenacidade. Vimos bem, durante a guerra de 2006.
A instituição parlamentar e alguns blocos recusaram-se a se demitir, mas admitiram eleições antecipadas. Assim se viu, afinal, que havia um objetivo de atacar as principais instituições do Estado.
Quiseram arrastar o país para uma guerra civil, como aconteceu durante o rapto do primeiro-ministro Saad Hariri, detido na Arábia Saudita.
Acuso certos protagonistas de quererem levar a cabo um golpe de Estado, para empurrar o país à guerra civil. Quem teria suficiente falta de escrúpulos, para tentar um golpe desse tipo, em plena epidemia, quando o país está em situação tão frágil?
Agradeço ao governo de Diab
Há também a questão do governo.
É verdade que, nas circunstâncias daquela explosão, seria difícil que qualquer governo se mantivesse.
Os libaneses, quando falam de um novo governo, devem ser cuidadosos. Não deem ouvidos àqueles que esperam a hora da vingança, que querem aproveitar-se da dor do povo para os seus próprios cálculos políticos.
Qualquer movimento político deve visar a um único principal objetivo: salvaguardar o Estado e evitar a guerra civil. Todos temos de agir com vistas a esse objetivo, sob este teto comum.
Está-se erguendo um muro de animosidade, que pode ser a ruína do Líbano.
Ao governo que se demite, quero, em nome do Hezbollah, apresentar-lhe nossos agradecimentos, ao Primeiro-ministro Hassan Diab e a todos os ministros, que aceitaram esta missão num momento muito difícil. Compreendemos a sua abordagem e valorizamos os serviços que prestaram ao Líbano. Esperamos que continuem a desempenhar as suas funções sob o governo provisório.
Quanto ao próximo governo, há negociações no seio dos blocos parlamentares sobre os nomes dos candidatos para a formação do governo.
No que diz respeito ao Hezbollah, deve ser claramente afirmado, como acontece com todas as pessoas que aspiram a um governo capaz e responsável, especialmente dado que os cargos ministeriais não são privilégios ou aquisições mas sim responsabilidades: queremos um governo poderoso, capaz e com forte cobertura política.
Tradicionalmente, desde que entramos na política, o Hezbollah temos sido sempre favoráveis a um governo de unidade nacional. Ou governo que tenha a mais ampla representatividade. Ao candidato, pedimos que respeite as prioridades, … incluindo, dentre outras coisas, o prosseguimento da investigação.
Buscar governo ‘neutro’ é perda de tempo
O que significa um governo neutro? Quem seria politicamente neutro no Líbano? Não há neutralidade no Líbano, não há pessoas neutras no Líbano.
Vou contar-lhes a história dos tais governos neutros. Americanos e ocidentais exigem ‘neutralidade’, em todos os países em que EUA e o ocidente não consigam instalar no poder as forças políticas EUA e o ocidente já controlam. A ‘neutralidade’ não passa de estratagema para minar a representatividade efetiva de um povo e de suas instituições.
No que nos diz respeito, discutir sobre governo neutro é perder tempo. Vamos usar o tempo para formar um governo que tenha a representatividade mais significativa.
Sabendo que algumas forças podem recusar-se a participar, depois de terem sido membros de governos anteriores durante décadas, deve-se determinar que, se se recusarem a assumir a responsabilidade em condições difíceis e a remediar as deficiências que causaram, devem ser afastadas da vida política.
Administre atentamente sua raiva!
Finalmente, gostaria de expressar a minha gratidão ao público da Resistência, que nos últimos tempos sofreu todo o tipo de provocações, nos recentes motins que assolaram as manifestações e os abusos que aí foram cometidos.
Gostaria de agradecer ao povo da Resistência, pela paciência e pela sagacidade de vocês. Havia uma grande raiva entre nós e era evidente que alguns gostariam de alimentar e usar essa raiva.
Preserve a sua raiva. Administre atentamente sua raiva. Podemos vir a precisar dela, para pôr fim às tentativas de nos arrastar para uma guerra civil.
A região e o mundo
Outro ponto: dia 18 de Agosto, o Tribunal Especial para o Líbano pronunciará o seu veredito. No que nos diz respeito, demos a nossa opinião sobre este tribunal… E não estamos preocupados com esse veredito. Se um de nossos irmãos for condenado, ignoraremos o veredito.
A conclusão é que devemos ter cuidado para que algumas pessoas não tirem partido deste veredito, por fora e por dentro, para agredir a Resistência.
Acima de tudo, aconselho o nosso público a ser paciente e sábio, para superarmos essa crise.
Coronavírus fora de controle
Último ponto que gostaria de referir: o coronavírus está fora de controle. A situação é agora perigosa. É nosso dever humano e religioso não nos pôr em situação de perigo, nem pôr em perigo os outros, e respeitar as prescrições médicas.
Há risco real de as pessoas esquecerem e até de se habituarem e negligenciar os cuidados.
Temos de coexistir com as medidas de contenção e temos de cumprir as prescrições.
Para concluir esta comemoração, lembro a responsabilidade que todos temos por esta vitória, de preservar o que se obteve e a lembrança de o quanto nos custou obtê-lo, para a proteção e a defesa do Líbano.
Nossa região e o mundo enfrentam importantes eventos, regionais e internacionais, nesse período que antecede as eleições nos EUA. Nós temos lado e temos de estar com nossos companheiros e combatentes da Resistência. No Líbano, trata-se agora de ultrapassar antagonismos e adversidades (Fim da transcrição).
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