Quantum Bird – 15 de outubro 2023
Primeiro, alguns pontos básicos sobre a insanidade descontrolada e psicopatia que parecem nortear as ações do governo sionista em Israel:
1- Os danos causados pelo ataque surpresa do Hamas à reputação do aparato de defesa e inteligência de Israel enterraram de vez o mito de sua invencibilidade e superioridade militar e tecnológica. Ficou claro para todos que o regime sionista não tem qualquer condição de se defender sozinho de uma milícia urbana, quanto mais fazer guerra ao Eixo da Resistência combinado.
2- O que o regime sionista em Israel pode, e sabe, fazer bem é atacar civis desarmados e destruir sua infraestrutura. Neste sentido, a resposta militar de Israel tem sido vastamente desproporcional. Inúmeros crimes de guerra estão sendo cometidos serialmente, em uma escala sem precedentes. O uso de bombas de fósforo branco contra civis foi reportado e confirmado, por exemplo.
3- Diversos alto oficiais do governo israelense têm usado a mídia local e as redes sociais para emitir declarações que equivalem a chamados por limpeza étnica e massacres contra os palestinos. O ministro da defesa se referiu em vídeo aos palestinos como “animais com forma humana”. E o governo de Israel bloqueou o fornecimento de água, eletricidade, internet, comida e ajuda humanitária a Gaza.
4- O governo de Israel ordenou a evacuação, inicialmente em 24h, de 1 milhão de pessoas para o sul de Gaza. O Hamas aconselhou a população a desconsiderar a ordem. Entretanto, algumas pessoas decidiram mover-se para o sul e um comboio foi organizado, aparentemente com a maioria sendo mulheres e crianças. Este comboio foi atacado pela força aérea israelense.
Estas ações, a ameaça de uma invasão de Gaza por terra e a consequente regionalização do conflito estão produzindo uma situação geopolítica curiosa e insustentável para os apoiadores de Israel no Ocidente Coletivo. Temos o Presidente Biden e seu secretário de estado, A. Blinken, declarando apoio incondicional dos Estados Unidos, mas enfatizando a necessidade de moderação e respeito à lei humanitária internacional. Temos a presidente e a chancelaria da União Europeia preocupados com a possibilidade de serem acusados de coparticipação em crimes de guerra, caso o plano de Israel de expelir os palestinos para o Egito ou um massacre de larga escala da população civil em Gaza devido ao bloqueio se materialize. Ao mesmo tempo, a situação política continua a se deteriorar na União Europeia devido, entre outras coisas, à repressão massiva violenta dos protestos civis – até agora pacíficos – contra as ações de Israel em Gaza. Tel Aviv, por outro lado, claramente não está interessada em qualquer sugestão de moderação ou cessar-fogo.
Por outro lado, os membros dos BRICS, nominalmente Rússia, China, Irã e Arábia Saudita, mais Egito, estão ocupando rapidamente o vácuo diplomático deixado pela incapacidade dos EUA e da União Europeia de controlar Israel, e atuando em bloco para propor e implementar iniciativas que levem à cessação das hostilidade e a um plano duradouro de paz. O Egito está frustrando o plano israelense de expelir os palestinos para o deserto e uma resolução do Conselho de Segurança para um cessar-fogo foi rascunhada por Rússia e China. Esta resolução será provavelmente aprovada no plenário e vetada por EUA, Franca e Inglaterra.
É nesse contexto que temos o Presidente Putin igualando o bloqueio imposto por Israel a Gaza ao Sítio de Leningrado pelas tropas nazistas alemãs. Putin é natural de São Petersburgo (antiga Leningrado) e deu esta declaração durante uma coletiva de imprensa em Bishkek, na sexta-feira, 13 outubro. Claramente, a analogia entre a Gaza e Leningrado é multidimensional e também se aplica à natureza do regime sionista em Israel. Putin também descartou a possibilidade de um empasse militar contra as tropas americanas no Mediterrâneo oriental, que seria a clara consequência do plano de Erdogan para o envio de uma frota humanitária por mar escoltada pela Rússia a partir da base aérea de Khmeimim, na Síria. Judô estilo Putin em ação.
Do ponto de vista do Ocidente Coletivo, se o plano era usar o conflito na Palestina para desviar a atenção da derrota colossal na Ucrânia, está falhando miseravelmente. Biden e os democratas nos EUA, e seus vassalos na União Europeia, conseguiram a proeza de se associarem a um criminoso de guerra serial e potencial genocida fora de controle enquanto tentavam se desvencilhar do comediante nazista. Além disso, se o conflito se regionalizar, boa sorte para a Comissão Europeia explicando ao europeu médio, a esta altura com frio, falido e desempregado, como lidar com uma nova crise de migrantes e refugiados.
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