Misión Verdad – 8 de novembro de 2024
Ontem, a Venezuela e a Rússia assinaram 17 novos acordos com o objetivo de fortalecer a parceria estratégica binacional, no âmbito da XVIII Reunião da Comissão Intergovernamental de Alto Nível (CIAN), realizada em Caracas.
No final do dia, e reunido com o vice-primeiro-ministro russo Dmitri Chernyshenko, o presidente Nicolás Maduro explicou que a “reunião nos permite avançar no aprendizado e desenvolver novas expectativas para o futuro da humanidade”, o que destaca o alcance qualitativo do evento.
A rota traçada na comissão delineia a cooperação bilateral até 2030, com ênfase no aumento do potencial de ambos os países no setor de energia e no avanço para novas oportunidades de cooperação nos campos científico-tecnológico, educacional, econômico-produtivo, financeiro e energético.
Um relacionamento bilateral “livre de pressões e chantagens”.
A relação bilateral entre a Rússia e a Venezuela existe há 79 anos. Hoje, é uma aliança estratégica de benefícios compartilhados para ambos os países, a ponto de terem assinado mais de 400 acordos até o momento.
Entre os avanços acordados na reunião da CIAN estão os seguintes:
- Plano de desenvolvimento de áreas-chave para a cooperação russo-venezuelana até 2030.
- Acordo de cooperação científica e tecnológica para promover vínculos entre instituições de ensino superior.
- Protocolo sobre troca de informações e assistência mútua com o sistema tarifário da União Econômica Eurasiática (EAEU).
- Memorando de entendimento entre a Petróleos de Venezuela e a Universidade Federal de Kazpan para educação, treinamento e assistência técnica nas áreas de petróleo, gás e petroquímica.
- Memorando de entendimento entre a Petróleos de Venezuela e a RT Project Technologies no campo da segurança industrial de petróleo envolvendo desenvolvimento de tecnologia, assistência técnica em equipamentos e treinamento profissional.
- Roteiro para um Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Geologia e uso do subsolo para os anos de 2024 e 2025.
- Plano de ação para implementar um Memorando de Entendimento e Cooperação na área trabalhista.
O comandante Hugo Chávez promoveu a expansão das relações a partir de 2001, quando desenvolveu as primeiras bases da cooperação estratégica com o país eurasiano.
A confiança é o principal fator do salto qualitativo expresso na CIAN, como afirmou a vice-presidente executiva e ministra do Petróleo, Delcy Rodríguez, perante os empresários russos na reunião anterior ao evento, na qual destacou o crescimento do comércio bilateral e as grandes oportunidades de desenvolvimento econômico conjunto.
Ao discursar na reunião da Comissão, o presidente Maduro disse que Caracas e Moscou estão construindo uma relação inabalável de ganho mútuo que é “livre de pressão, chantagem e sanções”.
A Venezuela tem resistido a várias operações de mudança de regime dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), potências que também atacam sistematicamente a Rússia por meio de sanções e guerra por procuração na Ucrânia.
O vínculo entre Caracas e Moscou, como declarou o presidente venezuelano, é marcado pelo respeito à autodeterminação e pela não interferência, ao contrário da visão colonialista do Norte Global.
Nessa linha, o vice-primeiro-ministro russo enfatizou que os empresários russos estão prontos para trabalhar na Venezuela e acrescentou: “Entendemos a necessidade de diminuir a dependência dos recursos energéticos e de proteger a soberania. O lado russo está pronto para garantir o apoio ao crescimento do potencial da Venezuela para criar uma economia independente e autossuficiente.
Em vez de criar dependência, os laços se concentram no intercâmbio tecnológico e na diversificação econômica, razão pela qual os acordos abrangem setores como tecnologia, energia, educação, comércio, finanças e turismo, conforme explicou o chefe de Estado, que destacou a importância dos investimentos mútuos e da implementação de novos modelos de pagamento em rublos e bolívares.
O mapa que desenha seu próprio caminho
O mapa de cooperação russo-venezuelano é uma expressão concreta da conexão entre os dois países, descrita por Chernyshenko como laços “que não podem ser rompidos e estamos unidos por uma parceria estratégica”.
Isso também foi expresso por Maduro ao enfatizar que Chávez fortaleceu o nexo bilateral com uma visão do século XXI e descreveu positivamente as “relações humanas, históricas e profundas com a Rússia que renasceu”. O elemento-chave da diplomacia venezuelana, prenunciado pelo líder venezuelano, é justamente a multipolaridade. No contexto da onda de globalização neoliberal do início deste século, ele deu o tom ao buscar um novo equilíbrio geopolítico global, favorável ao Sul Global, para o qual a participação da Rússia como potência é importante.
Por isso, o atual líder venezuelano destacou como Chávez previu o renascimento da Rússia desde o início e acreditava em seu florescimento “como uma das potências que moldariam o mundo multipolar” e que hoje “ela emergiu como uma superpotência global”.
Hoje, a potência eurasiática se fortaleceu a ponto de resistir à investida coercitiva dos EUA e de seus aliados, reorientando o comércio e buscando substituir as importações ocidentais, de modo que conseguiu resistir com sucesso às sanções.
É exatamente nesse sentido que o mapa da cooperação russo-venezuelana está focado: em promover condições na Venezuela, juntamente com outros países do Sul Global, para alcançar uma maior capacidade de contornar os impactos desses instrumentos de agressão por meio do que Maduro chama de “um caminho próprio”.
A Rússia, como parte do Brics, tem pressionado pela desdolarização, um mecanismo que levaria a níveis mais altos de independência financeira em pelo menos 25% das transações comerciais globais, como estimam alguns especialistas.
A cooperação energética foi complementada por outros itens, como cacau, café, abacate, açúcar de cana, vegetais e psitacídeos (espécies de aves), que foram exportados da Venezuela com um aumento de 453%.
Enquanto isso, o país importa da Rússia fertilizantes minerais ou químicos, óleo de soja, trigo, ervilhas, vacinas para medicina humana e outros. Essas importações aumentaram em 34%. O vice-presidente Rodríguez enfatizou esse fato para empresários russos e venezuelanos.
Soberania no centro
O estreitamento das relações com a Rússia representa uma ameaça para os Estados Unidos, disse a chefe do Comando Sul, Laura Richardson, que está deixando o cargo, no fórum anual de segurança do Aspen Institute, em setembro.
O funcionário, que anunciou o desejo de uma maior interferência regional dos EUA, propôs um “novo Plano Marshall” na América Latina e acusou, sem provas, a Rússia e a China de se beneficiarem das “organizações criminosas transnacionais” que operam em várias atividades ilícitas no continente. Essas acusações fazem parte da narrativa criminalizadora de que os EUA precisam impor suas regras ao redor do mundo.
Está claro que Washington consideraria a nova etapa de uma aliança estratégica entre a Rússia e a Venezuela como uma “ameaça”, de modo que a segurança da Venezuela permaneceria em um ponto crítico.
Os acordos assinados incluem áreas estratégicas como energia, cooperação econômica e militar. A esse respeito, Chernyshenko enfatizou a disposição do lado russo de suprir as necessidades militares venezuelanas com “armas e equipamentos militares mais sofisticados”.
Por sua vez, a vice-presidente agradeceu ao presidente russo, Vladimir Putin, por seu apoio ao equipar as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas e ao intercâmbio de cooperação para a “salvaguarda da integridade territorial e a garantia de nossa soberania nacional”.
O presidente Maduro também afirmou que “ninguém pode pretender moldar o mundo com base em pressões indevidas, sanções ou diplomacia do engano”, acrescentando que “já percorremos esse caminho”. Ao fazer isso, ele enfatizou a importância do que foi aprendido com a agressão multifacetada recebida nos últimos anos dos Estados Unidos e da Europa.
A Venezuela tem feito esforços extraordinários para alcançar sua recuperação econômica e forjar um cenário de estabilidade social duradoura, razão pela qual é vital estabelecer vínculos concretos e duradouros com o eixo Brics, como a força motriz da multipolaridade, a fim de fortalecer e desenvolver seu potencial. O resultado positivo da reunião da CIAN é o impulso positivo e o fortalecimento da parceria estratégica com a Rússia, um dos principais impulsionadores do movimento em direção à multipolaridade.
Fonte: https://misionverdad.com/venezuela/el-salto-cualitativo-de-la-relacion-estrategica-venezuela-rusia
A Venezuela vai cimentando sua independência face aos terroristas ianques.
Já o Brasil se vai afastando dos BRICS+ para ficar por baixo das patas dos nazis ianques.
Assim se assiste a dois destinos completamente opostos, Venezuela decolou rumo o futuro promissor enquanto o Brasil rumo dos roubados e dos pobres, enquanto os ianques ficam rindo dos palhaços de governos brasileiros que são todos entreguistas.