O governo Lula/ Alckmin e a política exterior “progressista”

Alejandro Acosta para o Saker Latinoamerica e PLR – 23 de janeiro 2023

Muito tem sido as expectativas da “esquerda” incorporada ao regime político sobre a política exterior do governo Lula/ Alckmin.

Até teve gente que divulgou a hipótese de que o motivador dos movimentos bolsonaristas em Brasília teria sido uma operação da CIA montada para dificultar a ação do Brasil nos BRICS.

Na realidade, o motivador dessa verdadeira arapuca em Brasília foi desestruturar os movimentos bolsonaristas e facilitar o governo Lula/ Alckmin sem a pressão do bolsonarismo triunfante no primeiro turno das eleições nacionais em outubro.

[PONER ALGUNA DE NUESTRAS MATÉRIAS SOBRE ESE ASUNTO]

Nesse contexto nos chamou a atenção o artículo do conhecido analista norte-americano baseado em Moscou Andrew Korybko do dia 19.1.2023, intitulado “Explicação do Brasil para atrasar a sua presidência dos BRICS é extremamente suspeita”. https://korybko.substack.com/p/brazils-explanation-for-delaying

A matéria começa já no primeiro parágrafo com uma afirmação muito elucidativa, considerando que o autor é abertamente putinista e que mantém vínculos com os órgãos da propaganda do governo russo:

“É inacreditável que uma potência ascendente como o Brasil não seja capaz de organizar mais que uma reunião multilateral importante em um ano. Aparentemente Lula está pagando um favor aos Estados Unidos, como um quid pro quo, pelas agências de inteligência ter ajudado a orquestrar o incidente do 8 de janeiro para consolidar o seu governo.”

E continua:

“O ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad, disse à elite global na Cúpula de Davos deste ano na quarta-feira que seu país quer adiar a presidência do BRICS planejada para 2024 até 2025. Segundo ele, “adiamos nossa presidência no BRICS para que não coincida com o G20… (a fim de) fazer um trabalho de qualidade em ambos os casos.””

“Em suma, o alinhamento ideológico doméstico de Lula com os liberais governantes dos EUA em questões socioculturais como aborto, mudança climática, COVID e relações sexuais não tradicionais, entre outros, é mais forte do que seu alinhamento ideológico internacional com os parceiros brasileiros do BRICS. Isso não é para subestimar o último, mas apenas para enfatizar a força do primeiro, o que explica por que ele está inesperadamente tentando adiar a planejada presidência do BRICS de seu país de 2024 para 2025.”

Conclusão

A “esquerda oficial” atingiu um nível de podridão tão profundo que é até inacreditável que uma questão tão óbvia tenha que ser trazida a tona por um putinista, porque essa política neste momento se transformou num calo no sapato, até pior do que havia durante o governo Bolsonaro.

Esse atrelamento ao imperialismo norte-americano, via o governo Lula/ Alckmin, até atingiu alguns setores da esquerda não diretamente incorporada ao regime.

Cabe a esquerda revolucionária não perder a cabeça.

A situação política tende a mudar sob o impacto da maior crise política capitalista de todos os tempos.


Alejandro Acosta é membro da Gazeta Revolucionária e Primera Línea Revolucionária América Latina. Diretor Geral de O Doleiro, a Primeira Série Brasileira para as Redes Sociais. Profundo conhecedor da realidade da América Latina e impulsionador da unidade dos verdadeiros revolucionários, anti-imperialistas e democratas.

3 Comments

  1. Led said:

    Texto Duvidoso , fontes inexistentes análise rasa

    29 January, 2023
    Reply
  2. Domingos Cordeiro said:

    A decisão de o Brasil solicitar adiar sua presidência no BRICs corresponde a uma proposta do Itamaraty de 2021.

    24 January, 2023
    Reply
    • Quantum Bird said:

      exatamente…

      25 January, 2023
      Reply

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