The Cradle – 22 de maio de 2024
Gholam Hossein Esmaili, que estava no terceiro helicóptero do comboio do presidente, detalha os momentos antes de o helicóptero de Ebrahim Raisi desaparecer de vista.
Durante uma entrevista em 21 de maio na Rede de Notícias da República Islâmica do Irã (IRINN), o chefe de gabinete do falecido presidente iraniano Ebrahim Raisi, Gholam Hossein Esmaili, conta o que testemunhou nos momentos que antecederam o incidente com o helicóptero que tirou a vida do presidente do Irã, de seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, e de sete de seus companheiros.
O Sr. Esmaili estava viajando no comboio de três helicópteros e estava em um dos dois helicópteros que chegaram ao seu destino em segurança.
Esmaili: Depois de nossas orações do meio-dia, partimos em direção a Tabriz. O tempo estava claro, não havia nenhuma condição climática com que se preocupar. Após meia hora no ar, antes de chegar à mina de cobre Sungun, havia uma pequena mancha de nuvens.
Última foto do helicóptero presidencial iraniano
Entrevistador: Então não havia neblina?
Esmaili: De modo algum. Havia neblina no solo, mas não no ar, onde estávamos avançando com os helicópteros. Entretanto, em uma pequena área compactada, havia uma pequena mancha de nuvens acima de um penhasco. Em termos de altura, essa nuvem estava na mesma altura que a altura do nosso voo.
Foi lá que o agora falecido piloto de helicóptero, que também era o comandante da frota, disse aos demais pilotos que subissem acima das nuvens. Nós éramos o terceiro helicóptero, atrás do helicóptero do presidente. Chegamos acima das nuvens e avançamos por aproximadamente 30 segundos. De repente, nosso piloto percebeu que o helicóptero principal que transportava o presidente estava faltando.
Rota e local da queda do helicóptero presidencial iraniano
Entrevistador: Vocês não viram mais o helicóptero depois de subir?
Esmaili: Sim, exatamente, após subir acima das nuvens, não vimos mais o helicóptero principal. A ascensão em si não foi difícil ou trabalhosa. Às vezes, quando usamos o avião, sentimos turbulência, mas não sentimos nada dentro do helicóptero dessa vez, quando estávamos subindo. E depois que subimos, não havia mais nuvens.
Entrevistador: Então, além disso, não havia nenhuma previsão do tempo mencionando qualquer distúrbio climático que tornasse o local inseguro?
Esmaili: Não, não havia. Pouco tempo depois, conseguimos enxergar abaixo de nós e não havia mais nuvens, e chegamos à área da mina de cobre. No entanto, percebemos que nosso piloto estava fazendo uma inversão de marcha de repentina, então perguntei a ele por quê? Ele disse que um de nossos helicópteros estava desaparecido. Achamos que eles fizeram um pouso de emergência, porque também não temos mais contato com ele por rádio. Então perguntei quando foi a última vez que houve contato. O piloto respondeu: “Há um minuto e 30 segundos, quando o piloto nos disse para subir acima das nuvens”
Nosso piloto circulou pela área algumas vezes, mas a área com a mancha de nuvens também estava invisível para nós e era muito arriscado entrar nessa área. Não conseguimos fazer contato por rádio várias vezes. Fomos forçados a fazer um pouso após 30 segundos, na mina de cobre Sungun para investigar.
Durante o voo, fizemos ligações contínuas por telefone celular com os passageiros, incluindo o guarda-costas, Sr. Abdollahian, o governador do Azerbaijão Oriental e o imã de sexta-feira de Tabriz. No entanto, tentamos ligar para todos eles sem sucesso.
Depois de algumas tentativas, ligando para o celular do capitão que acompanhava o presidente, alguém atendeu o telefone. Era o aiatolá Hashem, o imã das sextas-feiras de Tabriz. Ele nos disse que eu não estava me sentindo bem. Não nos disse nada de especial. Perguntei a ele o que aconteceu exatamente. Ele nos disse que não sabia o que havia acontecido e, quando perguntado sobre seu paradeiro, disse que não sabia. Ele apenas descreveu o que podia ver, descreveu-nos o que viu, por exemplo, cercado por árvores. Perguntei a ele sobre a situação dos outros, e o aiatolá respondeu que estava sozinho, que não conseguia ver mais ninguém e que estava sozinho.
A mina de cobre tinha boas instalações, como ambulâncias e os veículos necessários. Formamos uma equipe para procurar por eles. Também solicitamos ajuda emergencial imediata.
Esta entrevista foi transcrita por Arya M.
(*) No título original da matéria, usa-se a palavra downed, que significa literalmente “abatido”. Um leitor sugeriu que poderia significar “caído”, mas segundo o dicionário de sinônimos https://www.merriam-webster.com/thesaurus/downed a tradução mais adequada seria realmente abatido.
Fonte: https://thecradle.co/articles/raisis-chief-of-staff-describes-downed-helicopters-final-moments
Não estou dizendo que o helicóptero foi derrubado. Mas derrubar durante um tempo ruim, é mais fácil de esconder. E após a resposta iraniana ao ataque ao consulado, ficou claro pra Israel que qualquer coisa feita abertamente por Israel contra o Irã, seriam prontamente respondida.
Estamos no séc XXI, da pra derrubar sem usar uma bomba ou míssil. Interferência eletrônica, micro ondas, raio laser…
Os alemães perderam a Segunda Guerra, e não descobriram que a Enigma tinha sido decodificada. Os aliados quebraram o código alemão , e conseguiram fazer os nazistas acharem que tudo importante que estava dando errado era AZAR.
Valdeci, você também acredita que a quebra do código Enigma teve alguma influência no resultado da II Guerra Mundial? Enquanto os aliados ocidentais desembarcavam nas praias da Normandia em 6 de junho de 1944, no tão decantado e hollywoodesco “Dia D”, dando início à sua ofensiva em território europeu, o Exército Vermelho entrava em Berlim e hasteava a bandeira soviética no alto do Reichstag.
E a propósito dos seus brilhantes palpites, obviamente também saídos dos filminhos de Hollywood, recordo-lhe que os helicópteros militares russos não sentiram qualquer sinal de interferência, e de resto um helicóptero velho com comandos analógicos muito menos sentiria. E raios lazer no meio da selva iraniana?! Tenha juízo.
Sugiro que comece a ler alguma literatura séria sobre Geopolítica e estratégia militar e deixe a banda desenhada para as outras crianças.
Só para terminar:
Pessoalmente, quando procuro compreender um caso como o presente, costumo usar a Rasura de Occam. Se existem várias hipóteses de explicação e nenhuma delas se destaca, a mais simples é provavelmente verdadeira. As polícias de todo o mundo usam este princípio co bastante sucesso, embora, claro existam sempre exceções.
Os dois helicópteros de escolta eram modernos e de fabricação russa, e isso é perfeitamente normal porque tinham de estar em prontidão de combate no caso de o aparelho governamental ser ameaçado. Este último só tinha de se manter no ar.
O uso de aparelhos velhos em missões de governantes é perfeitamente usual. ainda recentemente a ministra alemã Annalena Baerbock teve de abortar uma viagem diplomática a um país estrangeiro por dificuldades técnicas no avião em que seguia. Os comentaristas pró-Rússia gozaram bastante com isso.
Tudo aponta para que o erro tenha sido do piloto e causado pela escassa visibilidade. Cai pela base a teoria de que a viagem de regresso deveria ter sido adiada por más condições climáticas. As condições eram boas à partida.
Como eu disse, as merdas acontecem.
É triste ver partir prematuramente mais um herói do nosso tempo, forjado na luta contra o Império, mas fico tranquilo com a garantia prestada de que nada irá mudar na política iraniana.
Este depoimento parece acabar com todas as dúvidas a respeito das causas da tragédia. Um helicóptero de fabrico norte-americano velho com 45 anos de uso sem nunca ter recebido manutenção (em parte por falta de peças sobressalentes devido às “sanções” americanas) e que provavelmente não estava equipado para voar com instrumentos. O piloto não terá calculado bem a distância ao solo montanhoso e espessamente arborizado, portanto muito irregular.
Se o aparelho tivesse sido alvejado com um míssil seria impossível que os ocupantes dos helicópteros da escolta não tivessem ouvido o estrondo da explosão. O mesmo se passaria se tivesse sido armadilhado com uma bomba. E em ambos os casos não teria havido nenhum sobrevivente para usar um celular, ainda que por pouco tempo. Nada foi escutado, eles apenas deram por falta do aparelho do Presidente depois de deixarem o banco de nevoeiro. O helicóptero obviamente terá chocado com um obstáculo que o piloto não conseguiu ver a tempo.
Também caem aviões e helicópteros militares russos e americanos com alguma frequência em resultado de avarias no equipamento, apesar de aparentemente estarem em perfeitas condições. As merdas acontecem.
Resta a consolação de ouvir da boca do Líder Supremo do Irã a garantia de que não haverá nenhum desvio na política futura deste grande país.
Esse argumento de que o Irã não tinha peças de reposição é muito frágil, porque quem tem dinheiro, compra no mercado negro.
E a maior incongruência: os russos são os grandes parceiros e fabricam helicopteros, de certo, melhores que os americanos. Então porque não tinham jogado no lixo essa sucata?
Se a morte pode ter um uso politico para manipular massas, certamente farão uso imoral dessas, ao invés de expor e corrigir as graves falhas.
Pela lógica, a unica peça dos USA a “altura” da perda do Soleimani seria Biden e não uns os mercenários do exercito americano, que tem data pra voltar pra casa, o exercício da guerra é um ato de turismo. Isso é assim pelo menos, desde a WW2.
Lembro duma estória de explosão de “reatores nucleares” (na verdade uma peça com um tubo helicoidal dentro) iranianos, que foram fruto de infiltrações de “hackers” via um dispositivo fabricado pela Siemens (se não erro na lembrança). Na época ficou claro que isso era uma estória. Qualquer um que tenha uma noção de redes, segurança de sites estratégicos riria do que reportaram.
Pepe Escobar previu o que ia acontecer com Prighozin muito antes do falso levante, onde o Pepe falou que os russos muitas vezes encenam farsas em guerras, que entitulam matrioshka. Não seria surpresa que Preghozin reencarnasse.
Muitas hipoteses em aberto, outras versões virão.
Andrei Martyanov tem exatamente a mesma opinião que eu tenho a respeito do acidente de Ebrahim Raisi,, inclusivamente sobre a ausência de manutenção do referido aparelho, e Martyanov não tem nada de “frágil” nas suas análises. A questão da ausência de peças sobressalentes devido às sanções americanas foi levantada pelo MOD da Rússia no dia de ontem. Eu costumo documentar-me antes de emitir opinião.
O caso de Prigozhin é completamente diferente. Ele era um traidor para além de um imbecil, provocou uma rebelião militar dentro das fronteiras de uma Rússia em guerra, fê-lo comprovadamente em conluio com o inimigo, não aceitou voluntariamente o exílio na Bielorrússia e tinha de morrer.
Se você está a insinuar que Raisi foi assassinado a mando da própria liderança iraniana é porque não tem a mais pequena ideia do que é o Islamismo Shiita. Não existem nenhuns indícios do que você escreve.
A hipótese de ter havido uma infiltração “hacker” nos comandos do Helicóptero é pelo menos teoricamente possível (no caso de esses comandos serem digitais, o que não me parece dada a antiguidade do aparelho) mas você não tem nada para a sustentar.
Também foi levantada a hipótese de ter sido essa a causa do recente acidente com o navio porta-contentores na ponte de Brooklyn, nos EUA, é possível, mas o facto de ser possível não faz com que seja automaticamente verdade.
O seu texto dispara em várias direções sem nenhum sentido e é o exemplo típico das “teorias de conspiração” que os americanos adoram porque servem justamente para retirar credibilidade àqueles que se esforçam honestamente por compreender os factos que eles querem manter na sombra.
Poxa. Está ficando muito difícil acreditar que foi obra do acaso. Que senhor vacilo das alas anti-imperialistas do Irã