Mudança de paradigma na Palestina – parte 2: A censura militar Israelense esconde a verdade

Thierry Meyssan (Rede Voltaire)- 11 de Outubro de 2023 – [Gentilmente enviado por ZT]

Era a informação mais importante da operação “Dilúvio de Al-Aqsa”, mas, no entanto, nos escapou. O ataque a Israel não foi conduzido pelos jiadistas do Hamas, mas por quatro grupos armados unidos. É a primeira vez, em cinquenta anos, que os Palestinos de Gaza se juntam.  

Queira-se ou não, os longos anos de indiferença ocidental pela sorte dos Palestinos terminaram. Agora, vai ser preciso começar à aplicar o Direito Internacional.
Benjamin Netanyahu acaba de se assegurar que os seus soldados estão prontos a obedecer-lhe, sejam quais forem as suas ordens.

Contrariamente àquilo que escrevi na semana passada, com base nos despachos das agências de imprensa ocidentais e árabes, o ataque de Israel de 7 de Outubro, de 2023 (Operação “Dilúvio de Al-Aqsa”) não foi apenas perpetrado pelo Hamas. O seu desencadeamento foi decidido por uma câmara de operações unitária do conjunto da Resistência Palestina. O Hamas, que é de longe o principal componente, forneceu o essencial das tropas, mas três outros grupos também participaram:

• a Jihad islâmica (sunita e komeinista),

• a Frente popular de libertação da Palestina (marxista) e

• a Frente popular de libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG).

A imprensa ocidental deu conta dos crimes bárbaros cometidos por alguns dos atacantes, mas não da delicadeza de alguns outros. Este jornalismo vesgo não deve espantar-nos.

Esta precisão modifica a interpretação do acontecimento. Já não se trata mais de uma operação jiadista dos Irmãos Muçulmanos, mas de um ataque do conjunto dos Palestinos de Gaza. Apenas a Fatah da Cisjordânia, que se mantêm à parte dos grupos citados acima e cujo Presidente, Mahmud Abbas, está gravemente doente, não participou.

O objetivo desta operação não era de “matar judeus”, mesmo que alguns jiadistas do Hamas o tenham feito, mas sim fazer prisioneiros, civis e militares, para trocá-los pelos detidos árabes das prisões de alta segurança israelenses [1]. Estes nem sempre são combatentes, mas por vezes civis. Eles foram levados sem poder trocar de roupa, para lembrar o modo como o Exército Israelense tratara os prisioneiros egípcios no final da Guerra dos Seis Dias.

Lembremos que o conflito israelo-palestino não opõe dois Estados (o de Israel ainda não tem fronteiras e o da Palestina ainda não é reconhecido), mas sim duas populações. Esta é uma situação especial: os Palestinos não são representados por um Estado e os Israelenses têm responsabilidades adicionais enquanto potência ocupante.

Estes eventos ocorrem quando, em 15 de Maio de 2023, o Conselho de Cooperação do Golfo, o Grupo dos 77, a Liga dos Estados Árabes, a Organização de Cooperação Islâmica e a China apelaram à suspensão de Israel das Nações Unidas até que Tel Aviv respeite os seus próprios compromissos [2] .

1° A Operação “Dilúvio de Al-Aqsa” surpreendeu Israel?

Contrariamente ao que pretendeu o Governo de coligação de Benjamin Netanyahu, a “Dilúvio de Al-Aqsa” não surpreendeu Israel. Este ataque estava planeado desde os enfrentamentos de Maio de 2021.

• Segundo a CNN, o Hamas treinou os seus combatentes tendo em vista desta operação durante um ano e meio [3]. Ele construiu seis campos de treino em Gaza e gravou aí filmes promocionais. Vídeos destes treinos foram publicados semanas antes do ataque [4].

• Em Março de 2023, o Hamas enviou uma grande delegação à Rússia. Nesta ocasião, fez saber ao Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que a sua paciência estava esgotada e que a sua raiva vinha “a caminho”.

• Em 2023, o Irã organizou debates entre as diversas forças anti-Israelenses da região, o Hezbolla, a Jihad Islâmica e o Hamas. Elas realizaram-se em Beirute (Líbano) sob a presidência do General Ismaïl Qaani, Comandante das brigadas al-Qods dos Guardas da Revolução iraniana. Elas tinha por fim reconciliar estes atores que tinham travado uma guerra feroz em Gaza e depois na Síria. Estas reuniões foram tornadas públicas, em Maio de 2003. Nesta ocasião a imprensa libanesa evocou a preparação da operação unida de 7 de Outubro. O Irã é, pois, responsável pela reconciliação das facções palestinas.

• Em 30 de Outubro, o Ministro egípcio da Inteligência, Kamel Abbas, telefonou ao Primeiro-Ministro Israelense para avisá-lo de uma grande operação do Hamas contra Israel [5]. O Egito que combate os Irmãos Muçulmanos estava inquieto em ver Israel continuar a deixá-los se desenvolver.

• Em 5 de Outubro, a CIA avisou a Mossad sobre uma grande operação da Resistência palestina unificada. Os Estados Unidos estavam preocupados com a sua amplitude. No entanto, segundo o New York Times, os relatórios da CIA (28 de Setembro e 5 de Outubro), ainda classificados, não mencionam a utilização de novas técnicas de combate pela Resistência palestina.

Os Serviços de Inteligência Israelenses realizaram então uma reunião para avaliar a ameaça. O Shin Bet (contraespionagem) e o Amman (Inteligência militar) participaram nela.

Portanto, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e o seu Gabinete mentiram aos seus cidadãos ao fingirem ter sido surpreendidos pelo Hamas.

2° Porque é que Israel deixou matar os seus ?

Várias hipóteses são possíveis. Eis aqui quatro:

• Os colonos habitando ilegalmente na Cisjordânia são omnipresentes no governo Israelense de coligação. Estavam cegos e surdos ao que se tramava em Gaza.

• Benjamin Netanyahu, retomando a ideologia de seu pai, Benzion Netanyahu, e do mentor deste, o Ucraniano Vladimir Jabotinsky, pensava acabar com a presença palestina tanto em Gaza como na Cisjordânia. Era esse quem descrevia a Palestina geográfica como “Uma terra sem Povo, para um Povo sem terra”.

• Benjamin Netanyahu, retomando um velho projeto, desejava criar um pretexto para justificar uma guerra contra o Irã e estender a influência de Israel no Médio-Oriente.

• Os discípulos estunidenses do fascista alemão Leo Strauss, prosseguindo aquilo que já fazem na Ucrânia, desejavam criar um pretexto para justificar uma guerra mais ampla contra a Rússia.

Estas quatro hipóteses não se excluem umas às outras, nem são exaustivas.

3° O paralelo com o 11-de-Setembro

Os dirigentes Israelenses estabeleceram um paralelo entre a versão oficial do ataque do Hamas e a versão oficial dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. Trata-se, para eles, de sublinhar a barbárie do adversário, a surpresa do campo do Bem e de justificar as guerras que se seguirão.

Este paralelo alimenta-se do fato de o Hamas se reivindicar como o ramo palestino da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, enquanto Osama Bin Laden fora treinado por Mohammad Qutb, irmão de sangue do cérebro da Confraria, Sayyid Qutb.

Este paralelo não tem base: é impossível que os atentados do 11-de-Setembro tenham sido perpetrados pela Al-Qaeda. As autoridades estunidenses jamais foram capazes de responder às minhas objecções [6] da sua versão. Além disso, desde estes acontecimentos novos elementos apareceram contradizendo a Administração do Presidente George W. Bush. Hoje em dia, 54% dos Estunidenses não acreditam na versão da Comissão de Inquérito Presidencial.

No entanto, embora continuemos a ignorar quem organizou exatamente os atentados do 11-de-Setembro, identificou-se um grupo que está implicado, o do Projeto para um Novo Século Estunidense (PNAC). Assim, um dos seus principais membros, Elliott Abrams, é o organizador da mudança de regime que Benjamin Netanyahu levou a cabo em Israel e que a sua Oposição qualificou como “Golpe de Estado”[6]. Ora, este indivíduo tem um pesado passado criminoso (nomeadamente, ele está implicado no genocídio de Maias pelo terrorista Israelense Yitzhak Shamir e o General guatemalteco Efraín Ríos Montt [7]. Foi condenado nos Estados Unidos pelas suas mentiras[8] e o seu papel no escândalo Irã-Contras), pode-se razoavelmente questionar o seu eventual papel na passividade de Israel face à preparação do ataque do Hamas.

Em Julho último, o Presidente Joe Biden nomeou este controverso Republicano para a Comissão consultiva bipartidária dos Estados Unidos da diplomacia pública, ou seja, para a supervisão da propaganda dos EUA no mundo.

4° Quem armou o Hamas ?

Uma operação tão sofisticada implica recursos e informações dos quais só um Estado dispõe. As armas que utilizou eram originárias dos Estados Unidos, da União Soviética e da Coreia do Norte. Elas circulam no Líbano e na Palestina.

Três hipóteses foram formuladas:

• A hipótese de responsabilidade iraniana deve ser rejeitada devido ao acordo celebrado entre Hassan al-Banna, o fundador da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, e Rouhollah Khomeini, o fundador da República islâmica do Irã. Além disso, o Irã desmentiu já nas Nações Unidas, com veemência, qualquer responsabilidade. É esta, no entanto, a teoria defendida por Elliott Abrams [9]. O Irã não é responsável pelo “Dilúvio de Al-Aqsa”, mas sim pela reconciliação das facções palestinas.

• Não há nenhuma evidência que sugira que a Rússia tenha sido responsável. O máximo que se pode dizer é que o conflito na Palestina absorverá os recursos ocidentais e, portanto, reduzirá sua pressão contra a Rússia na Ucrânia. Da mesma forma, podemos prever um aumento no preço dos hidrocarbonetos, o que beneficiará Moscou. No entanto, a Rússia não tem os recursos para lançar uma nova frente enquanto estiver lutando na Ucrânia. Além disso, Moscou tem lutado contra as milícias da Irmandade Muçulmana desde a criação da Federação Russa. No entanto, essa é a teoria que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apresentou aos 31 ministros da defesa da OTAN em Bruxelas, em 11 de outubro [10]. O Ministro Israelense da Defesa, Yoav Galant, fez uma intervenção semelhante em vídeo durante a reunião [11].

• A hipótese de uma responsabilidade turca, por outro lado, mantêm-se sempre. Para além de o Presidente Recep Tayyip Erdogan ter organizado o último congresso do Hamas na Turquia, os principais dirigentes do Hamas residem hoje em dia na Turquia, enquanto os membros da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, enquanto organismo internacional, partilham residências entre o Reino Unido, o Catar e a Turquia. Ora, sabendo que a CIA seguia a preparação da operação do Hamas, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, telefonou ao seu homólogo turco e antigo chefe dos Serviços Secretos, Hakan Fidan, na noite de 6 para 7 de Outubro[12], quer dizer no momento em que o Hamas lançava o seu ataque e antes mesmo de o Exército Israelense reagir. A seguir, Antony Blinken telefonou aos seus homólogos de Israel e na Palestina, e novamente [13] e ainda [14] na Turquia.

Por fim, durante a cúpula dos ministros da defesa da OTAN, o Secretário Loyd Austin revelou que os Estados Unidos haviam pedido à Turquia para intervir a fim de fazer libertar os reféns dos EUA. No entanto, não especificou se esta decisão tinha sido tomada antes ou depois do envio do grupo naval USS Gerald Ford.

5° Que diz o Direito Internacional a propósito do conflito israelo-palestino ?

Segundo as Nações Unidas, os Palestinos têm direito a um Estado soberano dentro das fronteiras de 1967 com Jerusalém Leste como capital. Esta fórmula implica que:

• O Estado da Palestina tem o direito a dispor do seu próprio exército (ao que Israel se opõe sem trégua);

• O conjunto das colônias judaicas pós-1967 e Jerusalém Leste devem ser restituídos ao Estado da Palestina.

• Cada Palestino, ou titular de direitos, terá o direito de regressar a Israel e de aí se estabelecer (direito ao regresso). Israel deverá indenizar aqueles cujos bens foram reciclados ou destruídos.

De acordo com as Nações Unidas, os Israelenses têm direito a um Estado soberano dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Ocidental como capital. Esta fórmula implica que:

• Israel tem o direito de dispor do seu próprio exército (que já dispõe)

• Todos os assentamentos judeus pós-1967 e Jerusalém Oriental devem ser devolvidos ao Estado da Palestina. Não é impossível que os israelenses continuem a viver lá, mas apenas como estrangeiros.

• Israel deverá conceder o direito de residência a cada palestino, ou titular de direitos, expulso em 1948, que o solicite. Israel deverá restituir-lhe os seus bens ou indenizá-lo (direito de regresso).

Inicialmente, estes dois Estados (Palestina e Israel) devem ser federados no seio de um Estado supranacional binacional. Isto é claramente impossível neste momento. Pode-se imaginar que uma força de paz internacional venha se interpor entre a Palestina e Israel. De novo, isso parece difícil. Por um lado, porque ninguém vai querer fazer parte dele e, por outro lado, porque não é o que previam as Nações Unidas originalmente. Esta previa o envio de observadores de manutenção da paz, mas não força militar de interposição. Por fim, pode-se imaginar desmilitarizar os dois Estados e dar-lhes garantias de não agressão por seus vizinhos.

Todos entendem claramente que a lei internacional impõe a Israel perdas consideráveis de território e propriedade, ao passo que se trata apenas de abandonar as reivindicações sobre a Palestina. Mas esse é o preço da justiça e da paz.

6° Qual é a reação de Israel?

A coligação de Benjamin Netanyahu, que inclui supremacistas judeus comparáveis aos supremacistas muçulmanos do Hamas, mudou em agosto as leis fundamentais de Israel, um Estado sem constituição. Segundo a opinião dos observadores, nomeadamente da imprensa estadunidense, o governo procedeu a um “Golpe de Estado” ao suprimir a independência da Justiça. Enormes manifestações sacudiram Israel durante vários meses.

Face ao ataque que está a sofrer, Israel só poderá sobreviver aceitando unir a sua classe dirigente. O antigo Primeiro-Ministro Yair Lapid exigiu que os ministros supremacistas judaicos se demitam para que ele possa participar num governo de unidade nacional. Itamar Ben-Gvir (Ministro da Segurança Interna) e Bezalel Smotrich (Ministro das Finanças) apoiaram desde que estão no Governo três pogroms anti-árabes, nomeadamente o de Hawarrah [15]. No entanto, o antigo Ministro da Defesa, o General Benny Ganz, não colocou a mesma condição. Em última análise, o atual Primeiro-Ministro decidiu incluí-los ambos no seu governo, sem demitir os supremacistas judaicos. Mas, criou um conselho de guerra, do qual os supremacistas judaicos estão excluídos.

Nesse momento, a censura militar entrou em cena. Ela é tão forte que o Ministro da Informação, Distel Atbaryan, se demitiu em plena guerra.

Não é possível saber a composição exata do conselho de guerra, cujas deliberações são muito tempestuosas. Tudo o que sabemos é que o Ministro da Defesa, General Yoav Gallant, não está na mesma sintonia que seu antecessor, General Benny Ganz. Tanto que o primeiro-ministro convocou o ex-chefe do Estado-Maior, general Gadi Eizenkot, um defensor do bombardeio maciço de civis, para participar das deliberações do Conselho como observador. Em nenhuma circunstância os israelenses ou o resto do mundo devem saber como os demais estão reagindo à passividade de Benjamin Netanyahu diante dos preparativos para a Operação Dilúvio de Al-Aqsa e das primeiras horas de sua execução. Da mesma forma, ninguém sabe o que o conselho de guerra decidiu. O próprio presidente Isaac Herzog foi mantido fora das deliberações.

Parece que os debates abordaram a expulsão para o Egito ou o massacre dos dois milhões de habitantes de Gaza. É por isso que o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez uma visita de emergência a Tel Aviv para pedir calma.

7° Como as coisas poderão evoluir?

De acordo com a lei internacional, Israel tem o direito de se defender em caso de ataque. Foi o que fez durante cinco dias, caçando os agressores que haviam entrado em seu território. Em seguida, Israel iniciou o cerco a Gaza, enquanto o exército israelense bombardeava a Cidade de Gaza (mas não o sul da Faixa de Gaza). Essa operação novamente viola a lei internacional. Se for possível aceitar que Israel tem o direito de seguir os combatentes palestinos em Gaza, o cerco à Faixa de Gaza e o bombardeio de prédios civis são crimes de guerra. Em uma coletiva de imprensa, ficou claro que o presidente de Israel, Isaac Herzog, não sabe o que seu exército está fazendo.

Reportando-se à posição da Liga Árabe desde a Guerra dos Seis Dias, o Egito fechou a sua fronteira com Gaza. A Liga entende apoiar as reivindicações palestinas e recusa, pois, qualquer transferência de população e qualquer naturalização. Além disso, o Cairo não pretende assumir a responsabilidade por 2 milhões de imigrantes e sobretudo do Hamas, cuja casa matriz, a Confraria dos Irmãos Muçulmanos, é proibida no Egito.

O Exército Israelense está pronto para reocupar a Faixa de Gaza. Ele posiciona-se em toda volta. A ocupação de Gaza constituiria uma violação do Direito Internacional, enquanto uma guerra contra-insurreicional seria, em si mesma, um crime de guerra.

Os Estados Unidos enviaram armas e munições para Israel. Eles deslocaram um grupo naval para a costa de Gaza (o porta-aviões USS Gerald Ford, o cruzador lança-mísseis guiados USS Normandy e os quatro destroieres de mísseis guiados USS Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney e USS Roosevelt), depois um segundo grupo naval (o porta-aviões USS Eisenhower, o cruzador lança-mísseis guiados USS Philippine Sea e os três destroieres de mísseis guiados USS Laboon, USS Mason e USS Gravely). No entanto, apelaram Israel à contenção.

Parece impossível que Israel consiga concluir o projeto de Vladimir Jabotinsky e esvaziar à força a Faixa de Gaza de seus dois milhões de habitantes sem uma intervenção internacional, a começar pela do Hezbollah. Uma retirada do exército seria mais provável.

[1]“’Top secret’ Hamas documents show that terrorists intentionally targeted elementary schools and a youth center”, Anna Schecter, NBC, October 13, 2023.

[2]“La Autoridad Palestina solicita a la ONU la suspensión de Israel por no respetar sus compromisos”, Voltaire, Actualidad Internacional, N°41, 19 de mayo de 2023.

[3]“Hamas militants trained for its deadly attack in plain sight and less than a mile from Israel’s heavily fortified border” by Paul P. Murphy, Tara John, Brent Swails & Oren Liebermann, CNN, October 12, 2023. “Hamas propaganda videos reveal stunning details leading up to attack on Israel”, Anderson Cooper 360, CNN, october 13, 2023.

[4]“Hamas practiced in plain sight, posting video of mock attack weeks before border breach”, Canadian Press, October 13, 2023.

[5]“Egyptian General Intelligence Director supposedly warned Netanyahu about ’something fierce from Gaza’”, Smadar Perry, YNetNews, October 10, 2023. “What went wrong? Questions emerge over Israel’s intelligence prowess after Hamas attack”, Tia Goldenberg, Associated Press, October 9, 2023.

[6]“The U.S. Right-wing Group Behind a Conservative Legal Revolution in Israel”, Nettanel Slyomovics, Ha’arets, January 30, 2023. “O Golpe de Estado dos straussianos em Israel”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 7 de Março de 2023.

[7]“Israeli Connection Not Just Guns for Guatemala”, George Black, NACLA Report on the Americas, 17:3, pp. 43-45, DOI: 10.1080/10714839.1983.11723592

[8]The El Mozote Massacre : Human Rights And Global Implications, Leigh Binford, University of Arizona Press, 2016.

[9]“The Hamas Attack on Israel Couldn’t Have Happened Without Iran”, Elliott Abrams, Newsweek, October 12, 2023.

[10]“In Brussels, Volodymyr Zelenskyy called on world leaders to support the people of Israel”, Presidency of Ukraine, October 11, 2023.

[11]“Déclaration du secrétaire général de l’Otan : “Israël n’est pas seul””, Organisation du Traité de l’Atlantique-Nord, 12 octobre 2023.

[12]“Secretary Blinken’s Call with Turkish Foreign Minister Fidan”, Department of State, October 6, 2023. NB : Há sete horas de diferença entre Israel e Washington. Vista dos Estados Unidos a operação do Hamas começou em 6 de Outubro cerca das 23 h.

[13]“Secretary Blinken’s Call with Turkish Foreign Minister Fidan”, Department of State, October 7, 2023.

[14]“Secretary Blinken’s Call with Turkish Foreign Minister Fidan”, Department of State, October 8, 2023.

[15]“400 colonos israelíes invaden una localidad palestina”, Voltaire, Actualidad Internacional – N°30, 3 de marzo de 2023.

Fonte: https://www.voltairenet.org/article219849.html

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