Por Natasha Wright em 15 de novembro de 2022
A retórica belicista está viva e goza de boa saúde por parte do Ocidente Coletivo e certamente não está morrendo com o tempo, muito pelo contrário.
Com uma retrospetiva do mês passado, pode-se ouvir que a inteligência russa é capaz de dizer, sem medo de contradição, que obteve evidências conclusivas de que os especialistas militares britânicos coordenaram os ataques aos gasodutos NS 1 e 2.
Numa nota relacionada, o Presidente turco Erdogan parece ter sido muito ativo nos dias de hoje nesta frente política. O famoso e infame acordo de grãos foi finalmente selado. Alguns tendem a pensar que certamente é demorou muito e que deveria ter acontecido muito antes. Não é certo que seja um bom sinal, quando os dois líderes, o Sr. Vladimir Putin, um epítome de mente sã e o seu infame homólogo, o Sr. Cocainsky….. oops, quero dizer, o Sr. Zelensky, poderão sentar-se à mesa de negociações em breve. A maioria dos analistas políticos tende a concordar que as negociações não acontecerão no formato Putin vs. Zelensky, mas Putin vs. quem presidir em Washington DC naquele momento. Isso parece ser uma determinação política.
Nem mesmo as negociações de fevereiro deste ano podem estar próximas daquelas planejadas no (imprevisível) futuro. A tão desejada mediação através de uma série de outras grandes potências pode certamente acontecer e intervir parcialmente e revitalizar as relações entre os dois países e possivelmente forjar etapas preparatórias. Aparentemente, só depois de mais algumas fases nesta guerra será possível iniciar as negociações de qualquer forma imaginável até agora. Nada realista é esperar que algo crucial aconteça mais cedo do que isso.
Um novo Plano Marshall está supostamente sendo preparado a todo o vapor para ser aberto e agitado sobre a Ucrânia, aconteça o que acontecer, independentemente dos graves danos e caos causados até agora na malfadada Ucrânia. Com o Presidente turco Erdogan a dizer que até o Chanceler alemão irá muito provavelmente mudar a sua retórica entediante em breve, por caridade. Pensando nessa terrível e trágica balbúrdia, há espaço para a mudança da retórica avassaladora, porque as consequências negativas mais graves se abaterão tanto sobre os países europeus como sobre a própria Ucrânia. A OTAN e os EUA não tiveram o suficiente de sua guerra por procuração mais brutal contra “o proverbial Urso Russo” com seu poderio militar de fazer cair o queixo. Infeliz Ucrânia sendo bode expiatório o tempo todo? Já vimos isso acontecer tantas vezes até agora, não vimos? Lamentavelmente, porém. Isso causará mais pontos de vista contraditórios e algumas discordâncias dentro da UE no seu posicionamento em relação à Rússia, per se.
Vladimir Putin afirmou clara e sucintamente que a Rússia não tem intenção de usar armas nucleares na Ucrânia. Embora muitos no Ocidente Coletivo continuem vendendo sua propaganda belicista de que isso está prestes a acontecer. Uma bomba suja está sendo mencionada com muita frequência para passar despercebida. A Ucrânia pode muito bem recorrer a ela na prática e não a Rússia. A retórica belicista está viva e goza de boa saúde por parte do Ocidente Coletivo e certamente não está morrendo com o tempo, mas muito pelo contrário. A proverbial angústia existencial relacionada à possível bomba suja é justificável e bem fundamentada, certamente porque uma usina nuclear pode ser atingida com o efeito devastador semelhante ao de uma verdadeira bomba nuclear.
Chacais da OTAN andando em um telhado de lata quente de uma ‘bomba nuclear suja’
As armas estratégicas podem ser utilizadas pelas tropas russas, desde que haja uma escalada esmagadora dos conflitos, mas, mais uma vez, do lado russo não há uma premente necessidade de avanço bélico de sua reserva militar ativa.
Acima de tudo, um dos principais objetivos dos militares russos neste conflito, como é normalmente o caso, é minimizar o número de mortes de civis e do exército, mas isso se deve principalmente ao fato de que os militares ucranianos decidiram intensificar suas atividades militares, independentemente do número maciço de mortos e dos danos mais catastróficos causados até agora. Lamentavelmente, a Ucrânia também recorreu a uma série de atos terroristas até hoje desde o início da operação militar especial russa de denazificação e desmilitarização da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022; os ataques terroristas acima mencionados pela Ucrânia em direção a Energodar, depois novamente contra a Ponte da Crimeia e uma série de ataques ao porto de Sebastopol por meio de drones militares e não esqueçamos o assassinato atroz de Darya Dugina. Todo esse caos tem uma assinatura segura do Ocidente Coletivo e sua metodologia de guerra, como recorrer a truques sujos, infiltração de comandos e uma infinidade de táticas de desvio. Estes assemelham-se às atividades britânicas na Segunda Guerra Mundial. A assinatura britânica é visível e reconhecível em todas essas operações. Lançar quinze ataques por meio de comandos através do lago artificial na Ucrânia é muito parecido com o Black Adder dizendo ‘Nós realizamos uma investida completa em suas trincheiras militares até agora. Ninguém espera que façamos a mesma coisa pela 15ª vez‘.
Infelizmente, muitas palavras verdadeiras foram ditas nessa brincadeira. Ou talvez este de Blackadder: “Eu inventei um plano tão astuto que você poderia colocar uma cauda nele e chamá-lo de fuinha”. Presumo que o velho demente do Washington DC disfarçado de presidente dos EUA vai para a cama com um sorriso malicioso todas as noites murmurando esta citação.
A Grã-Bretanha, sendo o principal feitor dos EUA na Europa e sua indiscutível “cavalaria do Apocalipse”, com uma animosidade centenária e um sentimento nefasto contra a Rússia e sua rivalidade imperial e sua famosa e infame experiência diplomática e de inteligência com uma infinidade de subversões e diversões militares que nunca deixam de existir.
Com uma rápida olhada na UE, a França, a Alemanha e a Polônia fizeram um esforço substancial para que a UE revisse as atitudes em relação à Rússia há um mês, mas parece haver interesses contraditórios entre os países da UE. [NT: este parágrafo vem repetido pela autora logo mais abaixo e portanto a tradução apenas segue o original]
Os britânicos parecem ter esse tique neurótico imperial em sua textura nacional para tentar superar e enganar a Rússia “para sempre”, dados os avisos contínuos do Banco da Inglaterra, para citar apenas um, que parece continuar sinalizando que o Reino Unido está em dificuldades financeiras, cujas finanças não estão nem perto daquelas nos tempos do Império Britânico na época. Não se pode deixar de recordar a Crise de Suez 1956 (Todas as partes) – YouTube e, a partir de então, uma série de sinais da diminuição do poder do Reino Unido, juntamente com governos de curta duração, líderes políticos sem brilho e primeiros-ministros ignorantes. ‘Aí daquela terra que é governada por uma criança’. William Shakespeare e seu famoso ditado em Richard III, 2° ato, c.3, l.11.
Com uma rápida olhada na UE, a França, a Alemanha e a Polônia fizeram um esforço substancial para que a UE revisse as atitudes em relação à Rússia há um mês, mas parece haver interesses contraditórios entre os países da UE, por isso esse esforço parece ser um “filho natimorto da burocracia de Bruxelas” (por favor, perdoe minha alfinetada infeliz).
Afinal, tanto a França como a Alemanha são incapazes e inaptas de se opor aos EUA. A Polônia está em seu fronte de extrema oposição, dadas as suas lições amargas aprendidas no passado, mas continua a assumir uma posição belicista, na medida em que a Polônia e o Reino Unido parecem ser rivais proverbiais em quem vai ser mais um russofóbico. É surpreendentemente óbvio que o governo polonês está lançando seus ataques de birra políticos, tentando se reposicionar geopoliticamente, embora os poloneses comuns se envolvam em protestos em massa por causa das contas exorbitantes que se aproximam e do inverno sombrio que chega rapidamente. A maioria dos pobres está dolorosamente consciente de que eles são um mero escudo humano em um possível conflito marcial com a Rússia. A história pode muito bem se repetir mais uma vez.
A UE é demasiado fraca para ser de alguma forma vital na tomada de decisões sobre estas questões e enquanto Vladimir Putin, no seu formidável discurso na conferência de Valdai, continua a reiterar que o mundo, como conhecemos até agora, chegou ao fim e anuncia a criação de um novo mundo, o velho demente em DC, disfarçado de Presidente dos EUA nas suas moonwalks a la Lady MacBeth, parece estar tentando resistir aos esforços constantes do tempo e da evolução e tentando desesperadamente enterrar os acontecimentos à sua volta e fazer o Clube Internacional de Discussão de Valdai cair no esquecimento.
Uma bomba nuclear é uma bomba nuclear
O termo bomba suja, por mais estranho que possa parecer para os leigos, não se originou da ciência, mas, estranhamente, da literatura. Foi cunhado por um autor de ficção científica, Robert Heinline, três anos antes do mundo ficar sabendo do histórico projeto Manhattan, que resultou nos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki.
Ao contrário da verdadeira bomba nuclear, felizmente, a bomba suja permanecerá no reino da ficção científica por um futuro previsível. Até agora não surgiu a necessidade para que seja usada.
Ao contrário de sua contraparte oximorônica, a saber, “uma bomba nuclear limpa”, a bomba suja acima mencionada pode ser construída por qualquer Zé Mané ou, infelizmente, até mesmo Zefa por aí. Basta um pouco de engenhosidade inventiva de mentes medíocres imorais, alguns resíduos nucleares, um recipiente para colocar tudo e um método para lançá-lo e acertar o alvo por meio de um foguete de curto alcance e em questão de segundos os likes de Boris Johnson, Liz Truss ou do Biden demente ou da nefasta Victoria Nuland, para citar alguns, saltariam e pulando de alegria murmurariam as palavras ‘Bob’s your uncle!’ [NT: Bob é seu tio. Frase significa na Inglaterra e países da Commonwealth que algo está feito.]
Uma vez que uma bomba nuclear é usada os seres humanos podem supostamente viver no local em três a quatro anos. Seu decaimento nuclear é de curta duração, afirmam os cientistas nucleares. Tais são os exemplos de Hiroshima e Nagasaki. Mas não é o mesmo com uma bomba suja. Ela espalha matéria radioativa pelo local e tende a permanecer por um longo período de tempo. Atacar e atingir intencionalmente a central nuclear de Zaporozhye seria um desastre, na medida em que ali existem quantidades colossais de resíduos nucleares.
A diferença marcante entre os dois é que a verdadeira bomba nuclear tem um poder destrutivo formidável. A Rússia não tem intenção de usar nenhum desses dois principalmente porque ela, ou seja, a Rússia, não alcançaria nenhum de seus principais objetivos, porque os centros de poder de guerra certamente não estão baseados na Ucrânia, mas longe na Casa Branca e no Pentágono, Nº 10 ou no Bundestag (e talvez Bruxelas possa estar uivando em seus indesejados esforços de cérebro de passarinho). A Rússia, se alguma vez optasse por uma opção nuclear, mancharia sua própria imagem soberba que teve na diplomacia da dignidade e do fair play, seja em circunstâncias bastante infelizes de sua operação militar especial para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia.
Se a Rússia optasse por um ataque nuclear, perderia apoio massivo de seus amigos, parceiros e aliados em todo o mundo. Certamente não é verdade aquilo que o Ocidente Coletivo continua papagueando de que o mundo inteiro é contra a Rússia. Pode-se dizer que, sem medo de contradição, certamente não é.
Toda a narrativa de escárnio praticada pelo ocidente coletivo é uma narrativa estúpida para dizer às massas ingênuas em seu número sempre crescente de operações de bandeiras falsas que se pode possivelmente inventar. Black Adder e Baldrick vêm à mente mais uma vez. Todas as piadas à parte, as palavras misteriosas de Erich Maria Remarque Nada de Novo no Front ecoam com sua precisão sucinta ainda um século depois.
Fonte: https://strategic-culture.org/news/2022/11/15/umpteen-shades-of-nato-false-flags/
© Imagem: REUTERS/Guglielmo Mangiapane
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