Como todos já sabemos, desde ontem, sábado 09/04/2022, Imran Khan não é mais o premier do Paquistão. A versão curta — e bastante imprecisa — da história seria que Khan teria recebido uma moção de desconfiança no parlamento paquistanês. Esta é a versão que está agora sendo empurrada e normalizada na mídia ocidental. Ou seja, nada além de mera rotina em regimes democráticos (‘sic’!).
A realidade é sempre mais complexa. E ao que tudo indica, Imran Khan foi de fato removido via um golpe jurídico-parlamentar, muito similar àquele que afastou a presidente Dilma Roussef no Brasil em 2016. Entretanto, ao contrário da sua colega brasileira, Khan — muito popular no Paquistão, pois fazia um governo razoável — resistiu e denunciou ativamente o golpe, conseguindo até mesmo revertê-lo ao nível do parlamento. Foi quando — como sempre acontece nas “democracias ocidentais” — a Suprema Corte foi acionada e bateu o martelo a favor dos golpistas, removendo Khan do gabinete.
A mudança de regime no Paquistão deve ser entendida como parte da reação do Império (EUA + OTAN) à integração da Eurásia e ao colapso da ordem unipolar centralizada nos EUA.
As informações ainda estão chegando e não quero arriscar passar qualquer informação imprecisa. Os links abaixo mostram a situação atual em várias cidades do Paquistão, onde o povo está indo às ruas para exigir o retorno de Khan, a renúncia de juízes da Suprema Corte do Paquistão e membros do Parlamento.
Vejam vocês mesmos:
https://www.youtube.com/watch?v=BLrwzPRLL_k&t=30s
https://twitter.com/HasaanMustafaM1/status/1513222005650243587
https://twitter.com/PTIofficial/status/1513193715837325319
Fiquem ligados, a situação está em pleno desenvolvimento.
Quantum Bird.
Atualizações — 12 de abril 2022:
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