1/11/2019, Moon of Alabama
Ucrânia-gate é o novo Rússia-gate. A ‘denúncia do vazador’ é o novo ‘dossiê sujo’. O ‘ex’ espião do MI6 Christopher Steele escreveu o dossiê. O atual espião da CIA Eric Ciaramella escreveu a ‘denúncia’:
Documentos federais revelam que Ciaramella, 33 anos, Democrata registrado, da Casa Branca de Obama, que antes trabalhara com o vice-presidente Joe Biden e o ex-diretor da CIA John Brennan, crítico estridente de Trump, ajudou a iniciar a investigação da “colusão” na campanha de Trump durante a eleição de 2016.
Depois, Ciaramella (pronuncia-se kiar-a-MEL-ah) deixou o posto no Conselho de Segurança Nacional na Ala Oeste da Casa Branca em meados de 2017, cercado de suspeitas de ter sido responsável por vazamentos negativos para a mídia. Logo depois retornou ao quartel-general da CIA em Langley, Virginia.
“Foi acusado de trabalhar contra Trump e vazar contra Trump” – disse um ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional, o qual, para discutir questões de inteligência, pediu que seu nome não fosse divulgado.
Ciaramella também se aproximou para “orientação”, do staff do presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes Adam Schiff, que incluía ex-colegas que já vinham do tempo de Obama, e que o gabinete de Schiff havia recrutado recentemente do Conselho de Segurança Nacional. Schiff é o procurador-chefe no inquérito do impeachment de Trump.
E Ciaramella trabalhou com uma agente do Comitê Democrata Nacional, que jogou lama sobre a campanha de Trump durante a eleição de 2016, convidando-a para reuniões na Casa Branca, disseram ex-colegas. A agente, Alexandra Chalupa, ucraniana-norte-americana que apoiara Hillary Clinton, comandou um esforço para conectar a campanha dos Republicanos e o governo russo. “Ela a conhece. Ele a manteve na Casa Branca” – disse um ex-colega, que pediu que seu nome não fosse citado sobre esse assunto sensível.
Todo o novelão do impeachment que os Democratas dispararam é enorme erro político.
Os Democratas escolheram a questão errada – Ucrânia –, onde eles mesmos têm incontáveis esqueletos enterrados. Terem escolhido um telefonema de Trump para o presidente da Ucrânia, como item no qual pendurar o impeachment, é ato particularmente estúpido. O telefonema de Trump foi menos incriminador que a pressão feita por Biden sobre o presidente da Ucrâniapara que ajudasse o patrão de seu filho, Hunter. Também é erro deixar que o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara Adam Schiff comande o processo de impeachment. Schiff jávacilou ao não convocar o ‘vazador’ para depor, depois de aconselhado, segundo o noticiário, por dois membros de seu staff, que conheciam Ciaramella por terem trabalhado com ele no Conselho de Segurança de Obama.
O processo criará muito grave dano colateral. Ferirá muita gente envolvida, mas não separará Trump dos seus eleitores. E não terminará com o impeachment. Acredito, como Noam Chomsky, que a coisa toda, no fim, até ajudará Trump:
“É movimento politicamente inteligente? Sinceramente, não me parece que seja. Acho que acontecerá mais ou menos como no [caso do] relatório Mueller, o qual, na minha avaliação, também foi erro político. Provavelmente o impeachment passará na Câmara e irá para o Senado. Os senadores Republicanos são rematados covardes. A base eleitoral de Trump os paralisa de medo. Com certeza votarão contra o pedido de impeachment. Trump escapará em condições de declarar-se perseguido: “O Estado Profundo e os Democratas traidores tentaram vencer ‘no tapetão’. Votem em mim!”
Trump pode ser derrotado por boas políticas. Em vez de pensar em boas políticas, os Democratas tentam derrotá-lo com teatro. Problema é que Trump é showman muito melhor que Schiff ou qualquer outro Democrata. Fica-se pensando até que desejam que Trump vença.*******
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