Equações… Quais equações?

Quantum Bird – 28 de setembro de 2024

Durante a noite passada, a entidade sionista bombardeou os subúrbios ao sul de Beirute, capital do Líbano, com mais de 85 toneladas de bombas fornecidas pelos EUA. O alvo foi uma área residencial e vários grandes blocos de apartamentos foram destruídos. Como no caso dos pagers explosivos, o ataque foi indiscriminado e o número de vítimas civis está provavelmente em duas ordens de magnitude.

O alvo era o Sayed Hassan Nasrallah, o Secretário Geral do movimento Hezbollah, que morreu no ataque. Outros membros seniores, incluindo quadros do IRGC, também foram atingidos.

A notícia do massacre de civis e da morte de Nasrallah deixou muitos em choque e enfureceu a população da região inteira. Entretanto, é improvável que os esforços de decapitação do Hezbollah resultem em qualquer vantagem para Israel. De fato, o mais provável é que ocorra o efeito contrário.

O canal telegram Slayangrad escreveu:

Então, você mata um líder que nunca havia travado guerra contra seu povo, a não ser com palavras de luta — o que acontece então, conforme a análise da teoria dos jogos?

O próximo (inevitável) líder percebe que, para se manter vivo e promover a fortuna de seu povo, ele não tem escolha a não ser travar a guerra que seu predecessor assassinado se recusou/falhou em começar. [https://t.me/Slavyangrad/109721]

O Slayangrad está – matemática, histórica e geopoliticamente — correto. De fato, em 1992, quando Israel assassinou Abbas al-Musawi, o fundador e chefe do Hezbollah, seu substituto, Hassan Nasrallah, provou ser um inimigo formidável para Israel. O substituto de Nasrallah será mais jovem, menos propenso a correr riscos e um inimigo ainda mais formidável.

Para o resto do Eixo da Resistência, principalmente o Irã, a lições são claras:

1- A entidade sionista age como um psicopata assassino serial. Ela não respeita regras ou “equações” de engajamento. Tampouco partilha de qualquer senso de moralidade e ética, pois ambos requerem uma mente racional, capaz de cálculos realistas. Os sionistas são fanáticos religiosos revisionistas.

2- Dissuasão e destruição mútua assegurada (MAD) só fazem sentido se os atores envolvidos estiverem de fato dispostos a irem às últimas consequências. Ou seja, relutância anula a dissuasão.

3- “Equações e regras de engajamento” são noções abstratas que não devem substituir desenvolvimento de inteligência, contrainteligência e meios de dissuasão efetivos e sérios.

4- Os EUA e Israel são uma entidade única e não faz nenhum sentido considerar noções como “quem é o rabo, quem é o cachorro e quem abana quem?”

A liderança do Eixo da Resistência seguramente entende estes pontos no nível retórico e histórico, mas parecem relutantes em implementá-los concretamente. Cálculos sobre não fornecer motivos para o envolvimento direto dos EUA só fazem sentido no contexto de destruição mútua assegurada de fato – todos os atores incluídos. Essa foi a lição que Kin Jong Un aprendeu e a liderança iraniana parece ter saltado.

O plano anglo-sionista está exposto e o Irã é o alvo final. Antes vem o Líbano, a Síria, o Iraque e o Iêmen. O massacre sangrento que incluiu ao assassinato de Nasrallah, em pleno 2024, deixa claro que a entidade sionista tentará viabilizar sua existência por quaisquer meios disponíveis.

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