A “Contraofensiva” Ucraniana na Região de Kharkov: Uma Análise

Por Enlil para o Saker Latinoamérica e Canal Telegram Frente Oriental – 11 de setembro de 2022

Imagem de capa: Marian Kamensky.

Quem determina a dinâmica, ritmo e tempo nas frentes da Operação Militar Especial são os russos.

Sabiam muitíssimo bem quando, com o que e onde seria essa ofensiva em Kharkov (assim como a de Kherson).

Os russos não iriam manter guarnecidas posições estáticas ao alcance de artilharia e em desvantagem numérica; a Rússia e aliados das milícias das Repúblicas Popular de Donetsk e Lugansk tem uma desvantagem de tropas em campo de 3:1-6:1, dependendo da frente. Todas outras valências no Teatro de Operações são vantagens russas (poder de fogo, manobrabilidade, logística, alcance, C3ISR [1], moral e treinamento) como já observado por analistas sérios.

Quase todo arsenal de origem soviética e ucraniano (cuja indústria de defesa não existe mais – by Kalibrs, Iskanders, Khinzals, etcs), material da OTAN (o que chega na frente efetivamente, estimado inclusive por analistas pró-OTAN em 1/3) e todas unidades profissionais com experiência em combate das Forças Armadas Ucranianas, Guarda Nacional e Forças de Defesa Territoriais (reservistas, paramilitares, “voluntários” nacionais e mercenários estrangeiros) estão sendo destruídos e aniquilados nas frentes de batalha de Kharkov a Kherson… Em pouco tempo a OTAN não terá mais o que fornecer para a Ucrânia, fora os EUA, assim como a maior parte do pessoal treinado pela OTAN terá instrução apenas elementar e sem experiência em combate.

Desde a retirada tática dos Oblasts de Kiev, Chernihiv e Sumy (cujas operações visavam conter as reservas ucranianas que poderiam ser enviadas para as frentes leste e sul no começo da operação) os russos não fazem avanços sem antes “amaciar” muito bem as áreas fortificadas, fazer ataques pontuais e de precisão nas áreas urbanas civis que os ucranianos usam como escudo, sobretudo em Donbass! Tanto para evitar baixas civis quanto danos críticos a infraestrutura civil que teriam que reconstruir pós-libertação dos territórios.

Os ucranianos agora estão em posições defensivas móveis, com flanco aberto, sem reservas e apoio aéreo frente uma contraofensiva russa na Região de Kharkov. As baixas russas e das milícias das Repúblicas Popular de Donetsk e Lugansk foram mínimas e perda material momentânea reposta pelas reservas. Todos os fundamentos em campo, e reportes iniciais de baixas materiais e humanas, apontam para o desfecho inevitável já visto em outras “iniciativas” ucranianas… Todas com objetivo de propaganda para continuar tentando manter interna e externamente (para o público europeu e estadunidense) legitimidade e apoio ao moedor de carne e buraco sem fundo de aço retorcido ucraniano…


Enlil: Editor do canal público Frente Oriental no Telegram (https://t.me/frenteoriental), dedicado a História, Geopolítica e Defesa, com foco em China, Irã, Rússia e conflitos no Oriente Médio (sobretudo envolvendo as forças do “Eixo da Resistência” do Irã-Iraque-Síria-Líbano e Iêmen), na África e outras regiões da Ásia (sobretudo Central).

Nota:

[1]: C3ISR: Command, Control, Communication, Intelligence, Surveillance and Reconnaissance (Comando, Controle, Comunicação, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento).

One Comment

  1. pasha said:

    Hello! Seems like the Saker English language site is under attack, I was unexpectedly redirected here. The Yandex autotranslate is not as efficient Spanish to English so I’m having trouble reading the article, but the parts I can understand makes sense. Thanks!

    12 September, 2022
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