Misión Verdad – 08 de agosto de 2023
Foto de capa: A mina Mutuca, em Macacos, município de Minas Gerais. Fotógrafo: Jonne Roriz.
“O protagonismo de lítio no mundo é o protagonismo de Minas Gerais e do Brasil” disse o secretário de geologia do Ministério de Minas e Energia daquele país, Vitor Saback, ao anunciar em maio no mercado de ações Nasdaq o lançamento do projeto Lithium Valley – em português Vale do Lítio — nesta região do país amazônico.
Não é por acaso que o anúncio deste plano foi feito na maior bolsa de valores do mundo, conhecida por empresas imobiliárias que se dedicam à produção e distribuição do minério em questão, como o Piemonte Lítio, que no momento desenvolve operações na Carolina do Norte.
O objetivo prioritário é atrair grandes investimentos para o processamento do lítio no Brasil, cujas duas grandes vantagens consistem na abundância de suas reservas e na pureza do elemento.
Minas Gerais é um estado no sudeste do Brasil conhecido por seus grandes reservatórios de ferro; agora tornou-se em um centro de lítio em expansão, especificamente no Vale do Jequitinhonha.
De acordo com o Serviço Geológico Brasileiro, esta área abriga 45 focos, distribuídos em 14 municípios do território, afirmando que “o potencial de cada jazida compreende 20 vezes mais do que as reservas minerais de outras regiões, o que garante matéria-prima de longo prazo.”
- As reservas de lítio brasileiro testadas até agora são 730 mil toneladas.
Além dessa abundância, o salto prospectivo para a Lithium Valley é que o recurso nesta área é de alta pureza, o que facilita seu processamento. Foi isso que assim indicou o relatório do ano passado da empresa americana Atlas Lithium Corporation, anteriormente chamada de Brazil Minerals Inc.:
“As grandes jazidas do mineral vêm associadas com pegmatitos, os qual contêm altas concentrações de substâncias conjugadas com lítio, como espodumena e a petalita. Em geral, o lítio derivado do pegmatito é menos caro para processar e purificar em comparação com o uso de alta tecnologia para a lítio obtido da salmoura”.
Tais vantagens são muito bem conhecidas para a empresa canadense Sigma Lithium, que em março deste ano obteve a licença para produzir e comercializar o recurso no Brasil. Ana Cabral-Gardner, diretora executiva e co-presidente desta indústria, acompanhou as autoridades do governo no toque do sino na Nasdaq.
No final de julho, a canadense despachou sua primeira remessa de “lítio verde” para a China, que incluiu 15.000 toneladas de “lítio verde triplo zero” e 15.000 toneladas de subprodutos “verdes triplo zero”.
O termo “triplo zero” refere- se ao três impactos ambientais que podem ter a produção do elemento acima mencionado, sendo considerado ambientalmente “sustentável e socialmente responsável”. No entanto, nada disso é realmente cumprido, mas corresponde a uma forma de valorizar o produto na rede de competição de negócios.
Por outro lado, há alguns meses Fernando Passalio de Avelar, secretário de desenvolvimento econômico de Minas Gerais, viajou à Austrália para assinar o acordo com a Latim Resorces com vista a consolidar o Projeto de Lítio Salinas no estado mineiro. Em junho, Christopher Gale, Fundador e Diretor executivo da Oceanic Company , afirmou que “o Brasil está a caminho de se converter em um dos principais produtores de lítio do mundo”.
Fica evidente o crescente interesse das empresas estrangeiras no país amazônico devido ao seu potencial de recursos, quer pelas grandes reservas, quer pelas vantagens de extração delas. O boom dos contratos fala por si: nos primeiros quatro meses de 2023 abriram-se 188 processos mineradores relacionados ao lítio no Brasil , o mesmo valor registrado entre 1973 e 2021.
Parece certo que esse elemento colocará o Brasil entre os primeiro postos na classificação de quem detém o recurso, que se tornou altamente estratégico no novo cenário do comércio mundial.
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Fonte: https://misionverdad.com/globalistan/brasil-otra-fuente-distinta-al-triangulo-del-litio
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