3/2/2010, Nikkei Asia Review, Takashi Kawakami e Shunsuke Tabeta, da redação [dica de Pepe Escobar pelo FB, tradução automática, revista]. Adiante, artigo comentado adiante.
GUANGZHOU/PEQUIM – O surto de coronavírus está afetando o setor manufatureiro da China, atingindo uma região crucial para a iniciativa de alta tecnologia “Made in China 2025”, além de um centro para a indústria automotiva.
A atividade fabril em Wuhan, o epicentro do surto, hoje sob quarentena, foi reduzida; empresas dizem aos trabalhadores que não saiam de casa e o trânsito para dentro e fora da cidade permanece bloqueado.
Mas como sinal de onde estão as prioridades de Pequim, os principais produtores de aço, produtos químicos e semicondutores permanecem em operação, assim como as concessionárias de energia elétrica, graças ao forte apoio do governo local, de acordo com um porta-voz de uma empresa estatal de Wuhan.
Beneficiária de uma localização estratégica na junção de dois rios, Wuhan transformou-se em potência industrial, em parte devido às suas vantagens logísticas.
A província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, representa pouco mais de 4% da economia da China, a segunda maior do mundo depois dos EUA. A cidade foi chamada de “Chicago do Oriente” por sua importância industrial e de transporte.
Especialista da indústria de semicondutores assim resumiu a situação em Wuhan: “Trabalhadores que viajaram para o feriado do Festival da Primavera não podem retornar; além disso, os gerentes de controle de qualidade das empresas clientes não conseguem inspecionar o produto, de modo que a produção em larga escala não pode avançar.”
As empresas de Hubei prorrogaram o feriado do Ano Novo Lunar, ou Festival da Primavera, até pelo menos 13 de fevereiro – mais do que em Xangai e Pequim. Mais de 5.000 pessoas foram infectadas com o coronavírus em Wuhan e mais de 10.000 em todo a província de Hubei.
Wuhan tem papel fundamental no projeto “Made in China 2025”, o esforço do governo chinês para promover indústrias de alta tecnologia. A Tsinghua Unigroup, importante empresa de semicondutores, foi a primeira empresa chinesa a lançar, ali, a produção em massa de memória flash 3D NAND.
Em 2018, o presidente Xi Jinping visitou uma fábrica de chips de Wuhan operada pela Yangtze Memory Technologies, afiliada do Unigroup, em 2018, como sinal de como seu governo estava acelerando o desenvolvimento da indústria chinesa de semicondutores. Wuhan foi vista como líder da iniciativa chinesa de reduzir a dependência do país em relação a fabricantes de chips estrangeiros, depois que a empresa de smartphones company ZTE foi atingida por uma sanção dos EUA, naquele ano.
Porta-voz da Yangtze Memory disse na 2ª-feira que as fábricas estavam operando normalmente, graças em parte à cooperação do governo em compras e logística.
Principal fabricante de painéis da China,o BOE Technology Group, also também possui uma fábrica de ponta em Wuhan.
Veículos autônomos é outra prioridade do Made in China 2025, e Wuhan se tornou a primeira cidade do país a conceder aprovação para um serviço de ônibus autônomos, atualmente em fase de testes em estrada, por um grupo de empresas, incluindo o buscador gigante Baidu.
“Enquanto os testes de segurança estiverem suspensos, oss preparativos para o serviço comercial não podem prosseguir” –, disse funcionário de empresa chinesa que desenvolve tecnologia para veículos autônomos.
A fabricante de smartphones Xiaomi, que tem um centro de desenvolvimento de inteligência artificial em Wuhan, disse aos funcionários que podem trabalhar em casa, ou esperar instruções do governo para que voltem ao laboratório, disse um porta-voz.
Wuhan também é crucial para a indústria automobilística chinesa.
As fábricas de Hubei produziram 2,42 milhões de veículos em 2018, representando cerca de 10% da produção total de automóveis da China e superando a da França, Reino Unido e Tailândia. General Motors, Honda Motor e Groupe PSA da França possuem lá fábricas em joint venture. Mais de 500 fabricantes de autopeças operam em Wuhan.
“Mesmo que a fábrica tenha sido reaberta, não podemos retomar a produção normal”, disse um funcionário da montadora estatal Dongfeng Motor Group. “A compra de peças está distribuída em diferentes cidades”.
O funcionário, que trabalhava na fábrica de Dongfeng, em Shiyan, disse que ele, como outros da província, não têm permissão para sair de casa.
A fabricante de peças afiliada à Honda Motor, F-Tech, decidiu produzir pedais de freio nas Filipinas, em vez de em sua fábrica de Wuhan.
Executivo de uma montadora japonesa também disse: “A produção geral da China pode ser afetada adversamente. Começamos a revisar nossa rede de suprimentos para ver se conseguimos adquirir peças de fora da China”.
A empresa de pesquisa Gasgoo Auto Research Institute disse no domingo que a venda de automóveis de passageiros em 2020 cairia de 3% a 6% em relação ao ano anterior devido ao coronavírus.
À medida que os mercados absorvem os desenvolvimentos, avaliar a profundidado do impacto que o surto terá no desenvolvimento chinês e global passa a ser questão-chave.
De acordo com a revista financeira local Caijing, Zhang Ming, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, vinculado ao governo, previu que o crescimento econômico real no trimestre janeiro-março desacelerará para cerca de 5%, abaixo dos 6% dos três meses anteriores.
Localizada na confluência dos rios Yangtze e Han, Wuhan floresceu como cidade portuária durante a dinastia Song (960–1279). No final do século 19, foi escolhida para ser um dos centros de modernização econômica, ao lado de Xangai e Tianjin. A abertura de uma usina siderúrgica iniciou a transformação de Wuhan, que faria da cidade potência industrial.
O aço continua a ser um dos principais negócios na cidade, em parte por causa das conexões de transporte para o resto da China. O Baowu Steel Group – a maior siderúrgica da China, e segunda maior siderúrgica do mundo – possui um importante centro de produção no país. A produção das siderúrgicas da cidade alimentou ali a indústria automobilística.
Wuhan também desempenhou um papel na turbulenta política da China no século XX. A revolta de Wuchang de 1911 – início da Revolução Xinhai, que derrubou a dinastia Qing – começou lá. Em 1967, duas forças opostas na Revolução Cultural entraram em conflito na cidade, no que ficou conhecido como o Incidente de Wuhan, ponto de virada naquele período.
Tabela: Principais empresas em Wuhan, Hubei, China
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SOBRE WUHAN, COMO, POR QUÊ?
COMENTÁRIO DE PEPE ESCOBAR, 15/02/2020, Facebook
POR QUE WUHAN? Nikkei diz [no artigo acima referenciado e traduzido] que o golpe atingiria o coração de “Made In China 2025”.
Julie Ball, que morou em Wuhan, nos ajuda a ligar os pontos. Não, não há ‘provas’. Mas é boa substância para nos fazer pensar…
IMPERDÍVEL – >Rebecca Chan para 21SilkRd (tradução automática revista):
Julie Ball: Há muito mais… muito mais, nesta batalha dos EUA contra Huawei, além de telefones celulares. Tem a ver com guerra, com Charles Lieber e também com Wuhan. Wuhan? Sim, Wuhan. Mas não do modo como talvez pensem alguns Youtubers…
OK, as pessoas podem perguntar por que digo que o complexo industrial militar dos EUA e os neocons estão em surto por causa de 5G e telefones celulares. É que é mais do que apenas telefones celulares. A tecnologia em que a China está trabalhando à vontade mudará para sempre, na visão do Departamento de Defesa dos EUA, a própria natureza da guerra. É negócio de virada monstro.
De acordo com um relatório da indústria de defesa da Casa Branca, “Outra preocupação são os avanços da China em “indústrias fundacionais de duplo uso, como semicondutores, materiais de chips, robótica, aviação e satélites” – diz o relatório. À medida que a inovação técnica desloca-se para o exterior, “a mudança de regras em torno do desenvolvimento da propriedade intelectual impedirá o acesso dos EUA às mais recentes tecnologias de fabricação”. Em risco está a perda da liderança americana em indústrias do futuro, como inteligência artificial, computação quântica e robótica, observa o relatório. “Durante o resto desse século, essas indústrias emergentes ajudarão a redefinir o CAMPO DE BATALHA.”
Charles Lieber, presidente do departamento de química de Harvard e membro do Programa Mil Talentos da China, que estava fazendo pesquisa com a Universidade de Tecnologia de Wuhan, não foi preso injustamente por nada. Dizem que ele estaria encobrindo laços com a China. Ridículo! O nome de Lieber já estava listado no site dos Mil Talentos. FBI não tem a internet? Se tem, por que não a usa? O nome de Lieber lá estava por trabalhar com o Programa Mil Talentos e desenvolver nanobaterias e nanotecnologia, com a Universidade de Tecnologia de Wuhan (NÃO a Universidade de Virologia, como alguns têm dito no Youtube), que é a cidade piloto do “Made in China 2025” A mesma iniciativa que tanto assustou o secretário da Defesa dos EUA, na Comissão de Serviços Armados. Oh… que engraçado… Wuhan, você disse? Ouvi falar de alguma coisa que aconteceu por lá, deu nos noticiários. Sim, Wuhan…
Em 2016, os chineses designaram Wuhan a cidade-modelo para o lançamento da Rota da Seda digital, da Inteligência Artificial, da tecnologia 5G e da Iniciativa “Made in China2025”. O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China deu a Wuhan absoluta prioridade na distribuição de recursos, projetos e programas. E essa é grande ameaça para o complexo militar-industrial dos EUA. Então, Wuhan nunca sai do noticiário, nunca, nunca, não é?
Trata-se de corrida tecnológico-armamentista, e os EUA estão perdendo. Então se servem de qualquer truque, por mais sujo q seja, e muitos deles são muito sujos. Estou dizendo que os EUA não ficaram felizes com Wuhan.” (Facebook).
Julie Ball: Por que os EUA tomariam Wuhan, como alvo? É por isso. E nada tem a ver com telefones celulares. Eles veem a pesquisa e o lançamento de 5G em Wuhan como” “uma ameaça à segurança nacional”. Para eles, “[os EUA] temos de agir agressivamente”.
Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da China, foi aprovada pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China como cidade-piloto para o plano “Made in China 2025”, disse a Comissão de Economia e Tecnologia da Informação de Wuhan, dia 8/12/2016.
Em março de 2019, o secretário interino de Defesa, Patrick Shanahan, observou uma série de iniciativas do governo chinês que buscam aumentar a influência chinesa no mundo. Disse ele: “Com iniciativas como a Estrada da Seda Digital, Made in China 2025 e o Programa Mil Talentos em andamento, que estimulam empresas e indivíduos a realizarem suas licitações, a China visa a arrombar um caminho para uma infraestrutura tecnológica global controlada pela China, incluindo uma rede 5G” – disse Shanahan à Comissão de Serviços Armados do Senado. Estamos em plena corrida armamentista tecnológica”.
Antes que me chamem de ‘teórica da conspiração’, lembro que escrevi “Por que os EUA tomariam Wuhan, como alvo?”, não ‘por que os EUA tomaram’.”
Ah! Antes que eu esqueça: Charles Lieber, presidente do Departamento de Química de Harvard e membro do Programa dos Mil Talentos, que trabalha no programa de pesquisa com a Universidade de Tecnologia Wuhan, foi preso, semana passada. Só lembrando.
#QuartaRevoluçãoIndustrial #China2025
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