Biden Eleito, Barr Fora, Democratas boicotam auxílio a doentes de Covid-19

15/12/2020, Moon of Alabama

A autoridade que faz diferença finalmente reagiu à eleição presidencial nos EUA:


Presidente da Rússia @KremlinRússia_E – 8:43 UTC · Dec 15, 2020
Joseph R. Biden @JoeBiden foi declarado vencedor da eleição presidencial dos EUA. Congratulações de Vladimir Putin:

Vladimir Putin enviou mensagem de congratulações a Joseph R. Biden pela vitória na eleição presidencial nos EUA.


Aconteceu depois que a maioria dos eleitores no Colégio Eleitoral elegeu Joe Biden:


Todos os 538 eleitores votaram na 2ª-feira no Colégio Eleitoral, formalizando a vitória do presidente eleito Joe Biden na eleição presidencial de 2020. Os votos serão agora enviados a Washington para serem contados pelo Congresso, dia 6 de janeiro.

Os quatro eleitores do Hawaii votaram pouco depois das 19h, totalizando os 306 votos do Colégio Eleitoral para Biden, contra 232 para o presidente Trump. Às 17h30 (East Time), eleitores da Califórnia depositaram os 55 votos do Colégio Eleitoral para Biden, colocando-o acima dos 270 votos necessários para ser eleito.


Apesar disso, Trump com certeza continuará a pôr em dúvida os resultados da eleição. Isso e praticamente tudo mais que Trump fizer nos próximos 35 dias já é parte de sua campanha para a reeleição em 2024.

A possibilidade de que Trump planeja agitar um pouco mais as coisas é talvez a razão pela qual o Advogado Geral William Barr renunciou hoje:


O Advogado Geral William Barr renunciou, restando pouco mais de um mês de governo do presidente Donald Trump. Parece sugerir que Barr suponha que o que aconteça nas próximas cinco semanas pode conspurcar irremediavelmente seu ‘legado’.



Imagine que Trump assine perdão geral para todos os agentes da Imigração da Polícia de Imigração e Aduana que operaram durante seu governo. Ou para os membros da própria família. Ou para ele mesmo. Não haverá como Barr fugir da ideia de que foi cúmplice de tudo. Renunciou como uma espécie de protesto.

Em outras palavras, em vez de o advogado geral isolar o presidente, recomendando perdões, o presidente estaria desacreditando o advogado geral perdoando gente imunda, sem a aprovação do advogado geral.

O mesmo vale para ordens executivas a serem emitidas pela Casa Branca que passem por cima de objeções da mais alta autoridade de aconselhamento do Judiciário [ing. Office of Legal Counsel at Justice].


Não tenho muita certeza de que essas sejam as razões pelas quais Barr está saindo. Trump provavelmente está gostando de vê-lo pelas costas, especialmente depois que se soube que Barr manteve em segredo uma já longa investigação sobre Hunter Biden. Se essa investigação tivesse ‘vazado’ em momento mais oportuno, teria sido excelente material de campanha. Ao manter em segredo a investigação, Barr, de fato, impediu a vitória de Trump:


No sábado, o presidente Trump criticou o advogado geral William P. Barr, ‘espancando-o’ pelo Twitter, por não ter violado a política do Departamento de Justiça, para divulgar notícias de uma investigação sobre atividades do filho do presidente eleito Joseph R. Biden Jr.



Em três tuítos, Trump chamou o advogado geral de “grande desapontamento” e denunciou-o por não ter revelado que havia investigação em curso sobre possível crime de evasão de impostos de que Hunter Biden foi acusado, gesto que, disse Trump, teria dado novo fôlego aos Republicanos na eleição.


Ao sair agora, Barr evita seu momento de “Você está demitido!”

Enquanto isso, os Democratas naufragaram nas negociações para o auxílio emergencial relacionado à Covid-19:


Superada a eleição, a liderança Democrata, em apenas umas poucas semanas, já passa a negociar contra, digamos, seus eleitores, aliando-se aos Republicanos para reduzir sempre mais o total do auxílio emergencial, até o ponto em que planos anteriores, de gente tipo Mitch McConnell e Steve Mnuchin já parecem coisa da Great Society de LBJ.

Os Democratas acabaram por aceitar menos de 1/3 do que haviam definido como base para ajuda estadual e local; aceitaram pacote sem qualquer pagamento direto de $1.200, e assinaram um plano que, depois de sangrado, inclui menos de $350 bilhões em dinheiro novo, bem abaixo de propostas pré-eleitorais que Democratas tipo Nancy Pelosi e Chuck Schumer haviam rejeitado.



Em setembro, quando já se aproximava o Dia da Eleição, o grupo bipartidário dos “Resolvedores de Problemas” liberou plano de ajuda de $1,5 trilhão, apresentado como versão que, teoricamente, conciliaria as posições de Democratas e Republicanos. Embora houvesse alguns Democratas no grupo, foi desqualificado pela liderança Democrata.



Os Republicanos, dessa vez liderados por Steve Mnuchin e um Donald Trump que parecia mais desesperado a cada dia, voltou dia 9 de outubro, com proposta de $1,8 trilhão. Acossado no caminho até o Dia da Eleição por uma série de erros e escândalos, Trump parecia ansioso para ir além dos números que já apresentara.



Dessa vez, até alguns Democratas de destaque já insistiam que era o momento certo para atacar. (…) A liderança Democrata não concordou. Afinal, claro, não houve acordo antes da eleição.


E o acordo agora assinado é inferior a qualquer coisa que os Republicanos tivessem oferecido antes. O novo acordo envolve apenas $188 bilhões de dinheiro novo e uma ajuda ínfima para os estados. Significa que haverá mais desemprego e com certeza mais despejos do que haveria antes.

Antes da eleição, os Democratas bloquearam proposta decente dos Republicanos, para ajuda emergencial em tempo da Covid-19. Depois da eleição, aceitaram acordo muito inferior, que desconsidera as prioridades que fingiam apoiar quando rejeitaram a proposta dos Republicanos.

Assim se vê que nada jamais teve a ver com ajudar o povo, como diziam os Democratas. Só teve a ver, exclusivamente, com impedir que os Republicanos e especialmente Trump aparecessem como autores da ajuda.*******

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