Amarynth entrevista London Paul, do Sirius Report – A caminho da Multipolaridade

Entrevista organizada por Amarynth para o blog do Saker – 12 de abril de 2022 – [Traduzido pela @LadyBharani e revisado por @QuantumBird]


London Paul, do Sirius Report, tem uma história para contar. Este é um relato da história da multipolaridade e da mudança global para uma nova estrutura multipolar em nosso mundo, com a velha hegemonia unipolar agora em colapso.

Ele gentilmente concordou com esta entrevista escrita de 5 perguntas para atualizar os leitores do Saker e somos gratos por seu tempo.

Paul provavelmente não será uma nova voz para alguns dos nossos leitores, mas quem não o conhece pode ler sua apresentação aqui:

https://www.thesiriusreport.com/about/

Seu trabalho foi um dos primeiros que foram apagados da internet e, por anos, ele foi ridicularizado por isso, pois o que ele observava era diferente demais para ser verdade. Para evitar os contínuos jogos de limpeza da internet, ele montou um podcast de assinatura mensal, onde discute assuntos atuais em relação à economia. Ainda hoje estamos nesse processo e nós podemos ver visivelmente o progresso e os efeitos dessa mudança maciça para um mundo multipolar.

No Blog do Saker, focamos na ação militar russa na Ucrânia. Entendemos que esta é uma luta não contra os ucranianos, mas contra a aliança militar da OTAN liderada pelos EUA e o centro de poder unipolar, no oeste. A Ucrânia é apenas um proxy. Em um contexto mais abrangente, esse movimento em direção à multipolaridade é uma das razões, se não a maior, dessa ação militar.

Com essa breve visão geral, vamos direto às perguntas.


Pergunta: Paul, dê-nos o pano de fundo. Como você chegou ao seu entendimento? O que o atraiu para este estudo específico e o que o motiva até hoje? Onde nos posicionamos como comunidade mundial? O que temos a ganhar mudando os fundamentos completos do nosso mundo para um sistema mais justo, onde cada país tenha voz?

Resposta: Eu era originalmente um acadêmico que estudou Física em nível de graduação e doutorado. Então, mudei para o setor de serviços financeiros, e foi aí que meu interesse e compreensão em economia e finanças começaram a valer. Foi por volta do 11 de setembro que desenvolvi um interesse sério pela geopolítica.

Imediatamente após a crise financeira global de 2008, que previ em 2006, ficou imediatamente evidente que o Ocidente não havia implementado nenhuma política que resolvesse as causas dessa crise. Eles simplesmente decidiram resgatar o sistema financeiro e, em seguida, implementaram o QE [Quantitative Easing, ou flexibilização quantitativa: é um instrumento de afrouxamento monetário que consiste na criação de quantidades significantes de dinheiro novo, eletronicamente, pelo banco central de um país – nota da tradutora] e o ZIRP [Zero Interest-Rate Policy, ou política de taxa de juros nula – nota da tradutora], que só deveriam ter sido implementados em um prazo muito curto. Escrevi aos governos ocidentais na época aconselhando-os a não implementar essas políticas por mais de alguns meses, porque a consequência da implementação a longo prazo são bolhas de ativos insustentáveis, economias falidas viciadas em — e sustentadas por — crédito barato e um sistema financeiro insustentável. Os desenvolvimentos feitos pela China, Rússia e outras nações, aos quais abordaremos na próxima pergunta, foram a primeira sugestão genuína de que essas nações viram a necessidade de uma alternativa ao que se tornou o fracasso total da unipolaridade no GFC [Global Financial Crisis, ou crise financeira global – nota da tradutora] de 2008.

Foi há cerca de uma década que conheci os arquitetos do que hoje é conhecido como mundo multipolar. Eles entenderam na década de 1990 que a hegemonia dos EUA e o dólar americano estavam em declínio terminal. Eles aconselharam os chineses e russos de que eles precisavam desenvolver um mundo multipolar, a ressurreição da Velha Rota da Seda, buscar cooperação ganha-ganha com outras nações e desenvolver políticas monetárias sólidas e moedas apoiadas por riqueza real, como ouro e commodities. A partir de discussões com esses arquitetos, comecei a estudar a China, a Rússia e o Sul Global em grande detalhe, à medida que começamos a ver o desenvolvimento embrionário e a implementação do mundo multipolar.

Dado que esses são desenvolvimentos fundamentalmente revolucionários na chamada ordem global, meu interesse permanece tão forte hoje quanto era há uma década. Estamos vendo agora um mundo que opera em duas esferas distintas: um mundo multipolar em rápido desenvolvimento e ascendente e um mundo unipolar em declínio terminal. Quando esses dois mundos colidem, pois o último busca manter sua relevância, vemos o risco de desenvolvimento de conflitos sérios, como o que estamos testemunhando agora na Ucrânia.

Embora o mundo multipolar em desenvolvimento seja um projeto de décadas em construção, sua adoção e os benefícios que serão acumulados são múltiplos, na medida em que busca desenvolver as nações internamente, bilateralmente e em formatos multilaterais. Ele se esforça para promover a verdadeira globalização, não a adoção ocidental altamente abusiva dessa teoria. Ao promover a cooperação ganha-ganha e o desenvolvimento de polos verticais em todo o mundo, proporcionará prosperidade e segurança para todos.

Muitos argumentarão que este é um sonho sem sentido, mas já está se tornando uma realidade. Os desafios permanecerão, sobretudo no viés ideológico que existe entre as nações e nas suas profundas queixas históricas. No entanto, todas as jornadas têm que começar com o primeiro passo e é isso que já estamos começando a ver em todo o Sul Global. A soma de nossas partes pode ser infinitamente maior do que os componentes individuais [mais preciso seria “o todo é maior que a soma de suas partes” – nota da tradutora] e isso é algo que nós, como guardiões responsáveis deste planeta, devemos nos esforçar para alcançar. É por essas razões que minha compreensão dessa mudança de paradigma permanece tão forte hoje quanto era há uma década.

Pergunta: Foram apenas a China e a Rússia que projetaram o conceito de multipolaridade para nós, ou houve mais envolvimento historicamente?

Resposta: Embora eu ache que seria justo dizer que a China e a Rússia foram os pioneiros da multipolaridade, não devemos esquecer o papel desempenhado por muitas outras nações na última década, que é igualmente importante e significativo.

Em primeiro lugar, houve o anúncio da aliança BRIC, que se tornou a aliança BRICS, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul em 2009, logo após o GFC de 2009. Vimos também a fundação da SCO, ou Organização de Cooperação de Xangai em 2001, que incluiu Cazaquistão, China, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. A adesão plena foi concedida à Índia e ao Paquistão em 2017. Há também quatro Estados observadores: Afeganistão, Bielorrússia, Irã (que em breve se tornará membro pleno), Mongólia e 6 parceiros de diálogo.

Também vimos a criação da EAEU [Eurasian Economic Union, ou União Econômica Euro-Asiática – nota da tradutora] em 2014, que agora inclui Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia. Em 2016, houve a formação do AIIB, ou Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, que é um banco multilateral de desenvolvimento com foco em desenvolvimentos na Ásia. O banco tem atualmente 105 membros, incluindo 16 membros potenciais.

Também vimos a modificação de instituições de longo prazo, como a aliança ASEAN [The Association of SouthEast Nations – nota da tradutora], ou a Associação das Nações do Sudeste Asiático, fundada em 1967, uma união política e econômica de 10 estados membros do Sudeste Asiático, que promove a cooperação intergovernamental nos domínios de integração econômica, política e de segurança entre seus membros e em um contexto mais amplo em toda a Ásia.

Um desenvolvimento que está em andamento há anos foi a adoção da RCEP [Regional Comprehensive Economic Partnership – nota da tradutora] ou Parceria Econômica Abrangente Regional no início de 2022, que é um acordo de livre comércio. Inclui Austrália, Brunei, Camboja, China, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Mianmar, Nova Zelândia, Filipinas, Singapura, Coreia do Sul, Tailândia e Vietnã.

Estes são apenas alguns exemplos de desenvolvimentos em formatos multilaterais. Também houve muitos desenvolvimentos em formatos bilaterais e trilaterais que são partes do desenvolvimento deste mundo multipolar.

Pergunta: O que você vislumbra à medida que avançamos nessa configuração mundial em termos de comércio? Quais poderiam ser as moedas cotidianas? Como somos um site voltado para a Rússia, há muita preocupação com o Banco Central da Rússia. Acabaremos com os Bancos Centrais? O movimento da Rússia para estabelecer um padrão de preço para o ouro terminou em um rublo lastreado em ouro ou em uma moeda baseada em commodities? Explique o que isso significa em termos mais amplos para a pessoa comum? Por que devemos nos interessar?

Resposta: O comércio global, as finanças e as economias passarão literalmente por uma revolução. A BRI [Belt and Road Initiative – nota da tradutora] ou Iniciativa de Cinturão e Estrada, lançou as bases para um sistema de comércio global, mas é fluida e sujeito a mudanças. Não há dúvida de que os bancos e o sistema financeiro global passarão por mudanças radicais, incluindo seus braços de investimento. Haverá uma revisão radical da função dos governos e instituições financeiras para incluir os bancos centrais. Esperamos ver a adoção de sistemas sofisticados de troca que facilitarão o comércio, por meio do qual as respectivas contrapartes definirão os preços de transação como entenderem, livres de interferência do governo.

Blockchain e outras tecnologias mudarão totalmente a forma como os negócios são conduzidos. O mundo multipolar buscará facilitar o comércio e permitir que os parceiros comerciais gerem e mantenham sua riqueza. Haverá uma revisão radical de como as necessidades básicas são gerenciadas para incluir saúde, educação, alimentação e segurança energética. A dominação de cartéis e cooperações insustentáveis chegará ao fim e veremos uma explosão de criatividade em termos de indústria, medicina, ciência e artes. Em última análise, requer uma revisão completa de todas as instituições ocidentais existentes que abusaram impiedosamente de sua responsabilidade por interesses próprios.

Veremos, em um sentido muito amplo, a união do verdadeiro capitalismo e socialismo em modelos viáveis para nações e alianças. O desafio contínuo à unipolaridade dos EUA continuará através do Sul Global e, em essência, da Zona de Comércio da Eurásia. As instituições ocidentais existentes continuarão a se desfazer e as práticas insidiosas que sustentaram o mundo desde a Segunda Guerra Mundial continuarão a ser expostas.

Em termos de moedas futuras, veremos a adoção de novos mecanismos de pagamento fora da alçada do complexo USD/UST. Isso incluirá nações que negociam em moedas locais, adotando futuras criptomoedas ou moedas digitais em formatos multilaterais, como a EAEU e as nações da ASEAN. A espinha dorsal do comércio futuro será em moedas que são apoiadas por riqueza real, incluindo ouro, talvez prata e uma cesta de commodities. Não haverá uma única moeda de reserva mundial no futuro. A China sempre deixou claro que não pretende fazer do yuan uma moeda de reserva mundial, mas apenas internacionalizar sua moeda. A Rússia também tem essa possibilidade por meio de sua vasta base de recursos de commodities, para a futura adoção global do rublo em termos de comércio, particularmente com o Sul Global, mas também com o Ocidente e não apenas em termos de demanda de rublo por gás, como estamos vendo atualmente.

A fixação do preço de 5.000 rublos por grama destinava-se apenas a estabilizar os mercados internos e as mineradoras. Ela agora foi removida porque essa estabilidade foi alcançada. Infelizmente, no Ocidente, esse anúncio foi interpretado como significando que a Rússia havia apoiado o rublo com ouro e foi erroneamente confundido com uma história muito maior que discutimos há anos sobre o futuro papel do rublo no comércio internacional.

Para a Rússia, a estabilidade e a adoção global do rublo em termos de comércio de commodities serão benéficas para a sua economia, sua estabilidade financeira e permitirão que ela acesse mercados livres da interferência potencial dos EUA por meio da militarização do dólar. Também permitirá que a Rússia continue a implementar mais mudanças domésticas, incluindo o desenvolvimento do Extremo Oriente russo e sua integração na BRI. Um rublo estável e os benefícios que se acumularão também trarão um maior investimento internacional na Rússia.

Pergunta: As pessoas falam sobre a escassez de alimentos e os preços estão subindo em todos os lugares. Então, isso é puramente um retrocesso das sanções ou o resultado de anos de má gestão fiscal? E então como é que uma pessoa comum pode se proteger? Onde veremos as maiores moratórias do débito soberano?

Resposta: Há vários anos falamos sobre insegurança alimentar e energética. A repercussão das sanções apenas exacerbou um problema de longo prazo causado por decisões políticas totalmente fracassadas. Em primeiro lugar, as nações deveriam estar cientes há muito tempo das falhas do ‘sistema just-in-time’ global, pois se um aspecto desse mecanismo falhar, pode-se ter consequências danosas.

Vimos durante a pandemia como as cadeias de suprimentos globais foram impactadas de maneira muito séria e repentina. O sistema just-in-time foi a principal causa disso. Embora não sejamos defensores do protecionismo, porque o vemos como igualmente falho, as nações precisam entender que precisam se tornar mais autossuficientes sempre que possível, em termos de segurança alimentar e energética. Também precisa haver uma revisão radical desse sistema just-in-time, pois a pandemia destacou eloquentemente que ele é simplesmente impróprio para o propósito.

Isso também destaca a necessidade de as nações adotarem uma nova abordagem via multipolaridade que busque encontrar mecanismos para lidar com a futura interrupção das cadeias de suprimentos, assim as nações podem começar a abordar algumas dessas preocupações internamente, particularmente em termos da produção de alimentos e de suas necessidades energéticas. Também precisa haver um entendimento de que essa mentalidade ideológica ocidental de jogo de soma zero está contribuindo para a instabilidade global de alimentos e energia por causa de sua própria militarização por Washington e seus Estados vassalos.

Em termos de segurança energética, o desejo de avançar com a revolução verde totalmente defeituosa também levou a desequilíbrios desnecessários na matriz energética, colocando mesmo as nações ocidentais em sério risco de insegurança energética e alimentar futura, incluindo racionamento e talvez até a completa ausência de alimentos básicos de subsistência. É preciso haver uma revisão global radical de como abordamos as necessidades de energia e como podemos lidar com isso por meio de uma mistura de combustíveis fósseis tradicionais, reatores nucleares para incluir um impulso global para o desenvolvimento de fusão comercial, hidroeletricidade e a adoção de fontes de energia renováveis viáveis, porque atualmente, o setor renovável é terrivelmente míope e não aborda questões óbvias, como o custo em termos de energia, recursos, commodities e o impacto ambiental para implementar, por exemplo, parques solares e eólicos. Em termos muito básicos, a relação custo-benefício de buscar implementar tais tecnologias não foi abordada adequadamente.

Em termos de como as pessoas podem gerenciar os riscos atuais de insegurança alimentar e energética, isso depende de suas circunstâncias individuais. Se possível, elas devem procurar estocar alimentos não perecíveis, cultivar seus próprios vegetais frescos, utilizar fontes alternativas de energia para cozinhar, aquecer e iluminar. No entanto, isso muitas vezes não é possível devido às restrições financeiras e domésticas. O que está claro é que estamos expressando uma crise global em termos de segurança alimentar e energética e atualmente não sentimos que as nações ocidentais estejam levando isso a sério o suficiente. As consequências são potencialmente catastróficas e não apenas em termos do Sul global. O Ocidente está agora altamente vulnerável a choques semelhantes e estamos simplesmente despreparados, principalmente para lidar com o impacto social que isso causará.

Pergunta: Qual é a pergunta que você gostaria que as pessoas lhe fizessem, inicialmente, nos primeiros dias, quando sua mensagem não foi levada a sério? E, claro, se você puder responder a essa pergunta também.

Resposta: Ironicamente, esta é uma pergunta dentro de uma pergunta. Em 2014, me perguntaram o que eu consideraria como observação fundamental para a próxima década. Minha resposta foi que todos deveríamos prestar atenção ao que a China e a Rússia faziam interna, bilateral e internacionalmente. Isso foi recebido com total descrença, escárnio e raiva. Em vez de reagir dessa maneira, a pergunta seguinte deveria ser por que dei uma resposta tão radical e qual foi o meu raciocínio, em vez de ser sumariamente dispensado.

Se me perguntassem por que eu acreditava ser esse o caso, teria explicado por que a GFC em 2008 foi o sinal de que a hegemonia dos EUA, o dólar americano e a unipolaridade estavam em declínio rápido e terminal. Por que – como afirmei na época do Golpe de Maidan de Kiev em 2014 – esse foi o último prego na tampa do caixão da hegemonia dos EUA e do dólar, e a Rússia jogaria o jogo longo para ver isso chegar à sua conclusão inevitável. Por isso afirmei que o grande acordo energético entre a China e a Rússia no Poder da Sibéria [Power of Siberia, ou “Sila Sibiri“, anteriormente chamado de gasoduto Iacútia-Khabarovsk-Vladivostok, também conhecido como gasoduto de Gás Natural da Rota Leste China-Rússia – nota da tradutora], assinado em 2014, era um grande catalisador para a aceleração do mundo multipolar e da desdolarização. Isso porque, após a GFC 2008, os EUA queimaram suas pontes com a China imprimindo trilhões de dólares em vez de pedir à China que comprasse sua dívida. Por isso o lançamento do mundo multipolar deslanchou em 2014, enquanto a militarização do dólar pelos Estados Unidos continuou a corroer confiança global nos EUA e no próprio dólar, levando ao colapso da unipolaridade.

Meu raciocínio era baseado em uma realidade em desenvolvimento que os ocidentais continuamente, nos últimos 8 anos, deixaram de ver, muitas vezes por causa de sua arrogância e ignorância. Mesmo agora, muitos ainda consideram os EUA como a mesma potência hegemônica que eram na década de 1990 e China e Rússia como eram na década de 1980, econômica, social e militarmente. Eles também tendem a ver a China e a Rússia pelos olhos do Ocidente, o que é uma perspectiva muito míope e supõe que nenhuma nação é capaz de oferecer uma alternativa melhor à unipolaridade. A falha em compreender essas questões fundamentais continuará a levar os ocidentais a não entenderem a mudança de paradigma que se desenrola e, portanto, eles continuarão a descartá-la como irrelevante.


Obrigada Paul! Pelo seu tempo e suas respostas completas. Mas, sinto que mal tocamos no assunto e este é provavelmente o único assunto sobre o qual falaremos no futuro.

Caros leitores, abrimos os comentários no Saker e se você tiver uma pergunta para Paul, por favor, coloque nos comentários. Escolheremos mais cinco perguntas e faremos outra entrevista por escrito. Agora é a sua vez, caro leitor!


Fonte: http://thesaker.is/interview-london-paul-from-the-sirius-report-move-to-multipolarity/

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