A posição da China é clara; por que os EUA ainda resistem em ajustar sua mentalidade?

Global Times – 13 de abril de 2025

Em meio a todas as notícias de Washington sobre as relações entre a China e os EUA, tem-se a impressão crescente de que certos políticos dos EUA ainda vivem no mundo de fantasia do domínio hegemônico. Eles falam constantemente sobre força e poder, mas ignoram seletivamente as mudanças reais no equilíbrio global.

A China real não é misteriosa nem ameaçadora, e certamente não está seguindo um roteiro escrito por outra pessoa. O que é necessário é remover os filtros ideológicos de alguns políticos dos EUA e enxergar a China como ela realmente é – testemunhando como seu povo está forjando um caminho exclusivamente chinês para a modernização. Só então será possível compreender de fato o significado de força no mundo de hoje.

Durante décadas, os EUA abordaram outros países a partir de uma posição de força. Seja lidando com aliados ou com o que consideram rivais, há muito tempo preferem medir os outros pelas regras que somente os EUA estabeleceram, camuflar o poder sob o disfarce de valores e usar sanções como cobertura para a ausência de verdadeira igualdade nas negociações.

Essa inércia da hegemonia fez com que fosse cada vez mais difícil para Washington enxergar o mundo atual com clareza e precisão.

Tentar entender as relações entre a China e os EUA do século XXI pelas lentes das rivalidades entre as potências ocidentais do século XIX é como tentar impulsionar um trem de alta velocidade com um motor de carroça – ele está fadado a sair dos trilhos.

De fato, a estratégia de Washington em relação à China é uma manifestação da contradição psicológica que envolve o poder.

Por um lado, os Estados Unidos empunham constantemente o bastão do poder, enquanto, por outro lado, afirmam repetidamente que sua força não é mais o que era antes e que precisam ser “grandes novamente”.

Como resultado, Washington está agora dominada por uma profunda ansiedade em relação ao declínio de sua hegemonia. É como um jogador em uma quadra de basquete que insiste em atuar como árbitro e competidor. Mas à medida que o jogo se torna cada vez mais desfavorável, ele para de tentar defender as regras e, em vez disso, corre para assumir o controle da bola.

Quando Yang Jiechi, então principal diplomata chinês, disse no Alasca que “os EUA não têm qualificação para dizer que querem falar com a China a partir de uma posição de força”, revelando a essência da mudança do equilíbrio de poder na política internacional, não foi uma explosão emocional, mas uma declaração da realidade objetiva.

O futuro das relações entre a China e os EUA depende não de Washington conseguir manter sua postura de “irmão mais velho”, mas de aprender a ver essa antiga civilização, que reformulou a globalização nos últimos 40 anos, em pé de igualdade.

A chave para desbloquear o impasse nas relações entre a China e os EUA está no próprio processo de globalização: as duas grandes potências já estão profundamente entrelaçadas. A “dissociação” forçada só fará com que os dois lados sangrem sem parar. A única maneira de avançar é por meio do diálogo igualitário. O “respeito mútuo” não é um slogan diplomático, mas uma regra fundamental de sobrevivência que ambos os países devem reconhecer.

A atitude da China em relação aos EUA agora é muito clara: traçar linhas vermelhas e estabelecer regras – é assim que os adultos interagem. Se os EUA não ajustarem sua mentalidade e continuarem a se envolver com a China a partir de uma posição de força, buscando impor sua vontade por meio do poder, as tensões nas relações entre a China e os EUA só se aprofundarão.

Em última análise, as relações entre países são como as relações entre pessoas. Nem sempre é possível confiar em uma força ilusória para resolver problemas; é necessário um entendimento genuíno e um diálogo igualitário para encontrar um terreno comum.


Fonte: https://www.globaltimes.cn/page/202504/1332029.shtml

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