Por Jochen Mitschka em 19 de outubro de 2023
Muitos estão confusos, e é desejado que seja assim. Os bebês supostamente decapitados por palestinos eram fake news, mas ainda circula amplamente. Por outro lado, os ataques a civis em fuga por Israel devem ser uma farsa, que ainda é generalizada, mas foi confirmada pela Amnesty como uma realidade (17). Trata-se de ofuscar deliberada os fatos. Afinal, as pessoas devem se resignar e pensar “estão todos mentindo” e, assim, se desligarem. Mais alegações certamente surgirão de que Israel deliberadamente endossou e até provocou o ataque e os supostos crimes de guerra cometidos pelo Hamas. No entanto, essas alegações serão tão loucas que podem ser facilmente desmascaradas como absurdas. Servem para deslegitimar as demais explicações, que apontam exatamente nessa direção. Isso pretende excluir qualquer coisa que fale de um “Pearl Harbour” israelense, por mais bem fundamentada que seja, como uma teoria da conspiração vetada a discussão. Não existe uma receita universal de como se defender contra essa forma de influência, e muitas vezes você também irá cair numa ou outra. No entanto, é importante que você aceite seu erro e se torne ainda mais crítico. É exatamente nisso que quero ajudar com meus PodCasts.
Mas deixe-me dar mais um aviso. Qualquer um que pense que precisa ajudar um lado produzindo e espalhando fakes está prejudicando esse lado que realmente queria ajudar. Mas como isso é tão óbvio, estou convencido de que a maioria das falsificações é criada para desacreditar os distribuidores. Excluem-se, é claro, aquelas que se destinam a servir como justificativa para bombardeios, como ataques com gás venenoso na Síria, ou como demonização coordenada, no caso de Bucha. Estas são mantidas por anos, muitas vezes décadas, e penetram profundamente na consciência da sociedade. Por exemplo, uma grande parcela de americanos ainda acredita que Saddam Hussein teve algo a ver com o 11 de setembro.
Devido ao grande interesse em meu livro sobre “Alemanha, Israel, Palestina” com mais de 1000 downloads, gostaria de fornecer um pequeno ensaio para download hoje, que Tim Anderson e eu uma vez escrevemos para ajudar a detectar notícias estatais falsas (1). Mas agora de volta ao conflito de Israel. Há um livro sobre o conflito, que consiste em caricaturas de Carlos Latuff e explicações delas por Andrea Drescher e por mim. O livro foi planejado com Carlos Latuff para poder apoiar aos órfãos palestinos com a arrecadação. Infelizmente, poucas cópias foram vendidas, então essa ajuda nunca se concretizou. A versão do e-book agora também pode ser baixada gratuitamente por alguns dias por ocasião do conflito de Gaza (2).
Genocídio ou Limpeza Étnica
Ainda não está claro se será “apenas” uma limpeza étnica que Israel está realizando atualmente na Faixa de Gaza, ou um genocídio. Na segunda-feira, 16 de outubro, Abby Martin (21) escreveu:
“Notícias de Gaza: ‘A situação é a mesma, eles massacram pessoas o dia todo, bombardeiam prédios com moradores e matam dezenas. Ainda não há comida, nem água, nem eletricidade e nem combustível. A noite é um inferno, eles escolhem a noite para realizar bombardeios saturados. (…).‘”
Foi um inferno anunciado, ao qual a Alemanha e a UE deram seu consentimento antecipadamente, mesmo que as vozes antes gritando, estejam ficando mais baixas “Israel tem o direito de se defender”. Na verdade, a afirmação deveria ter sido: “Os palestinos têm o direito de se defender, mas não de cometer crimes de guerra”. Mas os crimes de guerra, os quais sem dúvida alguns existiram, haviam sido tão inflados por falsas atrocidades que inevitavelmente surgiram memórias de “bebês jogados para fora das incubadoras”, com as quais os EUA justificaram sua primeira guerra de agressão contra o Iraque diante de sua própria população. Desta vez, os bebês poderiam realmente morrer em incubadoras, mas não por causa do Hamas, mas porque o governo israelense cortou a eletricidade, a água e todos os outros suprimentos para a Faixa de Gaza, tornando o bloqueio um cerco como Stalingrado fez uma vez. E eles morreram sob a chuva de bombardeios.
Enquanto isso, mais e mais relatórios estão vindo à tona que revelam os falsos relatos de atrocidades. Por exemplo, que o “exército mais moral do mundo” atirou em tudo o que aparecia na frente de suas armas, seja refém, terrorista ou civil (3). Se a Al Jazeera não tivesse verificado um vídeo digitalmente a título de exemplo, o assassinato de quatro civis palestinos certamente teria passado por “defesa contraterroristas” (18). Para este fim, a Força Aérea Israelense também bombardeou a proteção civil de Gaza (4), enquanto as autoridades israelenses espalharam imagens perturbadoras de vítimas reais ou supostas da violência do Hamas em todo o mundo (5), aparentemente para aumentar ainda mais o ódio aos palestinos.
Uma das poucas vozes sensatas da política, Yanis Varoufakis publica uma lista de crimes de guerra israelenses do passado para alertar o que acontecerá a seguir (6). Mas não quero falar mais sobre crimes israelenses ou palestinos. Não importa se o conflito se espalha, se a matança e a mutilação não param, ou se o genocídio é levado a cabo. No final, as pessoas que sobrevivem têm que viver juntas novamente. A menos que você queira expulsar ou assassinar não apenas 2 milhões de pessoas de Gaza, mas muitos milhões de palestinos também.
Embora Gaza não seja mais ocupada por Israel, ela é completamente controlada por Israel e isolada do mundo exterior por um bloqueio desumano e ilegal. Ou seja, Israel também tem controle absoluto sobre esta parte da Palestina. No entanto, o conflito Israel-Palestina não é uma guerra em 2023. Foi numa guerra de agressão de Israel em 1967, que a Palestina foi ocupada com sucesso (7). Depois de décadas de “ocupação”, no entanto, não se pode mais falar de tal coisa, porque esta é sempre apenas uma fase temporária em uma guerra. A resistência armada contra essa ocupação (8), legitimada pela ONU, tornou-se uma guerra civil ao longo das décadas.
Parte da população em uma área oprime outra parte da população que vive na mesma área. Este é o estado criado por Israel através da construção de novos assentamentos com quase 700.000 combatentes armados. Israel nunca se interessou por uma solução de dois Estados e sempre perseguiu uma política que impedisse o surgimento de um Estado palestino. Gideon Levy, o jornalista israelense liberal de esquerda com reputação internacional, uma vez em um discurso brilhantemente comparou a situação a um trem perdido (9), e você fica na plataforma e tem que se virar para chegar ao destino. O discurso dublado em alemão realmente vale a pena ouvir.
A Solução de 2 Estados
No entanto, a solução de dois Estados ainda é usada pelas grandes potências e pela Alemanha como uma folha de figueira para encobrir a ocupação da Palestina por Israel como aparentemente temporária. Mas Israel criou fatos. Os fatos tornam impossível um Estado palestino. Por esta razão, até mesmo em Israel, agora é declarado que o país é um estado de apartheid. O que na Alemanha leva a ser caluniado como antissemita.
Neste estado de apartheid, no entanto, em que um grupo de pessoas influentes no poder compara os palestinos a escravos que anseiam por este estado de servir o povo judeu, ver Anexo (10), ocorre uma revolta dos “escravos“. Em outras palavras, esse conflito se tornou uma guerra civil. É uma questão de saber se uma parte da população que sempre viveu lá será expulsa ou mantida como escrava com quase nenhum direito, ou se todos os cidadãos que vivem no território controlado receberão os mesmos direitos.
É claro que, como as várias resoluções da ONU já mencionadas, também pode ser descrito como um levante legítimo de um povo indígena colonizado. O sionismo, que não deve ser confundido com o a ele contrário, judaísmo, é uma ideologia colonial, como Herzl, um dos pais de Israel, explicou em uma carta (10). Mas também é uma ideologia nacionalista e racial, como tantas ao redor do mundo no início do século XX. O judaísmo, por outro lado, é uma religião que argumenta de forma pacifista e integrativa, e conhece o conceito de “povo” como uma designação puramente religiosa, apolítica ou étnica. Como exemplificado em um vídeo (11).
Existem inúmeros mitos que os políticos israelenses invocam para justificar seu domínio sobre o território da Palestina, mas este não é o lugar para abordá-los. Através dos mais de 1000 downloads do meu livro, pelo menos algumas pessoas terão lido os antecedentes e refutações de muitas afirmações.
Quando a ONU decidiu dividir a Palestina em Israel e Palestina, fê-lo sem consultar as pessoas que viviam na área. Foi o resultado de uma política colonial do passado, que mais uma vez se efetivou nessa solução. No entanto, é a descrição juridicamente correta da situação quando se refere à solução de dois Estados. No entanto, essa atitude é covarde e nada mais do que o reconhecimento de Israel da “Ocupação Eterna” e do regime do apartheid.
A Solução do Estado Único
Eu já havia relatado como os israelenses liberais, que ainda estão em minoria, entenderam que apenas o fim do sistema de apartheid pós-colonial em Israel pode garantir um futuro pacífico. O que se esconde por trás do slogan: “Do Rio ao Mar”. Um ditado que agora deve ser proibido na Alemanha como “discurso de ódio” (12). A forma de convivência de pessoas que todas têm os mesmos direitos, independentemente de religião, raça ou outras características, é descrita na Alemanha como “antissemitismo”, como negação do “direito de existir de Israel”.
A defesa atualmente observada do “direito de existir” de Israel é uma defesa do racismo e do apartheid. E o apartheid foi descrito como um crime no direito penal internacional (13). O sistema de apartheid israelense é descrito por ex-combatentes contra o sistema de apartheid sul-africano como ainda mais cruel e pior. Porque não visa apenas explorar mão de obra barata, mas também quer expulsar as pessoas de sua terra natal.
Portanto, a única solução para o conflito que pode ser reconciliada com os direitos humanos e o direito internacional é a solução do Estado único. A vida comum de todas as pessoas sob direitos e deveres iguais.
Para tornar essa afirmação abstrata um pouco mais concreta, aqui estão algumas reflexões sobre como implementá-la, com base na situação atual. Haveria uma oportunidade histórica para o mundo se superpotências como China, Rússia e Índia unissem forças com os vizinhos de Israel para moderar o genocídio iminente. Isso poderia criar tanta pressão que a influência dos EUA, que é claro não quer desistir de seu porta-aviões inafundável no Oriente Médio, é empurrada para trás e uma solução real pode ser alcançada. Aqui estão algumas sugestões sobre o que poderia ser acordado:
- Os bombardeios de Gaza são interrompidos, suprimentos de emergência do Egito são permitidos, eletricidade e água são reabastecidos. O Hamas liberta todos os reféns. Israel liberta todos os prisioneiros políticos palestinos. Os combatentes do Hamas têm carta branca para um país que lhes conceda o exílio. A administração é continuada por unidades não militares até a realização de eleições municipais.
- Uma área de 1 km em território israelense e 1 km em território de Gaza será desmilitarizada. Tropas da ONU do Egito e da Arábia Saudita protegem esta área para evitar atos de violência.
Se as partes não concordarem, serão impostas sanções.
- A UE e os EUA, bem como outros estados, enviam navios-hospital que ancoram ao largo de Gaza e prestam cuidados médicos até que os hospitais sejam reconstruídos.
- Todos os países que podem tornar possível enviar navios de cruzeiro para fornecer alojamento a pessoas que ficaram desabrigadas em Gaza até que a habitação transitória seja criada e/ou reconstruída.
- Em Israel, o governo de Netanyahu renuncia. Uma exigência feita por muitos manifestantes em Israel, a propósito, porque veem Netanyahu como responsável pela escalada, palavra-chave Pearl Harbour de Israel, bem como pela promoção do Hamas (14). Um governo de transição de todos os partidos, mas sem os políticos do atual governo, incluindo a facção de oposição da minoria palestina, será formado e administrará o país até novo aviso.
- Um comitê de reconciliação de israelenses e palestinos, sob a moderação de diplomatas da ONU, processa os crimes de guerra de ambas as partes, com o objetivo de reconhecer e, ao mesmo tempo, anistiar os responsáveis. A documentação resultante deve ser um lembrete para as gerações futuras e outros conflitos.
- O governo de transição, moderado por diplomatas indianos e russos, desenvolve um plano de transição para anexar a Palestina, concedendo todos os direitos civis aos palestinos e renomeando o país Israel/Palestina (ordenado pelo alfabeto). Este plano é proposto não apenas aos eleitores israelenses, mas a todos os judeus do mundo que queiram participar das eleições. Isso se deve ao fato de que no passado Israel alegou que todos os judeus do mundo são seus cidadãos e o governo israelense representaria todos os judeus do mundo. Da mesma forma, no entanto, todos os palestinos que atualmente vivem no território sob o controle de Israel, incluindo os residentes de Gaza, serão admitidos ao referendo.
- O direito de permanência dos colonos é garantido em um projeto de constituição, mas também o direito de retorno dos palestinos, mas em novos assentamentos a serem criados. Os colonos serão desarmados e sua segurança garantida por forças policiais palestinas e israelenses mistas. O boicote aos produtos das áreas de assentamento será levantado internacionalmente.
- A posse com base na Nakba e as expulsões subsequentes por colonos judeus, como a aquisição de apartamentos e casas, são confirmadas como propriedade, mas estão sujeitas a um imposto especial de 10 anos não muito alto. Isso, entre outros fundos, vai para um projeto para financiar o retorno de moradias para refugiados que desejam voltar para casa.
- Os EUA, a UE e a Arábia Saudita, bem como outros estados ricos do Golfo, elaboram um plano de desenvolvimento que abre a possibilidade econômica de implementar gradualmente (em linha com o desenvolvimento econômico) o retorno dos refugiados palestinos, que Israel até agora recusou. Os refugiados e seus descendentes devem declarar dentro de um período se desejam exercer seu direito de retorno e reassentamento.
- Gaza recebe um status especial de 99 anos como uma zona privilegiada fiscal ou como uma “zona econômica especial”. A China apresenta um plano para reconstruir Gaza, que inclui milhares de milhões de investimentos chineses, em particular para a reconstrução de edifícios residenciais, hospitais, universidades e escolas, do porto e do aeroporto. A exploração de recursos de gás offshore começará imediatamente.
- Iniciam-se negociações com o Líbano e a Síria (Colinas de Golã) sobre a compensação por terras ocupadas por Israel, a fim de alcançar o reconhecimento do status quo. Todos os ataques aéreos israelenses contra a Síria serão interrompidos. As negociações de paz com o Líbano e a Síria iniciam para alcançar uma paz duradoura e estável.
- O projeto de constituição, que será realizado pelo governo interino em conjunto com a administração palestina sob a moderação de uma comissão da ONU, prevê que todas as pessoas que vivem no território atualmente governado por Israel terão direitos iguais. Árabe e hebraico se tornarão línguas administrativas iguais. Em particular, também levarão em consideração os direitos das minorias.
- Para evitar uma guerra civil, mas também para permitir que os reservistas da IDF retornem aos seus empregos, a IDF é complementada por tropas da ONU. Jornalistas estão inseridos nelas.
- Os israelenses que quiserem deixar o país receberão a cidadania do país de destino escolhido, se ainda não a tiverem. Os direitos de propriedade serão amplamente reconhecidos, mas podem dar origem a pedidos de indenização por parte dos proprietários palestinos originais se a base da transferência de propriedade violar grosseiramente os padrões legais internacionais.
- Fica acordado com o Irã, a Arábia Saudita e outros estados da região que Israel/Palestina concordarão com as negociações sobre o desenvolvimento de uma zona livre de armas nucleares após a adoção da nova constituição. Essas negociações foram bloqueadas por Israel no passado e agora estão impedindo o desenvolvimento de suas próprias armas nucleares em outros países da região. Negociações sobre a restrição de armas ofensivas também estão serão iniciadas. Negociações entrarão em andamento com todos os países da região para garantir a segurança comum, sob a moderação da Organização de Cooperação de Xangai.
Utopia
Claro, isso é utopia. Mas quem teria pensado que o Irã e a Arábia Saudita evoluiriam tão rapidamente de inimigos mortais para parceiros? Não, não acho que os políticos ocidentais tenham coragem de abandonar seu regime de “dividir para conquistar” há muito mantido. Na Alemanha, em particular, há uma falta de vontade de correr o risco de ser privado da carta de indulgência pelos crimes do regime nazista por um governo israelense e pelas organizações que ele controla. E nos EUA, o lobby de Israel é tão poderoso que nenhuma mudança na política é esperada. Um documentário, que infelizmente nunca teve permissão para ser exibido na televisão nos EUA, mostra os métodos usados por esse lobby de Israel (15). Mas a esperança repousa na ascensão do multipolarismo. Talvez ainda seja muito cedo hoje. Mas em algum momento, o poder das antigas potências coloniais e dos EUA será empurrado para trás até que uma solução possa ser alcançada.
A declaração da China, que também se refere à solução de dois Estados, ainda é decepcionante. Assim como as da Índia e da Rússia. E, portanto, é de se temer que um desastre ainda esteja por vir antes que a pressão sobre os poderosos se torne tão grande que finalmente haja um movimento em direção à pacificação da região.
A maioria dos vizinhos de Israel são ditaduras. Com exceção do Líbano, que instalou um complicado sistema de governo baseado em religiões e etnias, e da Síria, que não é uma democracia de raça pura, mas pelo menos uma democracia de aclamação, veja o Anexo (16). A igualdade de direitos para todos provavelmente não é um objetivo passível de processo para os outros países. Portanto, os impulsos por uma solução só podem vir de grandes potências, que usam todo o seu peso para levar as partes a uma solução duradoura.
Exemplos e obstáculos
Infelizmente, o formato do podcast não é suficiente, portanto, uma breve descrição dos exemplos e obstáculos no Apêndice (20). O lembrete do papel da Alemanha na libertação da África do Sul e de quais governos podem não estar necessariamente interessados na democracia real é útil.
Conclusão
“É a economia, estúpido”, disse Bill Clinton uma vez para descrever o que é importante para o sucesso eleitoral. O mesmo se aplica à pacificação de pessoas que agora são adversárias, até inimigas. Quanto mais cedo um desenvolvimento econômico gerar perspectivas de paz e relativa prosperidade para todas as partes envolvidas, mais cedo a pacificação será bem-sucedida.
Imagine um eixo econômico da Arábia Saudita, Israel, Irã, desenvolvendo pacificamente negócios com todos os seus vizinhos. O dinamismo econômico que poderia emergir ali está levando as potências coloniais, mas sobretudo os EUA, a suar. Porque isso reduziria sua importância mais uma vez.
O polêmico presidente Trump foi o primeiro político ocidental a tentar cortar o nó de Gordius da crise. Mas ele fez isso sob a falsa premissa de seus apoiadores eleitorais sionistas. Seu plano era construir um Israel sionista com a ajuda de quase “zonas de proteção” para os nativos, semelhantes às reservas dos índios nos EUA. Mas pelo menos ele havia trazido movimento para a “tripulação” paralisada.
Trump pode ter ficado desapontado por seu plano não ter sido aceito pelos palestinos. Mostra, no entanto, que os palestinos não estão preocupados apenas com a sobrevivência, alimentação, trabalho e moradia, mas que se trata de algo que também deve se tornar cada vez mais obsoleto na Alemanha: a pátria.
Fontes e Notas
O autor tuíta em https://twitter.com/jochen_mitschka
(3) https://twitter.com/MrJonasDanner/status/1713581244674670958
https://twitter.com/jochen_mitschka/status/1713925906022985986
https://www.aljazeera.com/news/2023/10/14/analysis-propaganda-deception-fake-news-and-psychological-warfare
(4) https://twitter.com/dancohen3000/status/1713737106298728781
(5) https://twitter.com/IsraelinGermany/status/1713840363348136044
(6) https://twitter.com/yanisvaroufakis/status/1713548678885982346
(7) https://orientxxi.info/magazine/how-the-israeli-generals-prepared-the-conquest-long-before-1967,1904
(8) A/RES/3246 (XXIX) de 29 de novembro de 1974 e A/RES/33/24 de 29 de novembro de 1978 e muitas outras resoluções.
(9) https://youtu.be/c4W1IWNAPgk (NT: Aqui o discurso original: https://videos.files.wordpress.com/OJauiIA8/190708_evn_pal-expo-2019-full-talks_asa_v01_gideon-02_hd.mp4)
(11) https://youtu.be/kck27a-Y9Ko (NT : Aqui o original: https://www.youtube.com/watch?v=FQD8vW8qTow&t=0s)
(12) https://apolut.net/politik-hoffnung-vs-verzweiflung-von-jochen-mitschka/
(13) https://de.wikipedia.org/wiki/Apartheid_(Lei)
(14) https://twitter.com/wintertrost/status/1712465609165078714
(15) https://electronicintifada.net/content/watch-film-israel-lobby-didnt-want-you-see/25876
(16) “Democracia de aclamação” significa que as pessoas não têm influência direta na política, mas podem expressar desconfiança do presidente por meio de seu voto se discordarem de suas políticas. Em princípio, é algo semelhante ao que Angela Merkel declarou em um discurso em 2010 para o consenso dos partidos estatais: A primazia da política. https://apolut.net/standpunkte-%E2%80%A2-das-primat-der-politischen-parteien/
(17) https://twitter.com/jochen_mitschka/status/1713925906022985986
(18) https://twitter.com/AJEnglish/status/1712907775301365989
(19) https://youtu.be/ldBLmZBK2vg (NT: Aqui o original: https://www.youtube.com/watch?v=NEK2tXKE_hU&t=0s)
(20) Como surgiu o fim do apartheid na África do Sul? Durante décadas, as forças de esquerda se agitaram contra o apartheid no Ocidente. Isso culminou na recusa dos trabalhadores em descarregar navios da África do Sul e no boicote aos produtos sul-africanos promovido por organizações de direitos humanos. O BDS, que foi caluniado como “antissemita” no Bundestag alemão em 2019, está no lugar deles. Na Alemanha, o então ministro das Relações Exteriores liberal, Hand-Dietrich Genscher, foi um dos primeiros políticos ocidentais a ter a coragem de reconhecer o movimento de liberdade de Nelson Mandela contra a vontade anglo-saxônica. Enquanto ainda estava nas listas de terror dos EUA. Talvez isso tivesse a ver com o fato de que a Alemanha Ocidental se sentia em concorrência com a RDA, que havia apoiado os movimentos de liberdade na África desde o início. O fator decisivo foi então o insight da população branca, que trouxe um governo moderado ao poder, que iniciou a mudança. O boicote frequentemente citado aos bancos dos EUA foi apenas a gota d ‘água para democratizar o país.
Para a transição de um sistema colonial para uma democracia, há outra que o referido autor (12) descreveu com a Argélia. Eu moro na Namíbia. Namibianos brancos me falaram sobre o apartheid, assim como os bôeres na África do Sul. Todos eles não poderiam ter imaginado que o apartheid na África do Sul poderia um dia desaparecer. E assim os namibianos brancos começaram a ver a África do Sul como um possível refúgio. Mas quando o sistema do apartheid foi derrubado na África do Sul, o governo silenciosamente desistiu de suas armas nucleares, a esperança foi direcionada aos países de origem. Mas todos os brancos que entrevistei hoje declaram que não querem deixar a sua terra natal, a Namíbia ou a África do Sul.
Claro, ainda existem conflitos raciais, especialmente na África do Sul. Especialmente no campo, ou em áreas subdesenvolvidas que se sentem desfavorecidas. Mas esse conflito não é suficiente para que os brancos dos países desistam de sua “pátria”. É por isso que pouco se aproveitou da oferta da Rússia aos agricultores sul-africanos de receberem terras gratuitamente se decidissem se mudar.
Infelizmente, os residentes judeus em Israel tornaram-se cada vez mais radicalizados. Também porque os liberais eram mais propensos a deixar o país, e os imigrantes defendem visões nacionalistas radicais de direita. Anos atrás, David Sheen levantou a voz em advertência e explicou como o cenário político se refletia nas visões sociais. Vale a pena ver o vídeo sincronizado como anexo (19) para entender o desenvolvimento que se seguiu até hoje.
No entanto, o maior obstáculo à paz é o primeiro-ministro Netanyahu com sua comitiva, que já estava à beira de ser preso pelo judiciário por corrupção e a quem apenas a formação de um governo salvou. Ele, com seus chefes de governo correspondentes em vários países, tentará tudo para evitar uma solução justa e manter o estado de apartheid pelo maior tempo possível. Talvez fosse preciso oferecer-lhe um exílio para suavizar a vontade de resistir.
(21) https://twitter.com/AbbyMartin/status/1714026798516928977
Quelle: https://apolut.net/der-nebel-der-desinformation-ueber-israel-von-jochen-mitschka/
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