Quantum Bird – 28 de junho 2024
Ontem à noite foi ao ar o primeiro “debate” entre os candidatos à presidência dos EUA. Um “debate” exótico, organizado pela CNN – tradicionalmente associada às facções democratas do estado profundo estadunidense – sem a presença de audiência ou jornalistas. Apenas os candidatos e pessoal técnico da CNN em um estúdio. Seguramente, para certas coisas, quanto menos testemunhas melhor.
Aceitando o sério risco de cometer um eufemismo, podemos afirmar que se tratou de um show triste de palhaços velhos de um circo em decadência. Vi o debate por alguns minutos, e desisti logo em seguida. Não era possível entender nada: das perguntas irrelevantes da “mediadora” da CNN, às respostas desarticuladas, tergiversantes e mal soletradas dos candidatos. Nada fazia sentido. Mas o que esperar de um debate entre um portador de demência avançada e um bufão demagogo ?
Se o objetivo era expor a completa inadequação de Biden para qualquer tarefa intelectual, bem, neste caso, o sucesso foi completo. No que diz respeito a Trump, nenhuma novidade. Excepcionalismo estadunidense, ultimátum à Rússia e apoio incondicional ao genocídio dos palestinos etc.
A incredulidade da audiência aqueceu rapidamente o mercado de especulações sobre as eleições nos EUA. Notem bem, eleições estão em curso em uma série de países pelo mundo, incluindo alguns do Sul Global. Em nenhum lugar há uma situação tão vexatória quanto àquela em curso nos EUA. No caso do Irã, os debates ocorreram no mais alto nível entre candidatos notoriamente qualificados. Só posso imaginar o choque que o estadunidense médio teria se se informasse a respeito…
Enfim, tornando às especulações, um caro amigo me indicou algo que me soou plausível. A torra explícita e controlada de Biden, no território amigo da CNN, pode muito bem ser parte de uma operação para ressuscitar o cadáver político de Killary Clinton. Como ficou claramente estabelecido que Biden não tem condições para completar um próximo mandato, seria hora de aplicar um golpe branco e trocar o candidato sem a realização de primárias. O aumento do ruído pró-Killary nas redes sociais parece corroborar essa possibilidade. Seja como for, é algo mais fácil dito do que feito.
Enquanto isso, na Europa, a famosa russófoba raivosa Kaja Kallas – primeiro-ministro da Estônia desde 2021 – acaba de substituir Josep “jardim vs floresta” Borell como diplomata chefe a EU, para atuar ao lado de Úrsula von der Lyen, que renovou seu mandato por mais quatro anos. Ou seja, provocar a Rússia até o ultimo ucraniano – no mínimo.
A democracia liberal ruiu no ocidente e estamos agora contemplando em tempo real as crônicas da decadência definitiva do último império ocidental. E sinceramente, tanto faz se for Biden ou Trump o próximo palhaço em chefe. Quem de fato governa o império deve estar calculando como pular do barco antes que ele afunde sob o ataque de um hipersônico eslavo, coreano, chinês, persa ou árabe.
Esses atores supranacionais, que atuam como um vírus desde os primeiros dias do “Iluminismo”, não têm problemas em mutar para tentar infectar e tirar proveito do futuro econômico brilhante – em comparação ao seu atual hospedeiro moribundo – que a nova arquitetura multipolar que engloba 75% da humanidade têm a oferecer. Portanto, nada de armagedom nuclear.
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