Perspectivas para a classe trabalhadora em caso de uma vitória de Lula nas eleições 2022

Por Ricardo Guerra(*) para o Saker Latinoamérica e PLR – 2 de setembro de 2022

Apesar de ainda prevalecer no Brasil um ambiente determinantemente marcado pela desinformação e a “celebração” da ignorância:

  • A realidade indica que Bolsonaro já não consegue manter o mesmo nível de atenção que tinha (até mesmo entre os integrantes de sua bolha);
  • E, ao que parece, está configurando-se clara a possibilidade de Lula novamente assumir o comando central do poder no país.

Em termos práticos (para a classe trabalhadora) o que interessa saber, nesse cenário, é se Lula vai chegar “chutando a porta” ou vai intensificar os mecanismos e as negociações estabelecidas no contexto da chamada política de conciliação de classes (?):

Nós trabalhadores, precisamos saber se Lula (confirmando-se a sua vitória na próxima eleição):

Precisamos saber, também, se ele vai investir ativamente na mobilização, organização e politização da classe trabalhadora, realizando a necessária volta às suas reais origens – no trabalhismo.

Lições foram aprendidas e essa possível oportunidade de voltar ao poder – só tem sentido:

  • Se for utilizada como forma de resgatar e ampliar importantes conquistas sonegadas da classe trabalhadora nos últimos tempos;
  • E viabilizar a recondução histórica de direcionamentos tomados em seus governos anteriores.

Abandonar o teto de gastos e criar um imenso programa de geração de empregos, implementados sob as diretrizes de um Estado Forte, é algo não muito difícil de acontecer:

  • Em tempos de terra arrasada, as sementes das políticas de inclusão social e de distribuição de renda, que foram as marcas principais dos seus governos anteriores, germinarão com força ainda muito maior;
  • Mas não se pode parar por aí!

Apenas para início de conversa é preciso, entre outras coisas, que o seu primeiro e mais simbólico ato de governo seja a retirada da Petrobrás da bolsa de Nova York, suspendendo essa vergonhosa submissão da nossa maior e mais importante empresa à ordem jurídica estadunidense:

Em suma, se deixarem que Lula volte ao poder num momento da vida que nada mais tem a perder, que não seja perdida a oportunidade de dar uma pernada no imperialismo e colocar o Brasil num caminho seguro em direção a soberania e a libertação do nosso povo das cruéis e vorazes garras do capital transnacional!

Todos que estão comprometidos e engajados com a luta popular e a causa dos trabalhadores – precisam cobrar e pressionar nesse sentido.

Organizar e mobilizar a luta é uma imperativa necessidade: mudanças só acontecem sob forte demanda e pressão popular!

¡Arriba los y las que luchan!


* Ricardo Guerra é cronista anti-imperialista. Articulista da Gazeta Revolucionária, da Primera Línea Revolucionária América Latina, da Rádio Expressa e da Rádio Revolução Latino-americana.

One Comment

  1. Led said:

    O dia de são nunca que lula vai chutar a porta. E vc sabe muito bem disso. Vai ser um governo tampão antes do da Simone Tebet. Tudo dominado pela pior e mais violenta burguesia do planeta.

    2 September, 2022
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