por Redacción del diario en línea de la Fundación para la Cultura Estratégica. En diario en línea de la Fundación para la Cultura Estratégica. Traducción de Leonardo Del Grosso La ruptura de época esta semana en la Iglesia Cristiana Ortodoxa…
Month: <span>October 2018</span>

O anúncio de que “Trump desrespeita o histórico tratado nuclear com Moscovo” – o Tratado sobre Forças Nucleares Intermédias (INF) – não foi inesperado. Mas agora é oficial. Para compreender o alcance de tal acto, devemos recordar o contexto histórico donde nasce o Tratado.
Foi assinado em Washington, em 8 de Dezembro de 1987, pelo Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e pelo Presidente da URSS, Michail Gorbachev, acordado no ano anterior, na Cimeira de Reykjavik. Segundo o mesmo, os Estados Unidos comprometiam-se a eliminar os “Euromísseis”: os mísseis balísticos Pershing II, instalados na Alemanha Ocidental e os mísseis de cruzeiro lançados do solo, introduzidos na Grã-Bretanha, Itália, Alemanha Ocidental, Bélgica e Holanda; a União Soviética comprometia-se a eliminar os mísseis balísticos SS-20, fixados no seu território.
O Tratado INF estabelecia não só um limite à instalação de uma categoria específica de mísseis nucleares, mas à eliminação de todos os mísseis dessa categoria: em 1991, foram eliminados 2692 na totalidade. A limitação do tratado consistiu no facto de que ele eliminou mísseis nucleares intermédios e de curto alcance lançados do solo, mas não os mísseis lançados do mar e do ar. No entanto, o Tratado INF constituiu o primeiro passo em direcção a um verdadeiro desarmamento nuclear.
Este resultado importante deveu-se, essencialmente, à “ofensiva de desarmamento” lançada pela União Soviética de Gorbachev: em 15 de Janeiro de 1986, propusera não só eliminar os mísseis soviéticos e norte-americanos de alcance intermédio, mas também, estabelecer um programa global, em três fases, para a proibição das armas nucleares até ao ano 2000. Projecto que permaneceu no papel, porque Washington aproveitou a crise e a desagregação da super potência rival para aumentar a superioridade estratégica, incluindo a supremacia nuclear dos Estados Unidos, que permanecia como a única super potência no cenário mundial.
Não foi por acaso que o Tratado INF foi posto em debate por Washington, quando os Estados Unidos viram diminuir a sua vantagem estratégica em relação à Rússia, à China e a outras potências. Em 2014, sem apresentar qualquer prova, a Administração Obama acusou a Rússia de ter experimentado um míssil de cruzeiro da categoria proibida pelo Tratado, anunciando que “os Estados Unidos estão considerar a instalação, na Europa, de mísseis com base no solo”, isto é, o abandono do Tratado INF (il manifesto, 9 de Junho de 2015).
O plano foi confirmado pela Administração Trump: no ano fiscal de 2018, o Congresso autorizou o financiamento de um programa de pesquisa e desenvolvimento para um míssil de cruzeiro lançado do solo por uma plataforma móvel na estrada. O plano é apoiado pelos aliados europeus da NATO. O recente Conselho do Atlântico Norte, a nível de Ministros da Defesa, em que participou pela Itália, Elisabetta Trenta (M5S), declarou que “o Tratado INF está em perigo devido às acções da Rússia”, acusada de instalar “um sistema de mísseis desestabilizador, o qual constitui um sério risco para a nossa segurança”. Moscovo nega que esse sistema de mísseis viola o Tratado INF e, por sua vez, acusa Washington de ter instalado mísseis interceptores (os do “escudo”) na Polónia e na Roménia, que podem ser usados para lançar mísseis de cruzeiro portadores de ogivas nucleares.
De acordo com as notícias divulgadas pela Administração Trump, os Estados Unidos preparam-se para instalar mísseis nucleares de alcance intermédio lançados do solo, não só na Europa contra a Rússia, mas também no Pacífico e na Ásia, contra a China.
il manifesto, 23 de Outubro de 2018
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

Fuzileiros navais americanos, desembarcados de ‘tiltrotors’ e de helicópteros do navio de assalto anfíbio, Iwo Jima, “colocaram en segurança” o aeroporto de Keflavík, na Islândia, aonde chegaram de Sigonella, aviões Poseidon P-8A para a caça aos submarinos inimigos. Assim, teve início em 17 de Outubro, o exercício NATO, Trident Juncture 2018, cuja fase principal decorre de 25 de Outubro a 7 de Novembro, na Noruega central e oriental, nas áreas adjacentes ao Atlântico Norte (até à Islândia) e ao Mar Báltico (incluindo os espaços aéreos da Suécia e da Finlândia).
Participam nos mesmos, as forças armadas dos 29 países membros da NATO, além de dois parceiros, a Suécia e a Finlândia. Ao todo, cerca de 50 mil homens, 65 navios enormes, 250 aviões, 10 mil tanques e outros veículos militares. Se fossem colocados em fila, uns junto aos outros, formariam uma coluna de 92 km de comprimento.
O Comandante do exercício, um dos maiores dos últimos anos, é o Almirante norte-americano, James Foggo. Nomeado pelo Pentágono como os seus antecessores, ele comanda ao mesmo tempo a Força Conjunta Aliada (JFC Nápoles), com sede em Lago Patria (Nápoles), as Forças Navais USA na Europa e as Forças Navais USA para a África, com o quartel general em Nápoles Capodichino. O Almirante comanda o Trident Juncture 2018 do ‘Mount Whitney’, o navio almirante da Sexta Frota, transferido de Gaeta para o Atlântico Norte: um quartel general flutuante, também ligado à rede global de comando e controlo do Pentágono, através da estação MUOS, de Niscemi.
Isto confirma a importância dos comandos e das bases USA/NATO, em Itália, não só para o Mediterrâneo, mas para toda a “área de responsabilidade” do Comandante Supremo Aliado, na Europa, que é sempre um general americano, actualmente, Curtis Scaparrotti, nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos: esta área geoestratégica, a partir de 2002, “foi alargada para cobrir todas as operações da NATO, independentemente da sua localização geográfica”.
O objectivo oficial do Trident Juncture 2018 é “assegurar que as forças da NATO estejam prontas para responder a qualquer ameaça, seja qual for a direcção donde provenha”. No entanto, basta observar o mapa, para compreender que a intensidade máxima do exercício de guerra está concentrada numa direcção: para Leste, contra a Rússia. O Almirante Foggo reafirma que está iniciada a “Quarta Batalha do Atlântico”, depois daquelas que ocorreram nas duas guerras mundiais contra os U-Boot (submarinos) alemães e aquela que sucedeu, durante a Guerra Fria, contra os submarinos soviéticos: esta é conduzida contra a Rússia, nova “potência marítima agressiva”, cujos “submarinos, cada vez mais sofisticados, ameaçam a capacidade da NATO de exercer o controlo marítimo do Atlântico Norte e, consequentemente, das linhas de comunicação marítimas entre os Estados Unidos e a Europa”. Invertendo os factos, o Almirante disse que a Rússia “desafia a presença USA e a NATO” não só no Atlântico, mas também “no Mar Báltico e no Mar Negro”, ou seja, nos mares em que banham a Rússia europeia.
Descobre-se assim, para além da finalidade militar, a outra utilidade da Trident Juncture 2018: Uma maxi psy-op (gigantesca operação psicológica) para alimentar a ideia de que a Europa está ameaçada por uma Rússia cada vez mais agressiva. Na Suécia, país parceiro da NATO, foi distribuído um manual de sobrevivência a 4,8 milhões de famílias sobre como se preparar para a guerra, fazendo armazenamento de víveres e de outros géneros essenciais, aprendendo como se comportar quando soarem as sirenes de alarme que anunciarão o ataque russo. A NATO prepara-se assim, para incorporar para todos os efeitos, também a Suécia, país que já é “neutro”.
il manifesto, 23 Outubro 2018
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